- Você está com fome querida? - Louis pergunta e balanço a cabeça negando - Precisa comer algo meu bem, vou preparar um lanche gostoso para você.
Me sento no sofá da sua casa e vejo ele indo em direção a cozinha, afundo apertando os braços em volta do meu corpo e suspiro.
Vejo na mesa de centro uma foto de nós três no meu aniversário de quinze anos, estico a mão e pego tocando o rosto do meu pai, sorrio e coloco a foto sobre meu peito.
- Aqui Gigi, se sente para comer - me sento e mostro a foto a ele - Ah, foi tão bom nesse dia, lembra o presente que te damos?
Sorrio e balanço a cabeça, foi um ursinho em tamanho real que eu tanto queria.
- Nós tivemos que tocar fogo naquele urso pois não achamos um lugar para deixar ele livre da poeira, você passou uma semana espirrando - diz e suspiro saudoso - Seu pais e culpou por fazer suas vontades.
Suspiro também e engulo em seco, pego o lanche da mão dele e começo a comer devagar, pego o copo de suco e tomo um gole.
Termino e ele leva para a cozinha, depois volta e fica ao meu lado.
- Vamos tentar falar? - pede e nego - Você precisa meu amor, quero ajudar você.
Respiro fundo e tento falar mas não consigo, ele me aperta e sorri me confortando.
- Olha meu amor, peço que não conte a ninguém que menti sobre ser psicólogo - diz e me afasto olhando para ele que ri - Eu só queria ficar um pouco com você e te acostumar a idéia de que você vai precisar ir morar com sua mãe e irmão.
Abro a boca mas não sai som, eu não queria morar com aquela mulher, eu não gostei dela.
O meu irmão parece ser legal, eu gostei do abraço dele, é quentinho e me deixou totalmente acolhida nos seus braços grandes, o papai dizia que abraços bons são esses.
- Mas nós poderemos nos ver quando você quiser querida, eu posso trazer você para cá aos finais de semana - sugere e tento sorrir - Eu não tinha uma relação sólida com seu pai e não consigo provar isso, você apesar do dezoito ainda precisa de ajuda com muitas coisas, então sei que vai ser preciso você ir morar com eles.
Aponto para mim, ele e depois a foto do meu pai, espero que ele entenda que eu sei do relacionamento deles dois desde sempre.
- Mas ainda assim não seria válido querida - diz e suspiro - Eu te amo como um filha que nunca tive Gigi.
Aponto para mim e balanço a cabeça indicando que tamanho amo ele como meu papai.
- Só saiba que eu vou estar aqui para te apoiar em tudo que quiser - diz e assinto - Agora vá tomar um banho e podemos ver um filme antes de dormimos o que acha?
Assinto e levanto, beijo o rosto dele e entro no seu banheiro, tiro minhas roupas e começo a tomar banho.
Ao terminar visto a roupa que ele deixou separada para mim, ele foi buscar algumas peças na outra casa, eu não tive coragem de entrar lá depois de tudo, talvez eu nem tenha, ver o local que meu pai morreu não me faria bem.
Suspiro e caminho para a sala, me sento no sofá e coloco barbie.
- A não Gigi, barbie de novo? - questiona sentando ao meu lado após sair do seu quarto, dou risada e assinto vendo ele cerrar os olhos - Eu já sei todas as falas de cor!
Dou de ombros rindo e ele começa a fazer cócegas em mim, dou risada e nego, ele para e me ajuda a sentar.
Respiro aliviada e volto meu olhar para a TV, começamos a assistir e ele vai falando as partes que sabe.
Talvez eu seja um pouco viciada nessa boneca, só talvez.
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Giro na cama enquanto sugo minha chupeta enquanto assisto ao desenho no celular, o titio Louis precisou sair para ir trabalhar e eu fiquei sozinha em casa.
Eu não voltei para o balé desde que meu pai morreu duas semanas atrás, eu só não tenho forças nem coragem para fazer nada.
O titio até que tentou me convencer a ir pois hoje é a volta dos ensaios, a apresentação era pra ser semana passada e eu era uma das principais da peça, mas como tudo aconteceu eles cancelaram e ficaram duas semanas sem ensaios ou algo do tipo.
Hoje a professora me ligou e eu falei que não iria, estou sem ânimo e não faria uma boa apresentação.
Além de tudo o meu pai não vai estar aqui para me ver dançar, então não quero ir.
Volto minha atenção a TV quando ouço a campainha tocando, me levanto e caminho até a porta da frente.
Levanto meu pés e vejo meu olho mágico o meu irmão, franzo os lábios me perguntando se abro ou não a porta, eu não o conheço direito e o papai dizia para não confiarmos facilmente nas pessoas.
- Giulia! - grita batendo na porta dessa vez - O Louis disse que estava em casa, está me escutando, sou eu o Noah, seu irmão.
Franzo os lábios de novo e toco a maçaneta, giro a chave e puxo a porta correndo e me abaixando atrás do sofá.
- Olá? - diz e me levanto um pouco olhando ele que mexe a cabeça para os lados como se estivesse me procurando, os olhos dele param em mim e o vejo sorrir - Ah aí está você.
Suspiro e cerro os olhos ficando de pé.
- Eu vim visitar você e vê-la pessoalmente, você está bem? - balanço a cabeça dizendo que sim e o vejo sorrir - Isso é bom, tem se alimentado bem?
Balanço a cabeça novamente.
- Eu vim te chamar para um passeio - diz - Eu quase não tenho tempo com o final da residência, mas hoje consegui e decidi que preciso me aproximar mais de você já que quase não convivemos.
Analiso ele e nego apontando para a foto do titio Louis.
- Eu falei com ele e como está com você, e sabe mais sobre você que eu, perguntei se poderia vir aqui te ver - diz - Eu sei que dois e repente e talvez eu devesse ter vindo outra vez atrás de tudo, mas acho que agora é o momento de estarmos juntos não?
Franzo os lábios e penso um pouco, eu gostaria de ter uma pessoa para me proteger, irmãos fazem isso né?
Balanço a cabeça e ele sorri estendendo a mão.
- Nós podemos passear pelo quarteirão enquanto conversamos o que acha? - caminho até ele e avalio sua mão antes de segurar.
Sinto uma calmaria e felicidade com seu toque, como se só isso acalmasse todas as minhas dores, ele me olha e sorri apertando minha mão e me puxando em direção a porta.
- Você gosta de algodão doce? - balanço a cabeça eufórica e ele ri - Eu também.
Sorrio e aperto a mão dele, talvez seja bom.
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Doce amor
Romance- Sabemos que isso é errado Giulia - ele diz segurando meu rosto e com a testa encostada na minha. - Eu sei, mas ainda assim amo você Noah, o que posso fazer se não consigo deixar de te amar? - questiono chorando - Você não me ama o suficiente para...