Capítulo 14

206 25 36
                                    

Fred

  - Levanta, Salsicha! - Eu puxei o menino do chão e o empurrei para frente.

Que merda de dia ele foi escolher para ficar chapado?

Corríamos pelo outro lado do bosque, atraíndo o Demônio para o lado oposto de Daphne. Felizmente ou infelizmente, estava funcionando.

Eu conseguia ouvir ele correndo atrás da gente.

Velma chorava com a mão suada na minha enquanto corríamos, Salsicha parecia em um estado de exaustão e paranóia esquisito e perigoso. Eu os puxava, sentindo a dor do meu machucado cujo os pontos abriram, com certeza. Conseguia sentir o sangue colando minha camisa.

Eu só conseguia correr, e correr, e puxar os dois comigo. Velma queria desistir, mas eu não deixava.

Não até ver uma lâmina passando há centímetros da cabeça de Salsicha e todos nós caímos na terra. Ouvi o berro dos dois, enquanto rolamos em um tipo de vala cheia de mato no breu das árvores. Estávamos iluminados apenas pela lua quando parei de rolar e fui rápido em pegar a lanterna do bolso e acender.

Eu tremia, jogando a luz para todos os lados e só consegui encontrar Velma e Salsicha se movento nas folhas e sujeira.

  - Cadê ele? - Sussurrei.

  - Fred - Velma chorou, agarrando meu braço aterrorizada, e não era menos como eu estava.

  - O que está acontecendo? Cadê o Scooby?

Deus, cadê o Scooby.

Na mata escura, o Demônio se misturou ao breu e eu não tinha ideia de onde ele estava. Tinha a impressão de que só descobriria quando tivesse uma faca enfiada em meu pescoço.

Pensei em Daphne.

Pelo menos ela estava segura. Pelo meus eu tinha beijado ela de novo, como passei anos querendo.

Só nunca conseguiria dizer o quanto eu a amava.

Vi seus olhos cobertos pelas lentes brancas meio as árvores, e então o brilho da faca. Congelei completamente,  minha mão tremendo iluminava seu rosto. Velma se encolheu, chorando baixinho e segurei a mão de Salsicha.

Era isso.

Iríamos morrer juntos.

Pelo menos foi o que eu pensei, mas ele apenas ficou parado.

  - Fiquem fora disso, senão quem vai matar vocês não vai ser eu.

Sua voz era grossa, talvez forçadamente grossa demais, mas foi o suficiente para me fazer sentir todas as minhas forças sumirem quando ele se afastou e deitei na grama, olhando para a lua.

(...)

Daphne

  - Kim?

Olhei para Anton Sato.

  - Foi ele - chorei. - O Demônio Negro quer seu filho.

  - O que?

De repente eu estava cercada por quarenta policiais todos alarmados e confusos.

  - Ele nos atacou. Matou a babá. - Contei. - Ele queria Kim.

Anton tirou o filho dos meus braços, e senti meu coração apertar. No último sei lá quanto tempo, eu daria minha vida para proteger esse menino.

  - Senhora, preciso te deter.

  - O que?

Fui erguida do chão, e homens me seguravam. Comecei a chorar e me debater, e a confusão se instaurou. Por que estavam me prendendo?

Scooby-Doo: Você vai morrerOnde histórias criam vida. Descubra agora