Scooby-Doo: Você vai morrer

Capítulo 30

Velma

  - Bem, consegui limpar o sangue. Vou fazer sanduíches - anunciou o mordomo.

Os últimos acontecimentos foram intensos. Achei que Daphne tinha morrido, depois achei que ela iria morrer. Fomos atacados. Eu sentia que não tinha nervos para sobreviver mais nenhum minuto sequer, mas Salsicha e Scooby me ajudaram. Ele me abraçou, Scooby deitou a cabeça no meu colo.

Fred veio para a sala depois de um bom tempo. Ele estava terrível. Meio molhado, seu rosto tinha adquirido uma expressão tão triste, tão acabada, que eu achava que duraria para sempre. Nunca ia passar. Ver Daphne morrer mudou ele.

  - Tem de quê? - perguntou Salsicha.

  - Queijo, alface e tomate, ricota com manjericão e peito de peru com maionese.

  - Quero, obrigado.

Salsicha pegou cinco e deu um pro Scooby. Peguei um. Não queria comer, mas sabia que logo meu corpo iria entrar em autodestruição se eu não comesse.

  - O plano da garota foi genial - analisou o Senhor E. - Vai nos dar tempo para planejar o final triunfal.

  - Precisamos acabar com ele. Antes que mate a próxima. - Anjinha disse.

  - Quem é? - perguntei.

  - A filha de Emily Hoffman. Ela mora na Alemanha. - Disse Ricky.

  - Hã, acha que ele vai pra lá? - Salsicha perguntou.

  - Não - negou o Senhor E. - Eu contrataria um assassino de aluguel lá.

Olhamos para ele.

  - É o que eu faria.

  - Eu acho que ele está irritado, sua ordem vai ter que ser quebrada, todo seu plano está atrasado, então ele vai matar todos o mais rápido possível. No final, importa menos se a filha de Emily Hoffman está na Alemanha, viva - falei.

  - Se a polícia foi esperta, colocou os filhos dos outros sob proteção policial.

  - Isso não ajuda nada, vão todos morrer - resmungou Salsicha. Ele estava certo.

Fred estava calado.

  - Precisamos de uma isca. Um local para encurralarmos ele - disse. - E uma armadilha.

Ele ergueu os olhos para mim.

  - Acha que pode fazer?

  - Com certeza - disse. - Eu tenho um plano.

Eu sorri. Talvez Fred ainda fosse Fred, assim como nós ainda éramos nós.

(...)

Fred

  - Sim. Preciso de um sistema de polias aqui.

  - Vou fazer os cálculos - Velma disse.

Nós planejávamos tudo na mesa da sala, todos tínhamos dormido aqui. Eu não confiava no Senhor E, nem em Anjinha, mas era nossa única opção no momento, e talvez Daphne só estivesse viva agora por causa deles. Velma dormiu no mesmo quarto que Salsicha e Scooby, enquanto eu fiquei com Daphne. Mal consegui dormir novamente, tinha pesadelos em que ela morria nos meus braços. A cada segundo checava se estava respirando, checava seus batimentos como o mordomo me ensinou. Ela estava estável.

Já tinha passado da hora do almoço, Ricky pediu para que o mordomo cozinhasse para todos. Ele ficava sentado o tempo todo, não conseguia ficar muito em pé por causa das próteses. Ele parecia ser um homem traiçoeiro, mas muito inteligente. Era ardiloso e parecia ter experiência no que estávamos fazendo.