Capítulo 5

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Fred

- Você viu a quantidade de turistas chegando na cidade?

Desci as escadas, já ouvindo a voz de meu pai na cozinha. Ele colocava leite em um copo, com o celular na orelha.

Já tinham três dias que Tabitha foi assassinada, e a maioria das pessoas tratava isso como uma fofoca. Como a nova atração turística da cidade. Pareciam ter esquecido que a garota tinha uma vida, e começaram até a vender camisas do Demônio Negro.

Essa cidade é doente, sempre foi.

E sempre vai ser.

- É esse Demônio aí. Não tínhamos um monstro interessante desde os anos noventa. Os hoteis estão cheios de gente querendo ver o monstro.

- É, eles só esqueceram que uma garota morreu! - Eu disse, e meu pai notou minha presença.

- Fred, estou no telefone! É, então, temos que colocar uma réplica dele no museu logo. Fala com a Dinckley, ela é a dona do "Tour Assustador por Baía Cristal".

Esperei ele desligar o telefone, apoiado no balcão.

- Você vai transformar esse monstro em turismo, pai? Uma menina morreu!

- Não sou eu que estou transformando, Fred. São as pessoas. É o que elas querem!

Esfreguei o rosto, sem acreditar. A raiva crescia em meu peito, como ele e aquelas pessoas podiam ser tão insensíveis?

- E você, fique longe dessa coisa. Nada de resolver mistérios dessa vez, Fred Jones. Entendeu?

- Bem, pro seu azar já estou planejando até uma armadilha pra prender esse panaca.

- Fred Jones Júnior!

Se ele não ia fazer nada, eu ia. Peguei as chaves da Máquina de Mistérios e saí sem olhar para trás.

Quando peguei todos em casa, começamos a trabalhar nos fundos da Máquina de Mistérios.

- Huh, acho que o fantasma dela saiu de carro e esqueceu de levar a chave. - Salsischa analisou o chaveiro dentro de um saco transparente, com a outra mão comendo um pedaço de pizza.

- Coletaram a digital de Tabitha? - Velma quis saber, tirando o saco da mão dele.

Coloquei o saco com a escova de cabelos dela na mesa.

- Ótimo.

- E sabe por que eu queria saber qual era o carro dela, senhorita Blake? - Perguntei a Daphne, sem esperar uma resposta. - Porque, dependendo do carro, podemos rastrea-lo com a chave. Tecnologia nova.

- Confuso, porque a maioria das pessoas perde a chave, não o carro. - Salsicha constatou.

Fui até o laptop de Velma e comecei a digitar, depois de um tempo, eu tinha minha resposta.

- Como imaginei - sorri. - Podemos encontrar o carro.

- Muito bom pra ser verdade. - Daphne cruzou os braços.

- É mesmo, porque não sei fazer. - Segurei a chave do carro. - Mas tenho uma ideia de quem possa saber.

- Enquanto você arruma isso, temos que dar um jeito de entrar na fábrica Adonell. - Velma disse. - Não encontraram nada mesmo no escritório do senhor Adonell?

- Aparentemente ele deixa tudo na fábrica. - Fred respondeu.

- E também temos que arrumar um jeito de descobrir o que estava no diário depois que a polícia ler. - Velma completou.

Olhei para Daphe, ela estava sentada na bancada de Velma, olhando para um ponto fixo perdido. Eu conhecia aquele olhar, ela estava pensando.

- Daph, no que você está pensando?

Scooby-Doo: Você vai morrerOnde histórias criam vida. Descubra agora