Surge a lenda

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As ordens foram para que se dividissem Lucky Roux atacaria um navio, Benn e Yasopp outro e Shanks iria cuidar do navio central da frota.

Nem o imediato, nem o atirador acreditaram quando uma figura de chamas surgiu do fim do navio da marinha, incendiando tudo e ceifando vidas com um fogo brilhante e de coloração incomum. Não era alaranjado, mas sim branco com as pontas de um tom de vermelho reluzente.

Estranhamente as chamas não avançavam contra nenhum dos piratas do ruivo, mas atacava sem piedade os marinheiros.

A madeira do navio rangia e as chamas consumiam tudo rapidamente, estavam com sorte por enquanto, mas em breve a estrutura afundaria por completo. Benn gritou para que eles voltassem para o Red Force, estavam sem comunicação com os outros dois grupos, mas ouviram e viram de longe as explosões.

As chamas envolveram o navio da marinha num furacão rodopiando em volta dele se erguendo numa coluna flamejante, quando estava tão alto quanto o mastro principal se dobrou, destruindo por completo a embarcação.

— De quem é esse poder? — Yasopp perguntou.

Benn, o imediato, apenas manteve o olhar fixo nas chamas e quando um pio soou acima de suas cabeças viu Gallie, a harpia que até então tinha desaparecido, sobrevoar com um corpo preso às garras. Ele correu bem a tempo de pegar nos braços, sentindo a própria pele queimar.

[Nome] não parecia estar com queimaduras, mas estava quente, era como estar carregando uma brasa nos braços. Seu corpo de criança coberto de cortes profundos e hematomas, a respiração fraca e debilitada quase sumindo.

— Yasopp a leve para dentro, vamos pegar Shanks e Lucky Roux e sair logo daqui, esses machucados precisam de tratamento imediatamente.

Um sibilo deixou a boca do atirador enquanto tomava a pequena [Nome] dos braços do companheiro, a levando para dentro do Red Force, onde ficaria segura até que pudessem tratar de seus ferimentos. É claro que o médico do navio já estava de prontidão, mas mesmo sendo exímio não sabia se seria o suficiente para impedir que a morte viesse ceifar a vida da pequena.

Assim como todos os outros, tinha certo apego pela garota, mesmo que tivesse abandonado o próprio filho. [Nome] era esforçada, tinha mais talento do que muitos novatos mais velhos, fazia, sim, parte de uma promessa feita a um amigo antigo do capitão. Mas não era só por isso que a protegiam, era uma companheira de bando assim como o restante.

— [Nome] perdeu muito sangue — o médico disse —, ainda que eu feche seus machucados, não sei dizer se vai ficar tudo bem. Essas queimaduras provavelmente são de tortura assim como os cortes, não parece ter nada a ver com o que disse que viu.

— Yasopp, para estar tão machucada assim, fica claro que independente do que perguntaram. Não tiveram uma resposta.

— Claro que não, [Nome] tem a cabeça tão dura quanto o capitão.

— Oh, isso é interessante — começou o doutor —, essas cauterizações, o sentido delas, foi [Nome]-chan que fez. Apesar de recentes, não parecem tão graves quanto as queimaduras nos braços, e o formato, é como se fosse a impressão de uma mão.

Não demorou para a ficha cair, a figura que ergueu do meio das chamas brancas e vermelhas, o ataque apenas aos marinheiros. Foi uma ação de [Nome].


— Capitão, o que é essa criança, não me diga ser sua?

O ruivo sumiu por alguns dias após dar um aviso à tripulação, e quando retornou tinha nos braços uma garota que não tinha mais de cinco anos de idade.

— É claro que não — ralhou de volta. Sorrindo para a pequena que dormia com o rosto apoiado em seu ombro sem sequer ligar para os barulhos. — Um bom amigo me pediu para tomar conta dela.

— Sem ofensa, mas não tem ninguém aqui capaz o suficiente para cuidar de uma garota.

— Yasopp tem um filho.

O atirador reclamou da proa, descruzando os braços — Oi, Oi, é algo bem diferente cuidar de uma menina e de um menino. Não pode simplesmente deixar ela numa ilha com um convento ou algo parecido?

— É claro que não. [Nome] é especial, Cyrus não me disse o porquê, mas acredito em suas palavras.



Realmente o pai verdadeiro dela estava certo, ter aquele poder mesmo livre de uma fruta do diabo era algo extraordinário. Shanks parecia desligado, mas sempre estava certo, ouviu uma comoção no deck e em pouco tempo o capitão passou pela ala de enfermaria o lado direito do rosto pintado completamente de vermelho.

— Capitão! — médico virou em sua direção.

— Não se preocupe comigo, é apenas um corte — Shanks pegou um pano qualquer e manteve sobre o rosto, colocando a mão livre sobre a cabeça de [Nome].

Parecia impossível decifrar o que passava na mente dele, então o atirador sequer tentou. O capitão virou as costas — Tem mais navios vindo nessa direção, preciso de você nos canhões Yasopp.

E saiu sem dar uma segunda palavra, o outro homem sem ter outra opção o seguiu.

Cuidariam de um problema de cada vez.







N/a: Obrigada por ler até aqui, Xx!

Wabi-Sabi - (Ace x [Nome] x Law)Onde histórias criam vida. Descubra agora