Capítulo 17

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Fred

  - Fred, não me assusta. Acorda, Fred. Por favor. Fred!

Abri os olhos assustado, tendo como primeira visão a casca de uma árvore iluminada pelos faróis há trinta centímetros do meu rosto. Minhas mãos alcançaram o volante, coberto pelo air bag inflado e de repente tive um choque de realização do que aconteceu.

Olhei para Daphne, vendo seu olhar assustado agarrando o cinto de segurança em seu peito.

  - Merda. Você está bem?

Ela assentiu.

Olhei para trás, vendo Velma ajudando Salsicha a levantar com um grito de dor. Scooby estava agitado, andando pela carroceria abanando seu rabo.

  - O que aconteceu? - Salsicha disse, segurando seu braço contra o corpo, agora sentado de volta no banco.

  - Alguém tentou matar a gente - Daphne murmurou, num fio de voz.

Eu soltei meu cinto de segurança, sentindo a dor no peito causada por ele, me virei no banco e peguei um pé de cabra na caixa de ferramentas.

  - Fiquem no carro.

  - Fred!

Fechei a porta da Máquina de Mistérios e empunhei a ferramenta ao lado da minha cabeça. Olhei ao redor, já estava escuro, mas não tanto assim. Os últimos raios de sol estavam no céu, me dando visão do que aconteceu depois que batemos no caminhão.

Eu desviei para o acostamento, descemos um morro por uns dez metros e batemos contra a árvore mais próxima. A frente da van estava destruída do lado do passageiro, onde batemos no caminhão, e do motorista, onde a árvore se enfiou no painel agora todo quebrado.

Foquei meu olhar na estrada, já não tinha nenhum sinal de ninguém. Era como se tivéssemos batido em um caminhão fantasma.

  - Fred!

Me virei assustado, prestes a bater em quem quer que fosse, mas parei quando vi Daphne.

  - Daphne, mandei ficar no carro! Eu podia ter te acertado...

Daphne me abraçou, fazendo as palavras morrerem em minha garganta. Eu a abracei de volta, notando o quanto eu estava tremendo. Eu estava assustado, muito assustado.

  - Está tudo bem - garanti, me separando dela. - Estamos bem.

Ela assentiu. As portas de trás se abriram, e Scooby pulou para fora.

  - Que estrago - Velma resmungou, descendo também e analisou a frente da van. Fui até lá, passando as mãos pela cabeça ao ver o estado da minha van.

  - Eu sou capaz de homicídio nesse momento - resmunguei.

  - Não fala em homicídio. - Salsicha pediu. - Eu acabei de quase morrer. Podemos sair daqui?

  - Eu não sei, acho que sim. - Analisei a frente da van, se a árvore não tiver danificado o motor, pode ser que consigamos sair daqui.

  - Não devíamos ligar pra polícia? Aquele cara literalmente jogou o caminhão pra cima da gente. - Daphne perguntou. Olhei para Velma, e o olhar dela era o mesmo que o meu.

  - Não podemos confiar neles.

  - Então, tentam matar a gente, e não podemos fazer nada? Estamos sozinhos?

  - Sim até descobrirmos quem mais é infiltrado na polícia. - Respondi, abrindo a porta do carro e entrei.

Olhei para a árvore, que estava apenas há alguns centímetros do meu rosto.

Scooby-Doo: Você vai morrerOnde histórias criam vida. Descubra agora