Sinto cheirinho de comida e caminho até a cozinha pensando que pode ser o Noah, mas suspiro ao ver que é a mãe dele.
- Bom dia - falo e ouço ela bufar não me respondendo - Eu falei bom dia.
- E eu não respondi - diz me fazendo engolir em seco.
Suspiro e me sento na banqueta, levo minha mão há um pãozinho e ela vira.
- Eu fiz esses pães para o Noah - diz.
- Eu tô com fome - falo.
- Não perguntei, falei que fiz para o Noah, são deles - diz e comprimo os lábios, vejo ela suspirar e esfregar as têmporas - Eu achei que seria fácil, que eu poderia fingir, mas a verdade é que na consigo tanto como pensei.
A olho sem entender, ela passa as mãos nos cabelos e me olha com um sorriso, mas não de felicidade ou algo do tipo, mas algo perverso.
- Eu a odeio sabia? - fala naturalmente me fazendo abraçar meu corpo - Nunca quis que você nascesse acredita? Eu ia abortar você e seu pai não deixou, estava tão feliz com meu querido e perfeito Noah, mas então você veio para nossas vidas, só para destruí-las.
Sinto um aperto no peito ao ouvir suas palavras, mas ela ainda sorri como uma vilã.
- Meu casamento que já não ia bem piorou depois que descobrimos sobre você, eu não queria outro filho, mas o Peter sim, então me convenceu a continuar com a gravidez e ter você - diz com ódio presente na voz - Foi a pior coisa que ele poderia ter feito.
- Pare - peço não querendo ouvir, ela ri e se aproxima de mim segurando meu rosto com força.
- Eu tentei convencê-lo mas não consegui, ele queria uma menina, então quando você nasceu o vi muito feliz, enquanto eu não conseguia olhar em sua cara - sinto seu aperto aumentar e lágrimas encherem os meus olhos - Eu odiei você desde o primeiro minuto que soube da sua existência.
- Eu não te fiz nada - falo com a voz embargada.
- Fez sim, quando nasceu e eu não queria saber de você eu e o seu pai começamos a brigar, eu tentei fazer dar certo, mas não consegui por sua culpa, então ele foi embora e me deixou, levou você e queria levar o meu filho, mas eu consegui o convencer a ficar comigo pois estava doente - sinto suas unhas machucarem meu rosto e tento me afastar, mas ela é mais forte - Peter disse que se eu quisesse ele voltava, mas teria que aceitar você, eu não queria, então ele entrou na justiça pela guarda do Noah e ganhou, só que eu já havia convencido meu filho de ficar comigo e a opinião dele contou muito, Peter o deixou ficar comigo e vinha o visitar aos finais de semana, mas adivinha o que eu fiz hum?
Ela ri parecendo uma maluca e eu cheio sentindo meu rosto arder.
- Eu fiz de tudo para manter meu filho longe dele já que o mesmo me trocou por você - diz rindo - Mas vemos que no final ele se arrependeu de ter te escolhido não é?
- O que? - pergunto sem entender, elas se afasta sorrindo e esfrego meu rosto sentindo as marcas das suas unhas nela.
- Ele se matou não foi? - me encolho e engulo em seco - Por sua causa eu sei, Peter começou a te odiar tanto quanto eu odiava.
- Isso é mentira - falo chorando.
- É mesmo? - questiona - Você afastou ele do Noah e de mim, ele te odiou até não aguentar mais e resolver se matar por isso, além do fato de ser essa aberração que age como criança.
- Pare! - peço chorando.
- Não paro! - exclama e segura meus braços apertando eles com força - Eu a odeio Giulia, você acabou om minha vida, a do Peter, agora está afastando meu filho de mim, fez ele ficar um mês sem me ver, ele nunca fez isso, só depois de você chegar nessa casa!
- Se me odeia porquê não deixou eu ficar com o titio Louis? - pergunto chorando.
- Porque eu tendo você aqui é mais fácil de receber o dinheiro do seu pai, o que seria seu vem todo para mim - responde rindo - Eu realmente não gosto de você, mas fiz o esforço de fingir pelo dinheiro que ia receber, você é a minha galinha dos ovos de ouro.
- Eu vou embora - falo chorando e tento me afastar dela.
- Não vai nada, e tudo que eu disse aqui você vai guardar para si - diz puxando meu braço - Ninguém vai acreditar em você, eu posso dizer qualquer coisa e vão acreditar em mim.
- O que está acontecendo aqui? - ouço a voz de Noah e olho pro lado, a mãe dele solta meu braço e faz uma cara de choro, aproveito que ela me soltou e corro para os braços de Noah, abraço ele e começo a chegar sentindo seus braços ao meu redor - Então?
- Filho a Giulia não está bem - diz com a voz embargada - Ela começou a me dizer coisas, me diminuindo e dizendo que me odeia, eu não...
- Mãe eu escutei tudo - ele diz e parece irritado - Exatamente tudo.
- É tudo mentira filho, só falei porquê fiquei de cabeça quente e queria ela ficando triste com isso - diz e ouço seus passos até onde estamos, mas Noah se afasta me puxando - Filho.
- Então você teve coragem de fazer tudo isso mesmo? - pergunta ignorando tudo que ela falou - Vamos me diz porra!
- Foi só porquê eu amava você - responde.
- Tem certeza? - questiona irritado e aperto ele - Acha que tudo isso que falou foi por amor? Como pode odiar alguém que nunca te fez mal? Como pode proibir a convivência de duas pessoas e ainda inventar mentiras e mais mentiras?
- Filho por favor, vamos conversar com calma - pede.
- Não, não vamos conversar com calma, tudo que precisava ouvir já foi dito, vou embora e levarei a Giulia comigo, acho que deveria ter feito isso desde o começo - diz e me fasta dele segurando minha mão e puxando.
- Noah por favor me escuta - ela pede vindo atrás de nós.
- Pare aí! - grita - Pare! Eu já disse que não vou a escutar porquê já ouvi tudo.
Voltamos a andar e ele abre a porta me colocando sentada no carro, da a volta e abre a porta se sentando no banco do motorista e me olhando.
- Me desculpe bonequinha - pede - Eu sinto muito por tudo, mas agora vou cuidar de você ok?
Assinto ainda chorando e me encolho no banco, espero que fique tudo bem.
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Doce amor
Romance- Sabemos que isso é errado Giulia - ele diz segurando meu rosto e com a testa encostada na minha. - Eu sei, mas ainda assim amo você Noah, o que posso fazer se não consigo deixar de te amar? - questiono chorando - Você não me ama o suficiente para...