Capítulo 13

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Fred

Mandei uma mensagem para Daphne, avisando que cheguei. Eram cinco e quarenta, e ela respondeu que estava indo. Eu achei que Daphne fosse convencer a mãe dela a deixá-la sair, mas quando a vi descendo as videiras de sua sacada no segundo andar, meu coração saiu para fora da boca.

De dentro do carro, eu a observei sorrateiramente descer a mansão Blake por suas plantas, correr pelo gramado e então começar a escalar a árvore no canto direito da casa.

Observei tudo boquiaberto, até ver ela em um galho passando por cima da grade. Ela pegou o celular e digitou algo.

"Põe a Máquina de Mistérios aqui debaixo."

Encarei a tela por alguns segundos, chocado.

  - Daphne Blake, você é o maior dos Mistérios.

Liguei o carro e o posicionei onde ela mandou, mesmo que tivesse que subir na calçada. Parei bem debaixo do galho que passava pela grade, e saí do carro.

  - Ai meu Deus, Daphne! - Sussurrei, vendo-a jogando as pernas para fora do galho, e então se esticando para alcançar o teto da Máquina de Mistérios.

  - É a fuga do ano. Não olha pra minha saia.

  - Não tô olhando pra sua saia. - Desviei os olhos da saia dela.

Ela soltou o galho e caiu uns trinta centímetros no ar até a lataria da van. Eu a ajudei a descer, completamente chocado.

  - Daphne, nós estamos indo pra igreja! - Analisei sua roupa, ela estava com suéter lilás e uma saia do tamanho do juízo dela.

  - Mandei parar de olhar pra miha saia. - Ela me empurrou para entrarmos na van. Lá dentro, eu olhei para ela com um sorriso.  - O que foi?

  - Nada. - Neguei, ligando a Máquina de Mistérios e eu ainda sorria.

Dirigi até a igreja e estacionei. Quando chegamos as pessoas terminavam de entrar para assistir o culto.

O pastor Abcott era marido de uma mulher ridiculamente loira e com muito botox na cara, de acordo com Daphne, e tinham cinco filhos, dois meninos e três meninas.

Agora quatro.

  - Cassie era a única das vítimas que tinha irmãos no país. - Sussurrei para Daphne quando entrávamos na igreja tentando passar despercebidos. Não conseguimos, graças a Daphne.

  - Acha que estão em perigo?

Olhei para as pessoas  na primeira fileira, com seus cabelos loiros cabsbaixos pela perda da irmã. Todos eram mais velhos que Cassie, menos um menininho que devia ter uns três anos.

  - Não sei.

Nos sentamos na última fileira, perto da porta. Todos já sentavam na grande igreja, deixando as conversas de lado para ocuparem seus lugares na frente da estátua de Jesus.

Voltei meus olhos para Daphne, ela olhava ao redor brincando com as próprias mãos, ela parecia nervosa.

  - Você está bem?

  - Só nervosa - respondeu. - Minha mãe me fez comer um montão de carboidratos no jantar. Queria que ela não soubesse. Não me deixa nem ir ao banheiro depois de comer. Tudo bem, que eu ia vomitar, mas é uma droga.

  - Não é muito compreensivo, mas no fim ela só quer que você fique bem.

  - Eu sei.

  - Está tomando seus remédios, pelo menos?

Daphne assentiu.

  - Eles também me deixam nervosa.

  - Vão te ajudar a melhorar. - Lembrei, e ela suspirou.

Scooby-Doo: Você vai morrerOnde histórias criam vida. Descubra agora