Temptation on the Warfront | Drarry

12 | Brinque na sombra dos meus passos

Calor, fúria, a imagem de boxers coloridas e degradantes e insígnias inúteis e insultuosas estampadas em camisas trouxas - tudo gira em um nó interminável de Potter Potter Potter.

E Draco não tem para onde correr, nenhum lugar para se esconder, porque de alguma forma o centro de sua vida se tornou Potter - ou talvez seja apenas porque agora, Potter é tudo que Draco pode ver, seus olhos, verdes musgo na escuridão, arregalados e fixos, fixou-se em Draco como se ele fosse tudo que Potter pudesse ver também.

E embora Draco tenha toda a intenção de estrangular o Menino-Que-Sobreviveu e incinerar a sacola de roupas, no segundo seguinte tudo muda. O rosto de Potter suaviza, sua respiração se torna tentadora, e Draco mal consegue respirar - não consegue se concentrar em nada além da onda vertiginosa do cheiro de Potter, e em algum lugar dentro dele Draco pode sentir leves traços de massa de biscoito. Draco engole a secura em sua garganta, mas não funciona, ele está sedento por algo que nunca conheceu, algo pelo qual Potter parece estar sedento também.

Potter solta uma lufada de ar trêmula, fazendo cócegas nos cabelos que caem sob o olhar de Draco, e lambe os lábios - e tudo isso está errado - Draco deveria ficar furioso, não hipnotizado - e quando ele olha de volta nos olhos de Potter, eles estão olhando para Draco com algo ameaçadoramente semelhante a querer.

Isso não está certo, Draco deve estar imaginando, Potter não pode querer estar tão perto dele, não pode querer o que Draco jura que vê - isso é impossível - tudo é impossível - ainda mais porque em reação, Draco percebe ele quer Potter também. Ele quer diminuir a distância entre eles, cruzar a distância até os lábios que parecem tão secos quanto os de Draco - e Draco não sabe o que há de errado com ele, o que está acontecendo com ele. Potter deve estar fodendo com seu cérebro. Porque isso – essa resposta esmagadora ao calor de Potter, à sensação de seu peito sólido sob os punhos cerrados de Draco – isso simplesmente não é normal.

Este é Harry Potter, e é uma loucura.

— Você é maluco — Draco sussurra, sua voz rouca e áspera, e ele não sabe se está contando a Potter ou a si mesmo. Ele força seus dedos a se desenrolarem do suéter de Potter, força seus pés a pularem para trás como se estivessem queimados. Mas mesmo quando o espaço entre eles aumenta, a única queimação que Draco consegue sentir está em seu rosto, por causa do formigamento que a respiração de Potter deixou para trás.

Draco arqueia, enrijece os braços ao lado do corpo, mas os tremores não param, seu coração parece estar vivo - como se estivesse tentando sair de sua caixa torácica - vibrando de energia, excitação e medo.

E quando Draco vê que o rosto de Potter apagou qualquer indício de emoção, transformado em uma máscara indiferente, esse medo aumenta, torna-se uma chama palpável em seu corpo.

Potter abre a boca, provavelmente para dizer a Draco que ele também é louco, mas então a voz preocupada de Granger escapa de dentro da tenda — Harry?

O rosto de Potter fica desapontado, apenas por um momento, como se ele tivesse acabado de perceber algo importante, e enquanto ele desvia seu olhar intenso de Draco, seus olhos estão cheios de palavras mudas.

Potter lhe lança um último olhar penetrante, antes de desaparecer de volta na tenda.

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Harry fica cara a cara com a expressão assustada de Hermione, e ele tem que passar a mão pelos cabelos para acalmar seus nervos hiperativos, para ter certeza de que ele não parece tão confuso quanto se sente.

— Você está bem? — Ela pergunta, estreitando os olhos na saída da tenda: — Eu o ouvi gritando e pensei que você fosse - você sabe - brigar. Mas então tudo ficou quieto. — Hermione fala baixinho, e Harry entende o porquê quando ouve Ron gemer durante o sono. Ela está olhando para Harry como se esperasse uma resposta, e é melhor que seja uma boa resposta, mas os pensamentos de Harry estão muito confusos, seu coração está batendo de forma muito irregular em seu peito para que ele possa formar uma resposta coerente.