Quatro

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Aperto a mão de Giulia quando vamos atravessar a faixa para chegarmos no parque, ela bufa quando começo a andar rapidamente, olho para trás e ela aponta para os pés e depois para mim

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Aperto a mão de Giulia quando vamos atravessar a faixa para chegarmos no parque, ela bufa quando começo a andar rapidamente, olho para trás e ela aponta para os pés e depois para mim.

- Desculpe - falo andando mais devagar e ela sorri.

Chegamos na frente do parque e começamos a andar até a grama.

Paramos em um local com sombra e me sento apontando para o lugar ao meu lado, ela tira os sapatos e sorri ao sentir a grama em seus pés.

A vejo inspirar e expirar e só então sentar ao meu lado, ela sorri para mim e olha ao redor.

- Estou me sentindo em um monólogo falando sozinho - ela me olha torcendo os lábios em uma expressão fofa - Vamos fazer assim, te faço uma pergunta e me responde escrevendo aqui no meu celular.

Entrego a ela aberto em notas.

"Cadê meu algodão doce?" - ela digita e me mostra, dou risada e ela faz um biquinho.

- Vou comprar - falo, fico de pé e olho ao redor procurando um carinho de algodão doce - Fica paradinha aí que já volto.

Ela assente e saio em direção ao carrinho, peço um algodão doce grande e volto para onde ela está.

- Trouxe duas cores, não sabia a sua preferida - falo colocando o palito em sua mão.

"Obrigada"

- De nada - respondo, vejo ela pegar um pouco de algodão com as mãos e levar aos lábios dando um sorriso e fechando os olhos.

"Você quer?" - digita.

- Quero - pego um pouco, e ela sorri - O que você gosta de fazer?

"Gosto de dançar, sou bailarina e você?"

- Gosto de nadar, uma vez ou outra treino boxe e estou terminando minha residência, então seguirei na área de pediatria - falo orgulhoso.

"Eu também gosto de assistir a Barbie" dou risada e ela também.

- Nunca assisti - falo e ela me olha parecendo chocada.

"Vamos assistir? O titio me deu de presente a coleção de todos os filmes, está lá na casa dele" olho para ela que parece em expectativa.

- Ok, vamos - fico de pé e seguro a mão dela ajudando a ficar em pé, ela de entrega o celular e aperta minha mão, limpo minha roupa e olho para ela - Sua roupa está suja de grama.

Ela solta minha mão e entrega o algodão doce começando a sacudir sua roupa.

Depois pega minha mão e aperta, pega o algodão doce e começa a comer, vamos andando para o apartamento do Louis e ela vai olhando tudo ao redor parecendo curiosa, realmente como uma criança.

Entramos no apartamento e encosto a porta, ela corre para o sofá e pega o controle ligando a TV, ela mexe nos botões e aparece o desenho da boneca na TV.

Giulia bate ao seu lado no sofá e me chama com as mãos, me sento ao lado dela que sorri olhando para a TV.

O filme começa a rodar e fico prestando atenção, Giulia levanta e faz sinal para eu esperar, ela vai no corredor e volta segundos depois com uma chupeta na boca.

- Uau, você fica fofa - falo e ela sorri com as bochechas vermelhas, olho para ela e engulo em seco desviando meu olhar para a TV.

Percebo ela inquieta e então a vejo levantar e ir a cozinha, pauso o filme e vou atrás, vejo ela olhando no armário, geladeira e microondas e então fazendo um bico cruzando os braços.

- O que foi? - questiono.

Ela caminha até a lixeira e pega a caixa de leite me mostrando e fazendo um sinal negativo.

- Não tem leite? - ela nega fazendo uma cara emburrada e fofa - Nós podemos ir comprar o que acha? Estou com meu carro lá embaixo.

Ela pega um bloquinho de notas e escreve algo.

"Não sei onde está meu cartão"

- Não tem problema, eu pago - falo pegando o bloquinho da mão dela - Vamos.

Ela assente e segura minha mão, puxo ela para a saída e entramos no elevador.

- Giulia, que bom ver você - uma garota diz sorridente - Para onde está indo?

Giulia aponta para a boca e faz sinal de negativo.

- Não quer falar comigo? - questiona.

- Ela não está podendo falar - explico e a garota me olha sorrindo.

- E você quem seria? - questiona parecendo curiosa.

- Irmão da Giulia - falo e ela arqueia a sobrancelha.

- Abençoado seja o Peter Picasso - diz e a olho confuso, vejo Giulia rir e a menina a olhar - Então, eu sou Tiffany, nome de puta? Sim, mas não sou puta.

- Ah sim, bom saber eu acho - falo confuso.

- Onde estão Peter e Louis? Eu nunca mais os vi, cheguei hoje de viagem, estava aproveitando as férias do trabalho - fala e olho para Giulia que começa a querer chorar - O que foi?

- O Peter morreu - falo baixo e Giulia sai correndo quando o elevador abre - Com licença.

- Pede desculpas por mim - diz.

Saio do elevador e saio para fora do prédio, vejo ela correndo e entrando em um beco, caminho rápido até ela e suspiro entrando no mesmo lugar e a vendo abaixada no chão chorando com a cabeça entre os joelhos.

- Ei - a chamo que balança a cabeça, me abaixo e passo os braços em volta dela - Eu entendo que seja dolorido para você, e lembrar assim dói ainda mais.

Ela soluça e me aperta, toco seus cabelos e faço carinho em sua cabeça, Peter parece ter sido um bom pai para ela, imagino que por isso ela esteja assim, ainda mais que foi ela quem o encontrou.

- Vamos voltar para o apartamento - chamo e ela fica de pé esticando os braços para mim - O que foi?

Ela chega perto de mim e abraça meu pescoço.

- Você quer que eu te carregue? - pergunto e ela assente - Ok.

Ela toma impulso e passa os braços ao redor da minha cintura, seguro suas pernas e abraço suas costas começando a andar para o prédio, por sorte não tem muita gente mas ruas e as poucas que tem não se importam.

Chego no apartamento do Louis e tento a colocar no chão mas ela nega apontando para o sofá, me sento com ela que liga a TV e coloca o desenho novamente, mas dessa vez abraçada em mim.

Aperto ela tentando fazer com que ela se sinta segura.

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Doce amorOnde histórias criam vida. Descubra agora