— Vocês foram convidadas para jantar.
— Fiquei com fome antes. Ia fazer um lanchinho antes de me aprontar. — Sua cor tinha se tornado vermelha.
Alex sorria de orelha a orelha.
— No chuveiro?
— Ia comer primeiro — Kara disse teimosamente.
— Onde está Lena? — Alex perguntou com curiosidade.
Kara pigarreou.
— Lá em cima. Estava cansada.
Nesse momento, uma voz queixosa veio lá de cima.
— Kara, vai voltar ou não vai? — Lena lamentou. — Estou me sentindo sozinha.
O rosto de Kara tornou-se escarlate.
— Já estou indo! — disse, sucinta. Olhou mais duramente para Alex.
— Ela também está tomando uma chuveirada?
Alex teve de abafar o riso. Fez um trejeito intencional para a irmã e girou nos calcanhares.
— Quando terminarem o lanche no chuveiro e acabarem de escolher as roupas, venham até lá em casa e nós vamos alimentá-las.
Alex olhou para a toalha.
— Melhor vestir umas calças primeiro, não vamos querer escandalizar Sam. Pelo amor de Deus, Kara, um sapo?
— Foi a única coisa que achei, e o que você tem a ver com isso? — Kara perguntou afogueada.
— Oh, acho que lhe cai bem — Alex respondeu. — Eu gosto de sapos.
— Não nos demos conta da hora — Kara disse, rígida. — Estaremos lá em trinta minutos, se for conveniente para você.
— Sem pressa. — Alex sorriu maliciosamente. — Se você acha tapete da sala de estar um bom lugar, devia tentar numa jacuzzi — murmurou, e saiu correndo, porque Kara parecia dividida entre chocada e homicida.
Kara levou a bandeja para cima, sua dignidade ferida, e a pôs na mesa de cabeceira.
— Chá gelado! Estou seca. — Lena riu e bebeu sedentamente do copo que havia pego. — Ouvi vozes.
— Alex veio ver onde nos metemos — Kara murmurou. — Fomos convidadas para jantar, lembra-se?
— Nem pensei no assunto — Lena confessou.
— Nem eu. Podemos ir daqui a meia hora. Ainda quer o lanche?
—Talvez seja melhor esperar. Sempre podemos comer alguma coisa antes de dormir. Vou embrulhá-los e colocá-los na geladeira assim que estiver vestida. — Olhou com amor para a esposa. — Alex e Sam também são casadas — lembrou-lhe. — Não é tão chocante ser apanhada passando a tarde na cama com sua mulher, é?
Kara mudou de posição.
— Não, mas é bastante desconfortável — confessou com um olhar oblíquo. — Seis anos de celibato tornam uma pessoa cautelosa, acho.
— Seis anos. — Lena se ergueu e a beijou ternamente. — Eu achei que a tinha tornado amarga demais para querer dormir com outra pessoa. E foi isso mesmo, não foi Kara? — ela perguntou suavemente.
Kara tocou os dedos dela com os lábios.
— Eu não queria outra pessoa — disse com um suspiro. — Eu a amava demais. Era você ou ninguém.
Lena teve de morder o lábio para evitar as lágrimas.
— Foi como me senti. Tentei tanto protegê-la — ela murmurou.
— Estava fazendo o mesmo por você quando nos casamos. No entanto, acho que ambas exageramos.
— Mas não mais. — Ela sorriu. — Agora vamos usar nossos instintos protetores com nosso bebê.
— Parece uma boa idéia. — Kara se inclinou e a beijou. — É melhor nos vestirmos e irmos ver as cunhadas, mamãezinha — murmurou. — Antes que voltem.
— Foi gentil da parte de Sam nos convidar.
— Sim. Espero que esteja pronta para o que vem por aí — acrescentou. — Conhecendo Alex, vai ser um jantar exasperante.
Lena riu, escondendo o rosto nela.
— Eu amo você.
— Eu também amo você, meu bem. — Kara se levantou, com sapo e tudo. — Lena, você teria me contado sobre o bebê se Alex não tivesse conseguido me levar a tempo para o aeroporto?
Lena assentiu com a cabeça.
— Era um direito seu. Eu não estava realmente abandonando você, Kara. Precisava de tempo para pensar devidamente. Teria voltado. Já não consigo mais viver sem você. — Ela a olhou com desejo. — Você estava indo atrás de mim?
— É claro. — Deu uma risadinha. — Imaginei que ia levar meses vasculhando a cidade a sua procura, mas isso não teria me detido. Eu me sentia mal com o que tinha feito e dito. Mas era por amor que ia atrás de você, meu bem, não por culpa.
— Sim, agora eu sei. — Lena suspirou preguiçosamente, tão apaixonada por ela que se sentia capaz de explodir. — Eu poderia comer um boi.
— Vou telefonar para Sam e pedir para cozinhar um. Levante-se e vista-se, mulher. Estou morta de fome.
— Não olhe para mim. Foi sua idéia de não comermos.
Lena saltou da cama e a loira a puxou para perto de si, os olhos cheios de ternura.
—Sem dúvida que foi. Gosto desses intervalos de vez em quando. Tenho essas coisas às vezes. — Kara se curvou e a beijou. — Você se incomoda?
Lena passou o braço por seu pescoço e a segurou bem perto.
— Não me incomodo nem um pouco.
Lá fora o céu noturno tornou-se mais e mais escuro, e alguns quilômetros mais abaixo, Sam esquentava a carne e os legumes do guisado irlandês. Ela tentou dizer a Alex que champanhe não combinava com um prato tão simples, mas a ruiva estava ocupada demais, gelando-o, para prestar atenção. Portanto, Sam apenas riu e pegou as melhores garrafas de champanhe. Talvez ela estivesse com a razão. Parecia mesmo uma boa noite para comemorações.
Notas do autor
Bom galerinha, chegamos ao final da fic! Quero agradecer a todos pelo carinho e pela interação, confesso que me emociono bastante lendo os comentários. Nunca imaginei que minhas fics teriam tanta repercussão. Obrigada e até uma próxima!
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Aprendendo a Amar (Karlena) G!P
Fiksi PenggemarKara Danvers não esperava que Lena Luthor, filha de um dos maiores magnatas de National Ville, retornasse para ela de joelhos após ter destruído seu coração seis anos atrás. Mas o amor tem razões que a própria razão desconhece... Kara está disposta...