Vinte e três

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- Então Giulia, esse foi o cinema que viria com seu amigo? - questiona

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- Então Giulia, esse foi o cinema que viria com seu amigo? - questiona.

- O Sávio disse que iria vir para cá e perguntou se eu queria vir também - respondo dando de ombros - Só soube quando estávamos chegando, e eu não estou bebendo álcool.

- Você nem poderia estar em um lugar desse, pois tecnicamente ainda é menor - diz cruzando os braços e parecendo irritado, ele olha para Juan e o encara de modo sério - E pelo que eu saiba esse ao seu lado não é o Sávio.

- Sou Juan, sou da companhia de balé da Gi - diz esticando a mão para o Nono, mas ele não segura - E você?

- Esse é o Nono, meu irmão - respondo vendo que o Nono não respondeu.

- Vamos embora Giulia - diz sério.

- Eu tô me divertindo, senta aqui também - falo mostrando a outra cadeira.

- Eu sou o responsável por você, e quando saiu de casa era dizendo estar indo para o cinema e não para um lugar onde não é verificado se você é de maior, por tanto não ligo se está se divertindo, vai vim agora comigo - diz sério e engulo em seco - Vamos Giulia.

- Eu não quero ir - falo cruzando os braços sobre o peito - O papai sempre deixava eu fazer o que quiser, você não pode me proibir.

- Ele deixava quando estava vivo, mas agora está morto e não faz diferença - diz e comprimo os lábios para não chorar com sua fala - Vamos embora.

Me coloco de pé e passo por ele, desço a escada e caminho em direção a saída do lugar.

Deixo minha cabeça baixa e sinto as lágrimas descendo do meu rosto, limpo e mordo os lábios para não chorar.

Noah segura minha mão e puxa até a porta saindo apressado, caminhamos pelo estacionamento até o carro dele.

Sento no banco e abraço meu corpo, ignoro ele e vou o caminho todo calada no meu canto.

- Chegamos - ele diz depois de um tempo e levanto minha cabeça vendo que estamos de frente a sua casa.

Abro a porta e saio correndo, pego a chave na bolsa e entro na casa correndo até o quarto me jogando na cama, cobrindo meu corpo e chorando.

- Por que está chorando? - questiona sentando atrás de mim na cama.

- Você é muito ruim - falo chorando.

Respiro fundo e me sento ainda soluçando, eu gosto de ser como uma criança, é bom, me faz bem, mas as vezes preciso agir como adulta e acho que esse é um desses momentos.

- Tudo bem ficar preocupado e não querer que eu saia por aí sozinha com outras pessoas, tudo bem ficar com raiva porquê eu não avisei sobre ir ao pub que o Sávio me chamou de última hora, afinal você está cuidando de mim - falo com a voz embargada - Mas dizer aquilo sobre o papai me machuca, é claro que tudo que está ligado a ele faz diferença em minha vida Nono, as coisas que ele gostava e não gostava.

Passo as mãos no rosto limpando as lágrimas e vejo ele engolir em seco ao me olhar.

- Se ele não deixava eu fazer uma coisa quando estava vivo eu não vou fazer nunca em minha vida, mas se é algo que eu sei que ele não liga e me deixava ser livre eu quero continuar sendo livre - falo.

- Giulia eu... - ele começa.

- A verdade Nono é que você ficou confuso e com raiva, eu posso ser desse jeito que sou, mas entendo muitas coisas - ele me olha - Eu entendo que gosto muito de você, e não é só pelo fato de ser meu irmão, é além disso Nono, sabe o que não entendo? É quando dizem que amor é amor se alguns deles são restritos, porque eu gostar de você e dos seus beijos é errado? Não seria a mesma coisa? Eu gosto e sei que você também Nono, a diferença é que você parece ter medo, só que com isso você me machucou quando falou aquilo do papai, eu não sei como e porque ele não fez parte da sua vida, mas sei que da minha ele fez, me amou, cuidou e fez de tudo por mim, então não admito que diga que ele não faz diferença porquê faz sim.

Abraço meus joelhos e começo a chorar, eu só queria meu pai aqui, ele saberia exatamente o que dizer em uma situação como essa.

- Me desculpe Bonequinha - diz levantando meu rosto e me olhando - Me desculpe, de verdade.

Soluço e ele limpa minhas lágrimas, vejo ele suspirar e encostar seus lábios nos meus em um beijo calmo, suas mãos seguram meu pescoço e apertam devagar.

Me afasto dele e limpo os lábios vendo ele me olhar de cenho franzido.

- Não Nono, se me beijar você vai se afastar se culpando, depois vai se afastar de mim e eu vou ficar me sentindo mal e culpada também, então vou chorar, depois você me pede desculpas e faz outra vez - falo chorando - Eu não sou burra Nono, só gosto de ser como criança, mas quando preciso sei agir como alguém responsável, e sei que isso não faz bem.

Me levanto da cama e pego o lençol enrolando em meu corpo e o olhando.

- Eu vou dormir no sofá, ele é grande e cabe eu lá, não vai ficar desconfortável - falo me afastando da cama.

Ele me olha sem dizer nada, soluço e começo a caminhar até a sala, me sento no sofá e tento respirar fundo para esquecer tudo.

- Foda-se tudo - ouço Noah dizer e então aparecer na sala.

Ele caminha até mim e se senta ao meu lado me puxando para seu colo e me beija do com vontade, tento resistir, mas dar beijinhos é bom.

Suas mãos apertam minha cintura e nuca, as minhas seguram seus braços com força.

- Ok Giulia, talvez eu concorde com toda essa loucura e não estaja pensando nisso agora - diz após separar nossos lábios - Não sei o que está reservado, mas estou aqui agora deixando que isso aqui dê onde tenha que dar.

Encaro ele e engulo em seco procurando em seus olhos algumas coisa.

Ele sorri para mim e me beija novamente.

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Doce amorOnde histórias criam vida. Descubra agora