- Eu vou limpar esse machucado no seu rosto, fica sentada aí que já venho ok? - falo a Giulia que assente com um bico de choro.
Caminho até o banheiro e pego um kit de primeiros socorros no armário, paro por dois segundos e respiro fundo não acreditando em tudo que ouvi, parece até outra realidade.
Volto para a sala e me sento na frente de Giulia, vejo marcas de unhas em seu rosto, como ela é pálida está bastante vermelho e a unha marcou a pele um pouco.
- Pode arder um pouco por conta do arranhão, mas é para não infeccionar já que unhas podem conter bactérias ok? - falo a ela.
- Otei - diz baixinho.
Pego um algodão e um antisséptico, derramo no algodão e passo pelo arranhão causado pela unha, ela faz uma careta e se afasta.
- Faz dodói - diz.
- Vai passar bonequinha, prometo - ela respira fundo e aperta minha coxa quando passo o algodão pela sua pele, assopro o local e me afasto - Prontinho, vou só passar uma pomada.
Pego a pomada e passo no local, suspiro ao ver uma marca roxa de dedos contra seu braço.
- Está doendo algo mais? - pergunto.
- Não - responde tristonha.
- Me desculpe por tudo Bonequinha - falo, ela assentem e sobe para meu colo me abraçando e deixando a cabeça em meu ombro - Eu não sei o que aconteceu com minha mãe, ela nunca agiu assim, ouvir tudo aquilo é quase irreal.
- Por que ela não gosta de mim? - pergunta.
- Eu não sei, não sei - respondo apertando ela.
Ficamos em silêncio e tento absorver tudo que ouvi, saber que a mulher que me criou é alguém diferente daquilo que me mostrou durante toda a vida é difícil de acreditar, mas eu ouvi da boca dela tudo e agora me pergunto muitas coisas sobre o que ela me disse durante esses anos.
- Estou com fome - Giulia fala baixinho.
- Acho que tem leite e cereal no armário, eu não costumo comer em casa - falo ficando de pé.
- Me leva no colo? - pede e suspiro ajeitando ela.
Caminho até a cozinha e a deixo sentada na bancada, abro a geladeira e vejo se o leite está bom, depois pego uma vasilha e coloco cereal dentro, entrego o prato a ela que começa a comer.
- Acho que preciso ir ao mercado fazer umas compras - falo - Como não tenho muito tempo costumo comer comida pronta ou ia comer na minha mãe, mas isso está fora de cogitação.
Ela continua a comer e fico a observando, toco seu rosto no local onde ficou marcado e suspiro, tento esquecer o que ouvi e resolver tudo depois, tenho tanto para analisar ainda.
- Acabei, tem docinhos? - pergunta sorrindo.
- Não tem docinhos nessa casa - ela faz um biquinho e reviro os olhos comigo mesmo - Mas podemos comprar depois.
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Doce amor
Romance- Sabemos que isso é errado Giulia - ele diz segurando meu rosto e com a testa encostada na minha. - Eu sei, mas ainda assim amo você Noah, o que posso fazer se não consigo deixar de te amar? - questiono chorando - Você não me ama o suficiente para...