Ouço uma batida na porta e suspiro me sentando, vejo Noah colocar a cabeça pela brecha da porta.
- Nossa mãe já fez o jantar, vamos comer? - chama e nego, ele entra no quarto e caminha até a cama - Você não pode ficar sem comer Bonequinha.
- E você se importa? - pergunto cansada - Tô sem fome.
- Por que está assim Giulia? - questiona - É porquê eu me afastei depois do beijo?
- Talvez - ele levanta meu rosto e me olha.
- Me desculpe, eu só me sento mal de ter feito aquilo com você, por um momento minha mente me confundiu e eu fiz aquilo no impulso, aí me sento culpado e achei melhor me afastar de você, sei que foi errado da minha parte me perdoe por isso - diz e parece sincero, ele segura minha mão e sorri para mim - Você me perdoa?
- Sim - falo e ele sorri me apertando em um abraço.
- Que bom, não quero passar um dia sem estar bem com você - diz e beija meu rosto - Agora vamos comer?
- Estou sem fome - minto e me afasto - Não quero comer.
- Você precisa, nossa mãe disse que não tem querido comer - diz e não esperava outra coisa além disso.
- Eu não quero comer, pode dizer a sua mãe - falo me encolhendo na cama - Só quero dormir.
- Bonequinha me diz o que está acontecendo, por qual motivo está assim se já me desculpou? - pergunta parecendo preocupado.
Olho para ele e penso em dizer, mas prefiro ficar quieta.
- Eu só não estou com vontade - falo.
- Pois eu também só vou comer quando você comer - diz deitando a minha frente - Se não levantar daí para comer eu também não vou levantar.
- Nono eu tô sem fome - falo ficando emburrada.
- Nono eu tô sem fome - me imita e fecho a cara para ele que ri, mas vai parando aos poucos - Isso tem haver com o seu pai?
Suspiro e engulo em seco, decido balançar a cabeça em concordância para ele não perguntar mais nada.
- Achei que estivesse indo bem no processo de superação, o que a fez ficar assim novamente? - pergunta.
"Sua mãe" - penso, mas prefiro ficar quieta.
- Nada - respondo.
- E se eu comprar sua comida preferida? - pergunta, faço um biquinho e olho para ele balançando a cabeça em sinal de sim - Vou pedir pelo aplicativo.
- Ok - falo, me aproximo dele e o abraço - Eu posso ir morar com você?
- Já falamos sobre isso bonequinha, eu trabalho bastante e não teria tempo para ficar com você - diz e suspiro - Aqui a nossa mãe pode cuidar bem de você, não se deu bem com ela?
- Sim - minto.
- Então, será bom para vocês duas a convivência, as vezes ela é um pouco difícil, mas é que é o jeito dela, ela é a senhora perfeição - diz sorrindo e tento sorri também - Fico feliz de estarem se dando bem.
Fico quieta e em silêncio, a mãe dele não me maltratou, mas já a peguei algumas vezes falando do meu pai e dizendo que ele não merecia salvação por dois motivos, um dele é o fato de namorar o titio Louis e o outro é porquê ele tirou a própria vida.
Quando eu fui pedir a ela para de falar assim dele ela disse que eu era somente uma pessoa tola que tinha sido envenenada com as idéias dele, e que o fato de eu gostar de coisas de crianças e agir como uma me fazia uma aberração, então como eu agora moro com ela deveria me portar como adulta.
Ela pegou todas as minhas chupetas, mamadeiras, colocou em uma caixa e disse que ia doar, pois eu não deveria ter algo desse tipo.
Até pensei em contar ao Noah, mas ela pensou antes e disse que ele não ia acreditar em mim pois ela é a mãe dele e sempre foi verdadeira.
Posso fazer coisas de crianças e agir como uma, mas entendo muitas coisas, sei que assim como eu era apegada ao meu pai, ele é apegado a ela.
- Quer uma chupeta por enquanto? - pergunta e nego - Cadê seus ursinhos?
- Ah eu guardei - falo - Não quero nada agora, só esperar a comida abraçada a você.
- Por que não está falando fofinho? - pergunta levantando meu rosto.
- Não sei - falo e suspiro apertando ele - As vezes é bom ser adulto né.
- Não é não, eu queria ser criança - diz e sorrio, escutamos uma buzina e ele se afasta - Vou buscar para você.
Ele sai do quarto e me sento, logo ele volta e sorrio ficando de pé.
- O que você comprou? - pergunto.
- Comida chinesa, o Louis disse que é sua preferida - assinto e me sento no tapete sobre o chão indicando o lugar ao meu Aldo para ele sentar - Nossa mãe não ficou feliz por nós comermos aqui no quarto mas entendeu.
Comprimo os lábios e olho para meus pés, ele me entrega uma caixinha com a comida e me entrega os rashi.
Começamos a comer e ele vai fazendo e falando coisas engraçadas, depois terminamos e ficamos assistindo um pouco, quando o filme acaba nos despedimos e ele vai guardar as coisas enquanto caminho até o banheiro e escovo meus dentes, me preparo e visto uma roupa para dormir.
Me deito na cama e coloco meu dedo na boca chupando ele, tentando relaxar para dormir.
Viro de um lado para o outro e penso em ir dormir com o Noah, mas não quero que aconteça igual a última vez e ele se afaste de mim outras vez.
- Giulia? - ouço ele chamar e bater na porta - Está acordada?
- Sim - murmuro, ele abre a porta e sorri.
- Eu trouxe leite, lembrei que você sempre toma antes de dormir - diz caminhando até a cama e estendendo o copo - Não achei a mamadeira e trouxe no copo, é só colocar nele.
- Vou beber assim mesmo - falo pegando o copo - Obrigada Nono.
- Quero você falando do seu jeitinho - diz sentando na minha frente.
- Otei - vejo ele sorri e levo o copo a boca tomando um gole do leite morninho - Tá totoso.
- Sou um mestre cuca - diz me fazendo rir - Bom, só vim deixar o leite, boa noite bonequinha.
- Boa noite Nono - ela beija minha testa e sai do quarto, termino de beber o leite e me deito finalmente sentindo o sono chegar.
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Doce amor
Romance- Sabemos que isso é errado Giulia - ele diz segurando meu rosto e com a testa encostada na minha. - Eu sei, mas ainda assim amo você Noah, o que posso fazer se não consigo deixar de te amar? - questiono chorando - Você não me ama o suficiente para...