Fred
- Você viu a quantidade de turistas chegando na cidade?
Desci as escadas, já ouvindo a voz de meu pai na cozinha. Ele colocava leite em um copo, com o celular na orelha.
Já tinham três dias que Tabitha foi assassinada, e a maioria das pessoas tratava isso como uma fofoca. Como a nova atração turística da cidade. Pareciam ter esquecido que a garota tinha uma vida, e começaram até a vender camisas do Demônio Negro.
Essa cidade é doente, sempre foi.
E sempre vai ser.
- É esse Demônio aí. Não tínhamos um monstro interessante desde os anos noventa. Os hoteis estão cheios de gente querendo ver o monstro.
- É, eles só esqueceram que uma garota morreu! - Eu disse, e meu pai notou minha presença.
- Fred, estou no telefone! É, então, temos que colocar uma réplica dele no museu logo. Fala com a Dinckley, ela é a dona do "Tour Assustador por Baía Cristal".
Esperei ele desligar o telefone, apoiado no balcão.
- Você vai transformar esse monstro em turismo, pai? Uma menina morreu!
- Não sou eu que estou transformando, Fred. São as pessoas. É o que elas querem!
Esfreguei o rosto, sem acreditar. A raiva crescia em meu peito, como ele e aquelas pessoas podiam ser tão insensíveis?
- E você, fique longe dessa coisa. Nada de resolver mistérios dessa vez, Fred Jones. Entendeu?
- Bem, pro seu azar já estou planejando até uma armadilha pra prender esse panaca.
- Fred Jones Júnior!
Se ele não ia fazer nada, eu ia. Peguei as chaves da Máquina de Mistérios e saí sem olhar para trás.
Quando peguei todos em casa, começamos a trabalhar nos fundos da Máquina de Mistérios.
- Huh, acho que o fantasma dela saiu de carro e esqueceu de levar a chave. - Salsischa analisou o chaveiro dentro de um saco transparente, com a outra mão comendo um pedaço de pizza.- Coletaram a digital de Tabitha? - Velma quis saber, tirando o saco da mão dele.
Coloquei o saco com a escova de cabelos dela na mesa.
- Ótimo.
- E sabe por que eu queria saber qual era o carro dela, senhorita Blake? - Perguntei a Daphne, sem esperar uma resposta. - Porque, dependendo do carro, podemos rastrea-lo com a chave. Tecnologia nova.
- Confuso, porque a maioria das pessoas perde a chave, não o carro. - Salsicha constatou.
Fui até o laptop de Velma e comecei a digitar, depois de um tempo, eu tinha minha resposta.
- Como imaginei - sorri. - Podemos encontrar o carro.
- Muito bom pra ser verdade. - Daphne cruzou os braços.
- É mesmo, porque não sei fazer. - Segurei a chave do carro. - Mas tenho uma ideia de quem possa saber.
- Enquanto você arruma isso, temos que dar um jeito de entrar na fábrica Adonell. - Velma disse. - Não encontraram nada mesmo no escritório do senhor Adonell?
- Aparentemente ele deixa tudo na fábrica. - Fred respondeu.
- E também temos que arrumar um jeito de descobrir o que estava no diário depois que a polícia ler. - Velma completou.
Olhei para Daphe, ela estava sentada na bancada de Velma, olhando para um ponto fixo perdido. Eu conhecia aquele olhar, ela estava pensando.
- Daph, no que você está pensando?
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Scooby-Doo: Você vai morrer
Bí ẩn / Giật gânVelma costumava dizer que um bom mistério sempre tinha um pouco de perigo. Mas, o que eles não sabiam é que, quando um serial killer chamado de Demônio Negro chega em Baía Cristal, uma tempestade se recairia pela cidade. Com as mortes, pistas chegam...