Promessa de Retorno

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Durante os 3 dias de revestimento do Red Force fiquei no bar com Shakky, me sentia muito mais segura ali dentro, do que em qualquer outro lugar. Rayleigh se provou ser uma boa companhia também, sempre me contando histórias em relação ao meu pai ou interessado em escutar as minhas peripécias junto da tripulação do ruivo.

Mas em certo momento surgiu uma proposta, Shanks não tinha conhecimento para me treinar. Não com os meus poderes sendo algo além do entendimento dele, então Ray-san me disse.


Volte a me encontrar Sabaody em cinco anos. Nesse momento você estará pronta para dominar por completo todas as suas habilidades.


Seria ótimo ter alguém que entende como minhas habilidades funcionam para me ajudar a treinar, mas, ao mesmo tempo ficava preocupado sobre o que Shanks diria sobre isso.

A madeira rangeu e alguém sentou do meu lado.

— Três dias passam rápido quando se tem boa companhia — comentou —, você não está com uma cara muito feliz [Nome], achei que estaria mais feliz por estar deixando Sabaody.

— Estou feliz...

— Mas? O que te perturba criança? — indagou tentando me levar a continuar a falar.

— Sobre a sua proposta, ainda sou um membro da tripulação do ruivo a menos que meu capitão me libere e não posso sair do navio.

Rayleigh riu — Pelo jeito a lealdade de seu pai é outra característica que foi herdada. Não precisa me confirmar ou negar nada agora.

— E todo esse tempo de espera?

O mais velho riu e colocou a mão na minha cabeça — Não se preocupe com um velho como eu, estarei aqui em cinco anos quando você voltar. Se quiser, é claro.

Me virei para ele me lançando em seu pescoço num abraço, Rayleigh pareceu surpreso por um instante, mas logo me abraçou de volta.

— [Nome]-chan! — Alguém da tripulação chamou — Estamos prontos para partir!

Afastei meu rosto dele e olhei para onde o Red Force estava, todo mundo já estava a bordo, menos Shanks e Benn.

Ray desfez o abraço e sorriu indicando o navio com a cabeça — Vai, seus companheiros estão te esperando.

Concordei e me afastei, foi quando Shakky saiu do bar para se despedir também, acenei e corri na direção da tripulação. Shanks também se despediu com um aceno antes de dar as ordens para zarpar.

Me apoiei com os braços cruzados na lateral e observei aos poucos nós afundarmos no mar deixando a luz do sol e a terra para trás, Gallie estava do meu lado e também só olhava em volta. Shanks se aproximou e jogou um casaco grosso nos meus ombros.

— Vai congelar daqui a pouco.

— Obrigada — respondi e vesti meus braços nas mangas, o ruivo permaneceu do meu lado também observando. Mas logo ele se virou e se apoiou de costas na lateral.

— Você se deu bem com o Ray-san.

— Bem, ele é uma lenda para qualquer pirata — respondi —, sinto como se ele tivesse colocado algumas peças no quebra-cabeça do meu passado.

— E sobre o treinamento? — ele certamente não tinha modos de suavizar o assunto, indo direto ao ponto.

Fechei a minha mão em punho — Não quero ficar na cabine durante todas as tempestades, quero ser capaz de proteger meus companheiros e capitão. Quando virar um Yonkou não pode ter um fracote na tripulação não é?

O ruivo riu — Se é isso que você quer. Se prepare, a descida é meio turbulenta, quero que você fique no ninho observando junto com Gallie, afinal vocês enxergam melhor no escuro.

— Entendido capitão!

Não foi uma descida tranquila, diversos reis do mar se aproximaram para tentar atacar o navio, mas felizmente por conta de Shanks eles se afastaram. Eu me perguntava quando que eu conseguiria aquele tipo de controle sobre o meu próprio. Benn girou o leme e nos direcionou para a entrada da Ilha dos Tritões.

O local ficava sob a jurisdição do Barba Branca, então era uma zona livre para piratas pararem, porém, se eles arrumassem problemas teriam que se acertar com a lenda que era Edward Newgate.

— Hey, Yasopp! — O chamei, logo e ele olhou para cima. Já que eu estava no ninho — Quanto tempos vamos ficar aqui?

— Conhecendo Shanks pelo menos 1 semana — ele respondeu —, afinal tem sereias aqui.

— Já entendi — falei e pulei a borda do ninho começando a descida, voltando para o convés, alguém me ajudou a sair da corda e agradeci. Os marujos estavam todos na borda esperando ansiosamente para ver as sereias. E quando digo todos é com o ruivo incluso.

Mas acabei me rendendo e dei risada, não era idiota, sabia exatamente do que eles iam atrás quando atracavam nos portos, por isso só tinha que me conformar e ficar com aqueles que ligavam mais para bebida e comida do que para mulheres. Então, Yasopp e Lucky seriam minhas companhias.

— A ilha dos tritões tem os melhores doces da Grand Line — Lucky falou.

— Estou contando com você — respondi e bati na mão dele que estava estendida.

Quando chegamos perto da bolha vimos os primeiros tritões, as criaturas tinham que ver quais piratas estavam entrando na ilha submarina num tipo de controle, mas logo o Red Force foi liberado.

O lugar era realmente bonito, cheio de cores vivas e formas diferentes. Habitantes de escamas, tentáculos e caudas por todo lugar. A luz chegava até fazendo com que os raio de sol atravessassem a bolha criando uma bonita paisagem.

Gallie piou chamando a minha atenção e pousou na minha cabeça — Parece divertido né?

Benn delegou algumas funções logo que atracamos, antes dos marujos saírem pra fazer o que quisessem, coloquei a minha capa e Lucky me colocou sentada em seus ombros segurando um dos meus tornozelos. A ave pousou no ombro de Yasopp enquanto Benn ficaria com o capitão para garantir que ele não se metesse em problemas.

— Apesar do velho Barba Branca ter pego o local como território, os tritões não gostam muito de humanos — Lucky me explicou. Cruzei meus braços em cima da cabeça redonda dele.

— Por quê?

— Eles sempre foram discriminados pela aparência entre outras coisas, muitos foram vendidos como escravos em Sabaody.

— Isso é triste — falei e olhei para o céu artificial. — Não poder sentir a brisa do mar, ver o pôr do sol ou sentir a chuva. Até mesmo olhar as estrelas. Isso só porque nasceram com uma cauda ou uma cor de pele diferente.

— Nem todos pensam assim [Nome], por isso tome cuidado, crianças humanas são raras por aqui, isso vale para Gallie também. — Olhei para ave, mas logo voltei a olhar para frente — Mas não se preocupe, vamos proteger o tesouro do Red Force com nossas vidas.

Lucky soltou meu tornozelo pra fechar a mão em punho e eu dei risada.

— Obrigada, me sinto mais segura — Yasopp balançou a cabeça negativamente, achando provavelmente a conversa uma bobagem — Agora, em direção aos doces Lucky!

Apontei para frente.

— Vamos lá!







N/A: Obrigada por ler até aqui!

Até a próxima!

Wabi-Sabi - (Ace x [Nome] x Law)Onde histórias criam vida. Descubra agora