Just Dance - Uma história de amor entre Brasil e Coréia do Sul

Capítulo 37

Abri meus olhos e estava sozinha na minha cama. Será que foi um sonho? A saudade é tanta que to imaginando ele aqui?

Virei pro outro lado e vi um Hoseok, só de bermuda, parado na porta do meu quarto.

Não foi um sonho!

- Bom dia namorada! Está com fome?

- Eu achei que tinha sonhado... – falei meio sonolenta.

- Com o que?

- Que você estava aqui.

- Não sonhou não. – Ele se aproximou e me deu um beijo na testa. – Fiz um café e sanduíches, não tinha muita coisa então improvisei.

- Ahm, eu acabei ficando mais no hospital do que aqui e não fiz mercado... – falei envergonhada.

- Tudo bem! Você quer que eu traga aqui?

- Não precisa, já vou levantar.

Ele assentiu e saiu do quarto, eu levantei, troquei de roupa e fui no banheiro escovar meus dentes.

Cheguei na cozinha e o cheirinho de café estava por todo o ambiente. Quando eu imaginei que Jung Hoseok ia estar na minha cozinha? Eu não estava acreditando naquilo.

Apesar de tudo que estava acontecendo, Hobi conseguia deixar meu dia mais leve e alegre, sem precisar fazer nada.

- O médico disse pra eu ir pro hospital às 19h, caso precise ir antes ele me avisa. Quando vocês vieram pra cá, você conheceu alguma praia?

- Não... depois que você me salvou no café eu não saí mais do hotel! – ele disse rindo.

- Então o que você acha de conhecer uma hoje? Podemos ir e depois vamos direto ao hospital. Eu to com um palpite que hoje o dia vai ser bom.

- Claro, eu amo praia e amo estar com você. E tenho certeza que a noite teremos boas notícias sobre a sua mãe...

-Acho que aqui ninguém vai te reconhecer, mas é bom você usar óculos e chapéu, só pra garantir.

- Pode deixar... – ele assentiu sorrindo – eu vim preparado.

Peguei algumas coisas que ia precisar ao longo do dia e coloquei numa mochila. Hobi parecia o legítimo brasileiro: Havaianas, bermuda e uma regata, mas o óculos e o chapéu entregavam que era turista. Eu olhava pra ele e ria, o primeiro riso que eu dava em alguns dias.

- Eu to engraçado? – ele perguntou me encarando.

- Não, você tá lindo!

- Então porque tá rindo de mim?

- Eu não estou, vamos! Como temos bastante tempo, vou te apresentar o maravilhoso transporte público da minha cidade!

Ele pegou a mochila das minhas mãos e colocou nas costas e saímos.

- Hoje você vai treinar o inglês ok? O coreano vai chamar muito a atenção das pessoas.

- Tá bom, vou tentar! – sorrindo daquele jeitinho que só ele sabe.

Pegamos o primeiro ônibus em direção a Lagoa da Conceição, eu morava perto do centro, mas tínhamos que fazer uma baldeação lá para chegar até a Barra da Lagoa, minha praia preferida de toda a ilha.

A viagem duraria cerca de 45min, ficamos conversando ao longo do caminho e por um tempo consegui me desligar de tudo que estava acontecendo.

Descemos do ônibus e fomos esperar o próximo, dali seria mais uns 30 min até a Barra, eu estava animada pra mostrar pra ele. Apesar de existir praias lindas na Coréia e ele já ter rodado praticamente o mundo todo, a Barra tinha meu coração e eu queria muito que ele gostasse de lá.