Capítulo Dezenove

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       A minha frente grandes muros de madeira mostravam um longo corredor, cada um dos campeões está posicionado a frente de uma entrada, somente aguardando as instruções do Diretor.

       — Meus queridos feéricos — Alastor pronuncia em cima de uma plataforma flutuante acima do público. — Hoje aqui nos reunimos para presenciar a segunda tarefa da grande disputa das raças! Como todos já sabem como as coisas por aqui funcionam, irei pular a enrolação. Competidores, estão prontos?

        Concordâncias em uníssono foram ouvidas vindas de nós.

         — Excelente! A prova irá funcionar da seguinte forma: quando eu autorizar, vocês devem correr labirinto a dentro, com o intuito de achar um adorável e pequeno espelho com seus nomes, mas não se enganem, os desafios que estão prestes a enfrentar superam tudo que já imagiranam! Vocês podem usar toda e qualquer habilidade que tiverem, com excessão de invocações ou magias que envolvam outros seres vivos, e que a sorte esteja com vocês! Se preparem! — ao ouvir isso todos viramos nossa atenção para o labirinto, alguns com receioso do que viria a seguir. E então, Nakamura anunciou, com sua rouca voz pode-se ouvir o sonoro: Vão! E assim, fizemos.

        Correndo labirinto a dentro eu sentia meus cabelos balançando ao vento. Quando eu já estava a uns trinta metros da entrada pude notar algo sobre os muros desse lugar: eles impedem habilidades sensoriais. Que droga! Agora não posso rastrear os outros competidores. Continuei a correr. Pensa Katrina, pensa! O que mais do seu arsenal você pode usar? Enquanto me decidia, parei ao ver uma Aracnotitã em meu caminho. A aranha de aproximadamente cinco metros de altura emitiu um rugido estrondoso que fez com que as estruturas do labirinto tremessem diante de tamanho som. Revirei os olhos. São mesmo conhecidas por se imporem a base do grito, que perda de tempo. Manipulando minha energia mágica eu transformei minha magia em uma enorme lâmina verde, que foi arremessada em direção ao aracnídeo que foi cravado na parede de madeira em meio ao gosmento sangue preto que escorreu dela com um murmuro de dor. Odeio insetos.

       Onde esse espelho pode estar? Devo usar a expansão de domínio?

         Sem muitas outras alternativas, voltei a correr pelo labirinto. Muros. Aracnotitãs. Nyris selvagens. Corria e corria, as paredes pareciam nunca ter um fim. Onde estou indo? O que estou fazendo? A prova! Tenho que concluir. Estava concentrada em meu objetivo quando vi surgir em minha frente uma enorme Okia, uma criatura de cem pernas e mil olhos, com o corpo preto-azulado e enormes dentes que escorrem veneno. Odioso, logo criei uma lâmina para acertala como fiz com as aracnotitãs, porém quando a lâmina está prestes a perfurar seu corpo ela se dissolve em um líquido prateado. O que aconteceu? Como eu odeio estar no escuro! Sem mais opções voltei a correr pelo labirinto. Direita. Direita. Esquerda. Fui seguindo esse padrão, só que quando eu menos pude perceber eu estava de volta a área onde tinha matado a Okia. Mas o que?...

      Katrina!

      Ouvi uma voz suave me chamar ao longe.

      Katrina!

       Estava mais alto. Eu conheço essa voz...

       Minha pequena Katrina!

       Não pode ser....
     
      Eu estou aqui, Katrina! — a voz disse chorosa a menos de cinco metros de mim, uma fêmea linda estava ali, bem diante de mim. — Minha menina...

       — M-mãe? — eu disse com um fio de voz. Seria mesmo possível?
       — Minha menina! Minha pequena Katrina! — ele chorava muito, parecia erroneamente feliz em me ver. Eu estou alucinando, é a única resposta! Mas... Pela primeira vez, eu me deixei seguir meu lado emocional.
        — Mãe! — eu a abracei fortemente chorando em seus ombros, me sentindo acolhida em seu abraço quente. Eu não quero acordar! — Eu senti tanto a sua falta...
         — Minha filhinha... — ela sussurrava em meio a soluços acariciando meu cabelo. — Eu queria tanto que pudéssemos ter passado mais tempo juntas, meu amor... Eu te amava tanto — ela chorava. — Te ver crescer, sem poder ao menos te abraçar me machucou tanto, eu só queria poder estar... Ali. Pra você. Eu te amo tanto, minha menina.
        — Mãe...
        — Não me deixa de novo. Não me deixa ir de novo! Eu não quero voltar pra lá, filha! É frio, solitário... Vazio.
        — E o meu pai?
        — Seu pai... — de repente ela parece ter lembrando de algo terrível, por me afastou e colocou as mãos no cabelo se ajoelhando no chão a minha frente. — O que aconteceu com seu pai? Eu... Não Consigo lembrar. Eu não consigo! Não consigo! — ela gritava desesperada, o que me assustou de primeira. — Estávamos juntos... Eu lembro... O que aconteceu depois? E-eu não quero voltar, não me abandona de novo! Eu não posso te perder de novo... Tá doendo tanto...
         — Mãe... — eu não sabia o que falar em meio ao desespero de quem tanto amo. Tentei tocar ela novamente, mas ela se afastou assustada.
         — É CULPA SUA! você nos matou!
         — O-o que? Não! O que você quer dizer? — perguntei assustada.
         — Você poderia ter feito algo... — ela dizia, seus olhos ficando cada vez mais opacos. Não sei o que viria a seguir, mas pela primeira vez na vida senti que não estava preparada pra algo.
    

A Herdeira de MerlinOnde histórias criam vida. Descubra agora