Cinquenta

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- Estamos aqui reunidos em memória de Lauren

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- Estamos aqui reunidos em memória de Lauren... - o pastor vai falando e olho para o caixão da minha mãe.

De certa forma me sinto um pouco mal por ter passado anos sem ter contato com ela, eu sempre estava lembrando dela, mas procurava ignorar.

Suspiro e sinto Giulia me abraçar, eu disse que ela não precisava vir, mas a mesma disse que não me deixaria sozinho de jeito nenhum.

Engulo em seco quando chega a hora de abaixar o caixão, Giulia me abraça apertado e diz baixinho que não vai sair do meu lado e que vai ficar tudo bem.

Que ela tenha um bom descanso...

∆∆∆∆∆∆

Alguns dias se passaram desde que minha mãe morreu, eu já estou bem melhor, hoje estamos indo arrumar algumas coisas na casa que ela estava morando.

- Voxê tá bem né Nono? - Giulia questiona parando na minha frente, sorrio e balanço a cabeça.

- Tô sim meu amor, vamos? - chamo e ela assente, descemos e pegamos um carro por aplicativo indo em direção a casa.

Assim que paramos de frente suspiro e aperto a chave que me foi entregue, a Bonequinha segura meu braço e aperta acenando que vai estar comigo.

Abro a porta e entro vendo tudo como sempre foi, vejo os portas retratos nas mesas, lareira.

- Vamos começar por aqui embaixo - diz pegando um caixa - Quer levar esses portas retratos?

- Você não se importa em ter foto dela na nossa casa? - questiono e ela sorri parando na minha frente.

- Nono eu sei que ela foi boa para você, na sua criação, igual ao papai foi bom para mim e ausente em sua vida, eu ficaria triste caso não quisesse que eu lembrasse das boas coisas com ele, por isso não me importo se quer levar e ter uma lembrança dela - diz e beija meu rosto - Agola não quelo mais falar normal, cansei.

Sorrio e ela se afasta colocando com cuidado as coisas nas caixas, vou pegando o que me interessa e assim pegamos tudo que tinha embaixo e eu achei importante levar para casa.

Vamos para o andar de cima e vejo meu quarto do mesmo jeito, pegamos o que queremos ali e vamos para o dela.

Começamos a organizar tudo ali, entro no closet e pego a caixa que tem os álbuns de fotos e medalhas que ganhei quando criança, sorrio vendo que ela guardou tudo.

- É um álbum de fotos? - questiona e assinto - Quero ver.

Ela senta ao meu lado e abro a caixa pegando um álbum, começamos a ver as fotos e ela vai sorrindo enquanto olha comigo.

- Tem muitas fotos e medalhas - fala.

- Sim - falo pegando outro álbum.

Vejo um papel amassado no fundo da caixa e pego tentando fazer ficar normal.

Vejo meu nome escrito e franzo o cenho.

Para Noah, do seu velho pai.

- Isso é a letra do papai - Giulia diz e arqueia a sobrancelha - Deve ser uma, uma carta de despedida, você não leu?

- Eu nunca recebi - falo - E durante esses anos após dia morte me perguntei porquê nunca recebi nada dele.

- Eu acho que... - ela para de falar e comprime os lábios.

- Minha mãe recebeu e não me entregou - falo suspirando.

- Quer ler? - questiona e dou de ombros - As vezes não saber é bom, mas não acalma o coração,de qualquer forma eu vou ficar com você Nono, te amo.

Ela me abraça de lado e toca minha mão, respiro fundo e tomo coragem de abrir o envelope.

Vou lendo devagar, paro uma hora ou outra para respirar fundo e continuar, meu coração acelera no peito, Giulia continua a me abraçar forte.

Fecho os olhos e tento absorver cada palavra escrita que li, anos atrás de uma resposta e agora eu a tive, sua versão da história que bate com todas as outras.

Fomos dois errados, eu não deveria ter ouvido só minha mãe, deveria ter ido atrás e questionado, e ela não deveria ter aceitado tudo, por mais que achasse que eu o odiava, e eu fiz isso uma vez, o odiei tanto por não estar presente.

- Vai ficar tudo bem Nono - diz me abraçando, sinto suas mãos em meus cabelos e suspiro assentindo.

Agora vai tudo realmente ficar bem.

∆∆∆∆∆∆

- O jantar hoje é pizza, acabei de chegar também - Louis diz quando sentamos no sofá - Vou tomar banho, peçam os sabores que quiserem é por minha conta.

- Otei papai - Giulia diz - Vamos tomar banho também?

- Vamos - fico de pé e seguro a mão dela caminhando até o quarto disponível para nós dois aqui.

Começamos a tirar as roupas e entramos no banheiro, ligo o chuveiro e entro debaixo, ela entra também e me abraça.

Pego a bucha e começo a ensaboar nossos corpos, ela sorri tentando me confortar.

- Da beijinho - pede e estica os pés tocando seus lábios nos meus - Nono voxê pode ir complar um milkshake pla Gi?

- Daqui a pouco peço meu amor - digo beijando seu rosto - Quer mais alguma coisa?

- Não, só quero mamar - diz fazendo um biquinho - Posso hoje?

- Sim, desculpa por esses dias que estive aéreo e acabei não dando a você - falo.

- Tem problema não, eu sei que estava cansado e triste - diz.

Terminamos o banho, trocamos de roupa e pedimos a comida, peço o milkshake de Giulia e um bolo, quando chega desço e vou pegar tudo.

Jantamos e depois me deito ao lado de Giulia, tiro a camisa e deixo ela mamar, sorrio beijando sua testa e abraço ela enquanto a mesma mama avidamente.

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Doce amorOnde histórias criam vida. Descubra agora