Capítulo 29

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Fred

Eu corria tão rápido que meus pulmões queimavam. Cheguei até a piscina, vi o Demônio Negro parado, com a faca ensanguentada. E Daphne caída na piscina, a água ao seu redor vermelha de seu sangue.

Olhei para ele.

  - Não! - berrei, me jogando dentro da piscina. - Não! Não, não! DAPHNE!

Andei até ela, batendo os braços na água desesperado. Não conseguia sair do lugar. Não conseguia respirar. Lágrimas escorreram dos meus olhos. Ela estava de bruços, imóvel, aquela piscina era enorme! Não conseguia me mover. Eu chorava. Chorava. Os soluços me atrasavam mais. Agarrei-a contra mim, berrando em desespero, virei Daphne para cima. Ela tinha os olhos fechados, o vestido manchado de sangue. Estava ensopada.

Estava morta.

Meus gritos cortaram a noite. Eu sacudi Daphne, apertando-a contra mim. Analisei o ferimento em sua barriga, era tanto sangue. Tanto sangue. Tudo estava vermelho. Solucei, agarrado a ela. Abracei Daphne com força.

Olhei para ele com tanto ódio.

Satisfeito, ele deu as costas para mim, e saiu andando. Chorei, segurando ela contra meu corpo. Eu a abracei, murmurando. Deus, isso não estava acontecendo. Não podia. Não conseguiria viver sem ela.

Ouvi um barulho de carro, era a Máquina de Mistérios estacionando na quadra.

  - Fred!

Olhei para eles, tremrndo. Velma e Salsicha pararam. Scooby desceu do carro, começou a latir. Correu até nós e ficou na beirada.

  - Ah, meu Deus.

  - Não, não! - Salsicha gritou, se jogando na piscina também. Ele me ajudou a trazer Daphne para a borda  eu a coloquei no chão e subi. Velma começou a chorar, indo para longe do corpo de Daphne, enquanto eu toquei seu ferimento.

Raspão.

Daphne abriu os olhos.

  - Ele já foi?

As lágrimas congelaram no meu rosto, os soluços de Velma morreram.

  - Ô, diabo.

Soltei o ar que segurava.

  - Ah, meu Deus.

  - MAS QUE PORRA É ESSA? - Salsicha perguntou.

  - Não morri, mas levei uma facada. Me ajuda.

Tirei meu paletó as pressas e pressionei contra o ferimento em sua barriga. Abracei Daphne contra mim e deixei as lágrimas rolarem.

  - Achei que tinha te perdido - consegui dizer.

  - Eu estou aqui - sorriu. - Sinto muito, Velma.

Ela abraçou a amiga.

  - Me assustou tanto - chorou. - Você é uma ótima atriz.

  - Era meu plano desde que ele invadiu a festa. Trazer ele pra cá. Sabia que conseguiria desviar o suficiente para me ferir, mas não me matar. Me joguei na piscina, assim o sangue espalha mais, e ele não iria querer entrar, se molhar, para ver se eu estava morta mesmo. Peguei uma faca na cozinha, cortei meu braço na queda, para sair mais sangue.

  - Genial - resmunguei. - Quase me matou de verdade.

  - Desculpe - sorriu.

Levantamos Daphne. Eu apoiei seu corpo ensopado, junto com o meu. Velma rasgou um pedaço de seu vestido e amarrou em seu braço.

- Agora, espero não morrer de verdade.

(...)

Eu dirigia, com lágrimas nos olhos. Mal conseguia me concentrar, estava em choque. A dor de perder Daphne, mesmo que na minha cabeça, foi tão forte que não conseguia parar de tremer.

Scooby-Doo: Você vai morrerOnde histórias criam vida. Descubra agora