Capítulo Cinquenta e Três

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 Kara olhou a morena com indisfarçável volúpia.

— Não. Suponho que não. Estava insegura em relação a você.

 Lena sorriu.

— E agora?

— E agora. — A loira riu baixinho. Sua mão livre tocou o rosto da esposa. O sorriso esmaeceu. — Eu a fiz infeliz. Magoei-a e a desprezei, tudo porque não tinha confiança em você. Mas se eu tivesse sabido como você se sentia, não teria havido dúvidas. Nenhuma. Pode acreditar nisso e me perdoar pelo modo como a tratei?

— Eu amo você — ela disse simplesmente. — Nada mais importa. — Se esticou e beijou Kara avidamente. — Entendo por que pensou o que pensou, Kara. Foi o esquema maldoso do meu pai, e não alguma coisa que uma de nós tivesse feito, que causou toda essa dor de cabeça. Mas agora basta saber que você me ama. Isso é tudo.

 Kara pousou as xícaras e a puxou para seu colo, abraçando-a com sofreguidão.

— Eu apagaria os últimos seis anos se pudesse — sussurrou roucamente. — Faria qualquer coisa para compensá-la.

— Kara... você já me recompensou— disse com delicada hesitação. Ela pegou a mão esguia da esposa e a apertou devagarinho, gentilmente, contra o ainda liso abdômen. Lena a segurou lá e procurou os olhos azuis. — Estou carregando nosso bebê.

 Kara sabia. mas ouvir isso de Lena foi profunda e infinitamente tocante. Ela acariciou a maciez gentilmente e, inclinou-se, levou sua boca até a da morena para beijá-la com infinito cuidado.

— Lena — sussurrou. Beijou-a de novo. — Lena. Você e um bebê...

— Não está arrependida? — sussurrou, brincalhona.

 Kara sorriu para ela com orgulho e amor nos olhos.

— Não estou arrependida de coisa alguma. Vamos ter um filho ou uma filha?

— Não me importa, desde que seja um bebê saudável. — Lena se ergueu para abraçá-la. — E vou deixar meu emprego, caso ainda não tenha mencionado isso. Acho que Lucy e o patrão ficarão muito bem sem mim.

— E eu vu ficar muito feliz com você, se for o que realmente quer. — Kara passou o longo dedo pelos lábios dela. — Não vou frustrar você em relação a outros interesses, se você os quiser. Não vou insistir para que seja apenas esposa e mãe.

— Não vou ser  — assegurou-lhe — , embora este passe a ser meu trabalho mais importante por algum tempo. Depois posso fazer alguns cursos ou trabalhar como voluntária. Mas, neste momento, nosso filho é minha preocupação maior.

 Kara sorriu suavemente.

— Quanto tempo? — murmurou.

— Acho que estou com seis semanas — murmurou de volta. — Vou ao médico na semana que vem para ter certeza.

— Na primeira vez em que fizemos amor — Kara respirou, sustentando o olhar dela. — Não foi?

 Lena escondeu o rosto na loira, rindo com tímido embaraço.

— Sim

— Eu sou boa — Kara murmurou causticamente.

 Lena chegou mais perto.

— Você é muito boa — murmurou e ergueu o rosto.

 Kara se inclinou, levando sua boca à dela, acariciando-a. Lena relaxou contra ela, adorando seu toque, adorando a força de seu corpo tão perto do dela. A morena suspirou, e o som desse suspiro entrou pela boca de Kara, provocando um novo e arrebatador desejo.

 As mãos de Lena deslizaram para trás da cabeça da esposa e a mesma puxou seus quadris contra os dela, virando-a, enquanto sua boca tornava-se mais e mais exigente.

 Kara a queria. Ela conhecia os sinais agora, como não conhecera antes. E Lena gemeu, porque a esposa a amava e ela amava a esposa, e desta vez ia ser diferente das outras. Ia ser a época mais emocionante de suas vidas.

— Você me quer? — a loira  perguntou contra os lábios dela. — Porque eu quero você. Aqui mesmo.

— A primeira vez... foi exatamente aqui — ela respirou, estremecendo um pouco quando Kara deslizou a mão entre elas para desabotoar os botões perolados da frente de seu vestido cinza.

— É prático — a loira riu, o som rico e profundo de amor. — Mas sempre há o tapete.

 Os olhos de Lena procuraram os dela.

— Que esquisito.

— De jeito nenhum. É espesso e macio... e não há ninguém nos vendo. E apenas para garantir...

 Kara se levantou, ainda sorrindo, e foi fechar e trancar a porta. Despiu a camisa, observando o modo como os olhos da morena focaram os seios e o abdômen definido. Kara gostava do modo como a esposa a olhava. Os olhos dela ficaram suaves e escuros, e vagamente sensuais.

 Ela ergueu Lena do sofá, colocando as mãos dela em seu peito, deslizando-as contra o músculo quente.

— Tem algum perigo para o bebê? — perguntou gentilmente.

 Lena balançou a cabeça, negando, e pressionou os lábios contra os da loira.

— Não se você for delicada. E quando foi que me machucou?

— Sem arrependimentos, Lena? — perguntou hesitante.

 A morena se ergueu para colocar a boca contra a dela.

— Nem um sequer.

 As mãos de Kara agarraram os quadris dela, puxando-os contra si, movendo o corpo dela com o seu para que a morena sentisse a força de seu desejo. O corpo dela reagiu de um jeito agora familiar, e Lena se endireitou para chegar mais perto, mostrando seu desejo de formas sutis.

 Beijou-a até seus lábios ficarem inchados e sensíveis, até seu corpo começar  a sentir a vibração quente que a loira provocava tão facilmente nela.

 Kara a deitou gentilmente no tapete, deslizando ao lado dela com facilidade. Ela desabotoara o vestido e tirara a lingerie do caminho com preguiçosa destreza, e então sentiu sua boca, e todas as inibições saíram pela janela.

 Lena segurou sua boca contra ela, inebriando-se nas carícias úmidas, adorando a forma como a loira estava com ela. Nunca tinha existido medo de intimidade desde a primeira vez. O corpo dela sabia que tipo de prazer estava por vir, e agora respondia com deleite, não com apreensão.

 Por longos e preguiçosos minutos, Kara a excitou, só ficando satisfeita quando ela tremeu dos pés a cabeça, completamente à sua mercê. Só então a loira se despiu, deleitando-se com as curvas macias e a pele cremosa, enquanto tirava o resto das roupas, e voltou a se deitar do lado da esposa.  

Aprendendo a Amar (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora