Capítulo Trinta e Nove

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 Lena sentiu as mãos da esposa tirando-lhe o vestido, fazendo-o escorregar pelos membros trêmulos. A morena prendeu a respiração e, na pálida luz do abajur, Kara sorriu.

— Está tudo bem — murmurou. — Não vou depressa demais. Ainda pode me parar, se quiser.

 Isso lhe devolveu o poder de decisão e fez com que tudo ficasse bem. Lena começou a relaxar, deixando as mãos deslizarem com avidez pelos músculos fortes. Era paradisíaco tocá-la assim, ter a liberdade de conhecê-la com as mãos. Ela olhou para os olhos da loira com essas descobertas expressas no olhar suave, e Kara sorriu.

— Oh, Kara — murmurou com a voz rouca. — Seu corpo é maravilhoso!

 A loira se inclinou e colou a boca na dela, sentindo as palavras suspirarem em seus lábios. Deslizou a mão gentilmente sobre a menor, sentindo o arrepio de sua pele. Ela era como cetim ao toque, e Kara a desejara pelo que parecia uma eternidade.

No fundo de sua mente, sabia que não haveria possibilidade de parar, mas Lena não parecia preocupada com isso. Ela puxou a esposa junto de si, sua boca subitamente tão ardente e desinibida quanto a dela.

 Sem parar de beijá-la, a loira consegui tirar as próprias roupas, tendo-a contra si, tremendo, enquanto ela diminuía o ritmo e começava a excitá-la de novo com rara paciência, até sentir a paixão sacudir seu corpo esbelto.

— Agora — sussurrou quando a morena estava gritando de desejo. Virou o rosto dela para o seu com mão acariciadora. — Não. Não se vire. Eu quero te ver.

 Lena corou febrilmente, mas olhou para a esposa no instante em que o corpo dela tomou posse do seu.

 Os lábios de Kara se entreabriram. Foi a experiência mais profunda de sua vida. Todos aqueles anos amando-a, precisando dela e finalmente ia acontecer. Ela era sua. Sem mais barreiras. Ela sentiu a morena aceitando-a totalmente e prendeu a respiração.

— Está tudo bem —murmurou ternamente, e inclinou-se para beijá-la, induzindo-a a relaxar, a deixar acontecer... — Sim, assim. — A loira riu desajeitadamente diante da felicidade, diante da extraordinária sensação de unidade. — Oh, Lena!

 O rosto da morena estava escarlate, mas ela não desviou o olhar. O rosto de Kara estava tenso e os olhos azuis brilhantes. Lena esticou as mãos trêmulas até o rosto dela para baixar sua cabeça e beijar sua boca.

— Me... ame — murmurou, a voz faltando-lhe à medida que a esposa se mexia e ela sentiu o primeiro doce prazer da penetração. — Kara... me ame!

 As palavras acabaram com o controle da loira. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo, menos ainda no que estava sentindo. Ela sucumbiu numa vaga de calor branco, gritando enquanto a força do prazer a privava de qualquer contenção, deixando-a entregue ao impulso da realização.

 Em algum lugar do fundo de sua mente, Lena sabia que deveria estar amedrontada ante o descontrole da esposa. Mas seus movimentos estavam provocando uma espécie de tensão que fazia seu corpo vibrar de prazer. O êxtase estava quase a seu alcance, e ela se esticou em direção a loira com o último fio de força que lhe restava bem na hora em que Kara segurou seus quadris e puxou.

 A morena sentiu o mundo virar de cabeça para baixo e gritou o nome da esposa de novo, de novo e de novo...

 Kara riu. Lena sentiu os lábios dela em suas têmporas, sua face, sua boca, com beijos que eram tão ternos como reconfortantes.

— A primeira vez — ofegou, rindo novamente ao cobrir sua boca com a da loira, tremendo. —Meu Deus, a primeira vez!

Lena abriu os olhos, ainda tremendo pelo súbito declínio de  um tipo de prazer que ela nunca sonhara existir. Olhou-a fascinada com o jeito dela. Ela parecia muito mais jovem. O cabelo loiro estava úmido, o rosto suado, os olhos brilhando, exultantes de prazer. A maior estava tremendo, o corpo pesado sobre o da morena.

— Kara? — ela chamou, desorientada.

— Você está bem, meu amor? — Perguntou. — Não machuquei você?

— Não. — Ela corou e baixou os olhos para o  latejar em seu pescoço.

— Olhe pra mim, sua covarde.

 Lena forçou o olhar até o da esposa e a mesma se inclinou e roçou a boca em suas pálpebras cerradas.

— Eu... eu nunca imaginei... — Ela não conseguia encontrar palavras. Agarrou-se a loira, escondendo o rosto em seu pescoço úmido.

 Kara se virou, segurando-a calorosamente junto a si ao longo do sofá de couro, suspirando com estranho prazer pelo modo com a morena a abraçava.

— Tantas noites solitárias, Lena — murmurou. Tantos sonhos. Mas nem os sonhos eram tão perfeitos. — Puxou-a para mais perto. — Beijei-me, meu bem.

  Lena ergueu o rosto, obedientemente, colocando os lábios inchados contra os da esposa. A loira estremeceu a pôs gentilmente de costas, de forma a ficarem completamente unidas. Kara olhou nos olhos dela com uma pergunta escura e suaves nos seus. A morena não respondeu. Ergueu o corpo contra o da maior e ela viu a palavra em seus olhos. Inclinou-se suspirando irregularmente, e sua boca abriu-se sobre os lábios entreabertos de Lena. A loira fez um movimento para baixo, a menor se agarrou a ela e o mundo voltou a cair no esquecimento compartilhado.

 Kara a carregou escada acima muito tempo depois, aninhando-a em seus braços como o mais precioso dos tesouros. Colocou-a na cama e deitou-se ao seu lado, apagando as luzes. A loira a enroscou em seu corpo cansado e suspirou com prazer. Lena adormeceu apenas segundos antes da esposa.

Aprendendo a Amar (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora