Capítulo Vinte e Nove

85 9 0
                                    

Nós estamos todos atentos, atentos ao sinal de Nakamura. Até mesmo a multidão parecia tensa com o que foi dito. E então, um som estridente soou, e assim soubemos... A prova tinha se iniciado...

" - Você precisa ir, Yuuhi. Entregue isso a minha madrinha. - eu falava nervosa ao meu familiar, que parecia relutante em aceitar a ordem.
- Mas... você vai mesmo ficar bem? "

Polônia está a minha frente, analisando minha situação, porém quando eu menos esperava eu via treze versões da velha bruxa a minha frente.

- Katrina Merlin... Eu já ouvi falar de você... - ela disse com sua voz rouca e murcha, parecia se divertir com minha confusão ao tentar achar a verdadeira. - Vai ser uma grande honra matar você... - ela disse sombria e não falava simplesmente como uma feérica que foi escolhida para lutar, não, eu sabia que não.

" - Yuuhi, a informação que temos em nosso poder a valiosa, muito valiosa, e perigosa. Preciso que ela chegue aos grandes líderes, e não confio que Alastor levará essa informação a eles, mas confio na minha madrinha.
- E como vai ficar sua amiga, qual o nome mesmo... Serafin?
- Eu... não sei... - disse suspirando.
- Ela não sabe que a carta está em nosso poder, não sabe das nossas intenções, podemos usá-la como um dos nossos peões - o familiar falava absurdamente sério.
- Mais do que ela já é usada? Eu realmente não entendo o que as levou fazer isso. Eu quero ajudar a Serafin, mas no momento não podemos nos expor.
- Como queria, Katrina... - e falando isso, o familiar sumiu pelas sombras me deixando sozinha perdida em meio a um oceanos de pensamentos. "

Desviei de algumas rajadas sonoras que a bruxa lança em minha direção, em minha mão direita carrego uma espada de lâmina grande e afiada, que fiz na pressa para cortar os clones de Polônia. Essa é uma habilidade muito interessante das armas feitas de magia bruta, em contato com os feitiços bruxos pode resultar em cancelamento absoluto da técnica adversária. Aproveitando que a anciã se distraiu eu arremessei minha espada em sua direção, porém ela desviou a tempo somente cortando sua bochecha.

- Acho que te subestimei, Garota... - ela disse levando a mão esquerda até o local por onde o sangue escorria. - Vamos elevar o nível - e assim que ela terminou de proferir essas palavras uma sequência consecutiva de fortes ondas de som bateram contra meu corpo, mas para evitar que eu saísse voando pela arena criei uma enorme bigorna com minha magia e a segurei com força. Assim que os ataques consecutivos cessaram eu criei uma bastão-espada para atacar a fêmea a minha frente, e sem exitar eu fui em sua direção, porém no meio do meu caminho fui barrada por Yskai, que usando sua espada fez com que tivesse um atrito que repeliu ambos. Sem tirar os meus olhos dos dois seres a minha frente, analisei minha situação. Para ele estar aqui, quer dizer que Nefert já caiu. A minha esquerda ouço sons de luta corpo a corpo, e logo tenho Certeza que é Vy e Alurís. Rodeando meu corpo por uma camada de magia, como se fosse uma armadura, ataquei os dois a minha frente com tudo de mim. Os dois me atacavam incansavelmente, mas eu conseguia me manter estável na arena.
- Você é forte, Garota - o elfo da água disse bufando, parecia insatisfeito ao admitir isso.
- Eu sei, queridinho - falei sorrindo, e com essa ação criei centenas de espinhos acima de mim e enviei na direção dele e da bruxa. O elfo desviou de todos, já Polônia criou uma barreira de som a sua frete; entretanto está não foi forte o suficiente, e foi rompida por um dos espinhos que acertou o ombro esquerda da bruxa fazendo com que ela desse um grito estridente.
- Maldita! Maldita filha da magia! - ela urrou.

Colocando a bruxa um pouco de lado, parti para um combate corpo a corpo com o maior ali presente. Seu tamanho extenso era uma desvantagem para mim, mas com o corpo fortificado pela armadura mágica nossas forças se igualavam. Dei três chutes em direção a sua cabeça, e na tentativa de desviar dos meus golpes consecutivos ele caiu no chão. Sem perder tempo criei três lâminas e as cravei em seu corpo, paralisando pernas e dorso. Olhei a minha volta, procurando Polônia, e a mesma agora estavam em combate com Vy, que parece ter vencido Alurís. Criei grandes correntes acopladas as minhas mãos e as arremessei em direção a bruxa, que desviou.

- Maldita! - urrou novamente com raiva, parecia odiar a hipótese de uma estudante ser mais forte que ela. - Mas não se preocupe, logo isso vai acabar - ela disse dando um sorriso macabro e soltando ondas de som furiosas em nossa direção. Talvez fosse contra as regras, mas criei uma parede protegendo a mim e a Vy.
- Será mesmo? Se aliar ao paladinos... que escolha estúpida - eu disse, e vi a mesma fazer uma expressão desacreditada. Aproveitando de sua distração, fiz diversas investidas com as mãos rodeadas de magia, e a cada soco que eu desferia no chão uma grande cratera se abria. Vy parecia perdido, mas atacou a feérica por algumas vezes. Foi quando eu ouvi, a multidão gritava desesperada. Atenta a isso levei meu olhar a eles, foi quando eu vi: centenas de feéricos de longos cabelos platinados, vestes brancas e douradas e asas inferiores em seus quadris eu tive certeza, o ataque dos paladinos havia começado.

" Yuuhi tinha acabado de sair, eu estava cansada demais e me deitei em minha cama temporária. Suspirando olhei para a carta que roubará de Serafin, e pegando a mesma eu reli seu conteúdo...

' Minh amada filha, como tem passado?
As coisas no clã não poderiam estar melhores! Recentemente os Paladinos nos visitaram, a invasão será em breve! Você não terá que ficar mais entre essas pessoas desagradáveis, você já fez demais pelo seu clã nos passando informações, seu sofrimento está perto do fim, minha querida filha. Espere só mais algumas semanas, sim?

- Com amor, Fagh Toofh.'

Ah, Serafin... Tão igual a... mim. Duas jovens Feéricas forjadas para lutar por uma causa que não é sua, forçadas, abandonadas a própria sorte em um local desconhecido para os espionar. Eu quero te ajudar, minha... amiga. Até pensar nessas palavras parece uma tarefa difícil, Pelo Caos! "

- Você pode até ser forte, Senhorita Darcy Merlin, mas nem mesmo o bichinho de Nakamura é capaz de impedir o que está por vir - ela dizia, parecia extremamente feliz com aquela invasão. - Por séculos as bruxas foram menosprezadas pelas outras raça, mas não mais. Agora, hoje, nós declaramos guerra a todas as nações - ela cantarolou o final de sua frase, rodando na arena. - Só acho que seria uma pena eu sair daqui sem nenhuma morte... - ela disse baixo, mas eu a ouvi, e em questão de segundos se corpo se desfez em uma especia de névoa, uma ilusão! Me preparei para um ataque da mulher, mas ele nunca veio. E a minha direita ouvi um som de engasgo, e me virei somente para me deparar com Vy engasgando com seu próprio sangue aos pés de Polônia que sorria, em sua mão uma adaga pingava o sangue escurecido do garoto. Não... Não...
- Maldita...
- Oh! A princesinha de Alastor não gostou que eu matei o amiguinho? Coitadinha! Vai fazer o que? Hein, sua vadiazinha?!

Só que a cada palavra sua voz ficava distante, e então eu senti. Senti todo meu poder correr fervendo por minhas veias, e eu sabia que o mesmo que aconteceu na noite da morte dos meus pais iria se repetir... Um explosão da magia saiu do local do meu corpo, empurrando a mulher para longe, mas não era eu quem estava no controle, eu só era uma espectadora de minhas próprias ações. Em milésimos eu estava atrás dela, e a joguem em uma coluna da arena com toda a força que eu possuía, pude ouvir o som de seus gritos ao ter seus ossos quebrados com o impacto, mas não me importei e me aproximei dela. Ela não podia lutar contra mim, ela sabia. Seu olhar se tornou horror conforme eu me aproximava. Criei uma lâmina mágica e a levei em direção ao meu braço, abrindo um corte de aproximadamente quinze centímetros nele, e enfiando meus dedos na carte procurei até encontrar um objeto de metal, e então o arrancando de dentro de mim. Uma lâmina completamente diferente das minhas lâminas verdes feitas por mágica, ela era feita de um material inteiramente negro, e em seu cabo escritas em feérico antigo estavam gravadas. Pude ver o horror se transformar no mais puro desespero quando ela colocou os olhos na adaga, a reconhecendo. Ela tentou correr, mas eu já estava perto e a segurei pelos seus cabelos.

- É isso que eu vou fazer, vadiazinha - e com essa frase, cravei a adaga em um de seus olhos. Ela não gritou, o efeito da adaga era indolor, mas aos poucos ela foi sentindo sua alma ser tirada de seu corpo, tendo como sua última fala uma simples palavras que ela sussurrou antes de encarar um destino muito pior do que a morte:
- C-celestial... - e após isso, seu fim foi dado. Sua alma eternamente aprisionada na adaga de Abbadom, onde ela seria eternamente torturada em uma dimensão apocalíptica até o fim dos tempos.

Soltei seu corpo o vendo cair aos meus pés, não pude evitar de sorrir com isso. Contudo, eu não podia perder meu tempo aqui, então logo enfiei a adaga em minha carne pela mesma abertura que eu fiz, e observei ela se curar em questão de segundos ao perceber que a adaga estava de volta ao seu lugar.







A Herdeira de MerlinOnde histórias criam vida. Descubra agora