Temptation on the Warfront | Drarry

28 | O Rebelde e o Funeral

Quando Harry finalmente consegue voltar para a praia, o sol está quase totalmente escondido pelo oceano agora calmo. Ao longe ele vê duas figuras femininas caminhando lentamente lado a lado, suas sombras escuras e arrastando-se pela areia. Harry os reconhece como Hermione e Luna, e a visão lhe dá uma sensação estranha e pacífica em seu peito que o deixa relutante em entrar.

Mesmo que ele esteja desesperado para contar a Ron e Hermione sobre as palavras que acabou de ver aparecerem no pomo de ouro, ele vai esperar, porque primeiro deve um pedido de desculpas a eles, e apesar de querer conversar com eles, ele supõe que isso também pode esperar.

Ele se vira e sobe os degraus da varanda e abre a pequena e pitoresca porta de madeira da frente. A entrada é tranquila e aconchegante, pintada de azul francês e decorada com delicadas mesinhas laterais e retratos de família. Todo o lugar tem Fleur escrito por toda parte, mas as inúmeras molduras cheias de Weasleys sorridentes são inegavelmente Gui.

Harry hesitantemente caminha em direção às vozes baixas, e depois de contornar uma escada em caracol que lembra a Harry saudosamente a Toca, ele se encontra na porta da cozinha.

Bill está sentado em uma pequena mesa redonda, em frente a Dean Thomas. Os dois têm canecas fumegantes na frente deles e olham para a entrada de Harry. Do fogão, Fleur se vira para sorrir para ele, seus longos cabelos prateados flutuando atrás dela. Harry se sente subitamente estranho, como se quisesse apenas correr para fora e enterrar a cabeça na areia, porque ele não acha que merece estar aqui - seguro e receber sorrisos como se ele não tivesse acabado de fazer com que pessoas morressem, especialmente quando ele vê que o braço de Dean está em uma tipóia.

— Ei, Harry — Dean diz cansado, mas seus olhos castanhos são calorosos.

Harry tenta sorrir de volta, mas provavelmente acaba fazendo uma careta. — Oi... er... você viu Ron?

— Ele está lá em cima — Bill diz a ele, sua expressão encorajadora. — Primeiro quarto à esquerda.

— Obrigado — Harry acena para ele antes de voltar para fora da porta. Às vezes ele se pergunta por que todos os Weasleys não o odeiam, vendo como ele colocou Rony em perigo inúmeras vezes nos últimos sete anos. Harry pensa brevemente nos Dursley e se pergunta se agora ele entende melhor o ódio incurável que eles têm por ele. Balançando a cabeça, Harry decide que não, ele nunca entenderá os Dursley.

Ele chega ao primeiro patamar e se prepara, batendo com mais força do que pretendia, e se amaldiçoa silenciosamente quando a porta se abre para revelar Ron parado hesitante lá dentro, parecendo alto e positivamente abatido. — Ei — Harry diz apressadamente, parecendo muito sem fôlego. Ron olha para ele como se não acreditasse que Harry estivesse ali, então Harry enfia as mãos mais fundo nos bolsos e pergunta: — Vai me deixar entrar?

Ron se afasta para deixar Harry passar por ele e entrar em uma sala que se parece muito com o corredor do andar de baixo. Ele se vira, precisando tirar tudo do peito, mas assim que abre a boca, Ron chega primeiro, — Sinto muito, cara.

Harry franze a testa, — O que - não, eu...

— Você estava certo. Sobre as coisas que você disse. — Ron baixa os olhos para o chão.

— Eu ainda não deveria ter dito isso - e eu - eu ainda deveria ter estado lá. — Harry passa a mão pelo cabelo, abaixando-se desanimado no assento da janela, pensando que seu pedido de desculpas não está indo como planejado.

—Você estava com Malfoy,— Ron diz de forma simples e factual, e embora não haja desgosto em sua voz, há algo estranhamente próximo da aceitação, e isso deixa Harry sem voz. Ele não pode negar, não pode mentir, e então os olhos de Ron encontram os seus, exaustos e derrotados. — Mione disse que você e... — Ron engasga com um som estrangulado, a palavra 'amor' ficando presa em sua garganta como algo desagradável. Ron suspira, um suspiro que percorre todo o seu corpo enquanto ele cai na beira da cama.