Temptation on the Warfront | Drarry

19 | Não é possível fugir, não é possível se esconder desse fervor

— O que aconteceu com seu lábio, cara? — Ron pergunta, seus olhos pousando em Harry através do brilho crepitante da fogueira. O medalhão esfarrapado está ao lado dele, o pedaço de Voldemort que ele continha agora destruído, e entre os três a atmosfera se iluminou.

— Er - apenas Malfoy sendo um bastardo.

Ron acena com a cabeça como se esta fosse uma informação factual digna de uma enciclopédia, e então olha para o fogo, as chamas fazendo seu cabelo parecer duas vezes mais vibrante.

Hermione, no entanto, não para de olhar para Harry, até que ele se contorce e admira propositalmente um pedaço de terra sob sua unha. Ele desiste e sussurra para ela: — O quê?

Hermione pisca, balança a cabeça um pouco, seus cachos espessos balançando em seus ombros enquanto ela responde, — Nada... Você parece muito bem, Harry, considerando... — Ela para, limpa a garganta, esperando que ele preencha as lacunas. Harry não sabe o que dizer a ela, não sabe o que pode dizer que não revele seu novo desejo por Malfoy.

Hermione Granger é uma pessoa observadora, a ponto de às vezes deixar Harry desconfortável, e tudo o que ele pode fazer é tentar agir o mais normal possível e torcer para que ele se passe por alguém que definitivamente não é gay, e que está feliz por ter dois melhores amigos que voltaram.

Hermione está errada, porém, Harry não se sente nada bem. Ele se sente irritado e inquieto, imaginando o que diabos aconteceu com Malfoy há uma hora, e por que, apesar da quase violência, isso o deixou tão quente e incomodado, ansiando por mais.

Ele se levanta, imaginando que tentará dormir, e ansioso para fugir dos contínuos olhares curiosos de Hermione, ele diz — Acorde-me quando quiser — e desaparece dentro da tenda.

As luzes estão apagadas e Harry fica desapontado depois de se atrapalhar por um tempo e perceber que Malfoy moveu o que quer que estivesse escondendo na mesa.

Ele suspira para si mesmo, joga o casaco e o suéter em uma direção aleatória que ele sabe que irritará Malfoy pela manhã, Hermione também, e então troca seu jeans por calça de moletom. Então ele fica ali parado na escuridão, pensando que provavelmente foi por isso que Malfoy escolheu o beliche de baixo, para que Harry pudesse quebrar a perna no caminho até o topo sem luz.

Ele decide lançar lumos, o que normalmente não faria por medo de acordar o dragão, mas no momento ele não está particularmente preocupado em irritar Malfoy. A suavidade da luz da varinha de Harry ilumina o beliche, e os olhos de Harry imediatamente voam para um Malfoy adormecido, o cabelo espalhado por todo o travesseiro, um braço dobrado acima da cabeça.

A boca de Harry fica seca e seu coração começa a se acelerar, porque ver isso é um lembrete doloroso do que não pode mais ser possível, do que acabou exatamente quando Malfoy estava disposto a ceder. É uma verdade inconveniente e de merda, saber que não há a menor chance de Ron e Hermione descobrirem sem que Harry tenha que raspar pedaços de Malfoy da barraca na sequência.

Harry sabe disso, sem dúvida, mas isso ainda o faz querer gritar de frustração, ainda o torna incapaz de se mover de onde está, lutando contra cada centímetro de seu corpo que implora para que ele tenha um último toque, um último gosto.

Ele perde a batalha e, com um olhar por cima do ombro para a entrada da tenda, Harry apaga sua varinha e vai para a cama com Malfoy.

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Draco acorda de repente enquanto um corpo quente se molda ao seu. Um familiar polegar calejado desliza sob a bainha de sua camisa, e Draco solta um suspiro assustado, — Potter?

Potter não responde - e Draco sabe que é Potter, porque com certeza não é Weasley -, ele apenas prende os lábios na junção entre o pescoço e o ombro de Draco, chupa e lambe a carne até que Draco tenha de cerrar os dentes em um gemido. — Que porra você está fazendo?