Kara estava no telefone quando Sam entrou no escritório, vestindo jeans e uma camiseta axadrezada, o cabelo despenteado e sem maquiagem. Ela fechou a porta e se sentou na cadeira das visitas, observando as expressões que atravessaram o rosto de Kara enquanto ela terminava abruptamente a conversa telefônica e desligava o telefone.
— O que há de errado? — perguntou, porque a cunhada parecia preocupada.
— Tudo! — murmurou Sam, franzindo o cenho. — Eu estava meio adormecida quando Andréia telefonou. Lena a fez prometer que não ligaria para você, portanto telefonou para mim. Ultrapassei todos os limites de velocidade para chegar aqui. E agora que cheguei — suspirou — não sei como lhe dizer isso.
Kara enrijeceu à menção do nome de Lena. Tinha tido um pressentimento em relação a ela. Sabia o quanto a tinha magoado e ela dissera, na noite anterior, que não aguentava mais.
— Ela me deixou, não é, Sam? — a loira perguntou calmamente.
— Sim deixou. A pergunta é: o que você pretende fazer a esse respeito?
Kara acendeu um cigarro com mãos firmes, enquanto o mundo ruía a seu redor. A loira olhou fixamente a mesa.
— Vou deixá-la ir — disse depois de um minuto. — Já a magoei o suficiente.
A respiração de Sam parou na garganta.
— Kara!
A loira levantou os olhos, a dor estampada neles fazendo-os parecer ainda mais escuros.
— Você não sabe como a tratei — ela disse. — Estava com ciúmes e morrendo de medo de perdê-la... — Parou para passar as mãos com força pelo cabelo. — O que tenho para oferecer a ela? Como prendê-la?
— Podia tentar dizer que a ama — Sam disse simplesmente. — É tudo que ela sempre quis.
Kara apertou o maxilar.
— Ela não me ouviria depois de ontem à noite.
— Você viu James Olsen e Lucy Lane, não viu? — Sam perguntou.
A loira a olhou sem expressão.
— Vi.
— E em vez de falar com Lena e deixar que ela explicasse, você resolveu jogar tudo para o alto.
Kara sorriu fracamente.
— Bingo!
— Oh, Kara. — Sam balançou a cabeça reprovando a atitude da loira. — Ela está a caminho de Houston.
— Talvez lá ela ache alguém que possa lhe dar o que ela precisa — disse, sentindo-se amarga por ter destruído todas as suas chances.
Sam não estava conseguindo chegar à parte alguma, e se Kara não fosse atrás de Lena, as coisas iriam desmoronar. Ela mordeu o lábio inferior. Ela não queria contar o segredo de Lena, mas Kara estava sendo difícil.
— Kara... como se sente em relação a bebês?
A loira estava escutando apenas parcialmente, o coração como chumbo no peito.
— Gosto de bebês — disse, distraída.
— Ótimo. Então porque não vai atrás de Lena e traz o seu de volta?
De início, Sam pensou que a loira não tivesse ouvido. Voltou os olhos para ela, encarando-a fixamente.
— Como foi que disse? — perguntou.
— Eu disse que Lena está grávida. Se quer mesmo um bebê, é melhor chegar ao aeroporto antes que ela leve o seu para Houston com ela.
— De que diabos está falando? — Ela explodiu.
— Vamos, Kara...!
Mas a loira já estava de pé e a cadeira no chão. Agarrou-se à mesa para se equilibrar. Os olhos estavam desatinados e havia um tremor na mão esguia que segurava o cigarro.
— Um bebê? Lena está grávida e não me disse nada?
Sam estava insegura quanto ao que fazer, por isso saiu correndo do escritório e encontrou Alex.
— Venha. — Puxou a esposa pela mão. — Preciso de você.
Alex riu.
— Ora, meu bem, este não é o lugar...
— Kara está em estado de choque.
Isso apagou o sorriso do rosto da ruiva. Ela seguiu a esposa até o escritório de Kara. A mulher loira estava exatamente onde Sam a tinha deixado, ainda branca e parecendo como se tivesse sido apunhalada.
— Você tem que levá-la ao aeroporto — Sam instrui.
— Aeroporto uma ova, ela precisa de um médico. O que foi que você fez? — ela perguntou muito baixinho.
— Eu disse a ela que Lena está grávida.
Alex assobiou entre os dentes.
— E que ela está a caminho de Houston.
— Eu posso dirigir — disse Kara sem firmeza. Encaminhou-se para a porta, mas suas pupilas estavam dilatadas e as mãos tremeram quando tentou apagar o cigarro, batendo a ponta acesa na mesa, Alex colocou-a no cinzeiro e segurou firmemente a irmã pelo braço.
— Não se preocupe, irmãzinha, vou fazer com que chegue a tempo.
Ela olhou para Sam.
— Em que terminal?
Sam fez uma careta.
— O aeroporto de National Ville só tem um terminal.
— Você é uma grande ajuda — Alex murmurou. — Em todo o caso, acho que só há dois vôos para Houston fora das horas de grande movimento.
— Ela está grávida — Kara disse roucamente. — E não me contou. Ela sabia e não pôde me contar. É culpa minha. Falhei com ela.
— Tudo vai correr bem — Sam disse tentando acalmá-la.
— Meu Deus, espero que sim. — Kara olhou para ela. — Obrigada.
— Não diga a Lena que eu contei — Sam respondeu. — Cabe a ela contar a você, fiquei com medo que a deixasse ir embora se eu não contasse.
Kara apenas acenou com a cabeça e, finalmente, afastou-se de Alex e saiu. Mas não discutiu quando Alex fez um gesto em direção ao Jaguar e se sentou ao volante.
— E se o avião já tiver levantado vôo? — Kara perguntou, fumando como uma chaminé durante o trajeto até o aeroporto..
— Então, compramos uma passagem para Houston. — Fez um trejeito. — Vou ser tia. Imagina só. — Olhou para sua irmã. — E eu que pensava que você e Lena estavam vivendo castamente.
— Cale a boca — disse Kara, disfarçando o constrangimento com mau humor.
— Você é quem manda, irmãzinha. — Alex assobiou para si mesma enquanto entrava na via expressa e pisava no acelerador.
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Aprendendo a Amar (Karlena) G!P
Fiksi PenggemarKara Danvers não esperava que Lena Luthor, filha de um dos maiores magnatas de National Ville, retornasse para ela de joelhos após ter destruído seu coração seis anos atrás. Mas o amor tem razões que a própria razão desconhece... Kara está disposta...