Dezoito

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Escuto um choramingo quando estou acordando, abro os olhos e viro para o lado vendo Giulia encolhida na cama

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Escuto um choramingo quando estou acordando, abro os olhos e viro para o lado vendo Giulia encolhida na cama.

- Bom dia Bonequinha, o que aconteceu? - questiono.

- Tô dodói - fala com a voz fraquinha.

- O que está sentindo? - pergunto me sentando na cama e tocando o rosto dela.

- Dodói na barriga - diz.

- Deixe-me ver - peço afastando a mão dela que se abraça mais e nega - Sou médico Bonequinha, deixe-me ver.

- Pleciso do remedinho de dor - diz manhosa - Aquele pala os dias vermelhos.

- Dias vermelhos... Ah sim - falo me dando conta do que é - Vou pegar, já volto, não sai daí.

- Otei - diz.

Me levanto e caminho até o banheiro, abro o armário e pego o remédio, ando até a cozinha e pego um copo de água, volto para o quarto e ajudo ela a se sentar.

- Aqui, abre a boca - peço e ela faz, coloco o remédio e ajudo ela a beber água - Vai passar logo.

- Pleciso tomar banho - diz com as bochechas vermelhas - Mas tá dodói.

- Vou te ajudar - falo e ela nega.

- Tem sangue - fala com as bochechas vermelhas.

- Sou médico, vejo muitos tipos de sangue, esse é normal não se preocupe, não tenho medo ou algo do tipo - falo, ela me olha - Só vou te ajudar vem.

Ela segura minha mão e choraminga ficando em pé, passo os braços por baixo das pernas dela e caminho até o banheiro, a coloco sentada no vaso e começo a tirar suas roupas, ela tenta se cobrir.

- Não vou olhar, só ajudá-la Bonequinha - falo.

Ela assente e termino de tirar suas roupas, deixo no canto e levo ela para debaixo do chuveiro, coloco na água quente e deixo cair pelo corpo dela.

- Toma - entrego a bucha com sabão a ela que começa a se ensaboar - Vou levar as suas roupas para a lavanderia, volto logo.

- Otei - diz.

Pego as roupas e vejo se os lençóis sujaram, troco o que sujou e caminho até a lavanderia colocando eles para lavarem, passo no quarto e pego uma toalha e uma roupa para Giulia, volto pro banheiro e ela já está tirando o sabonete do corpo.

- Vou colocar o absorvente em uma calcinha e te ajudar - falo.

Após terminar entrego a toalha a ela que se enxuga e veste a calcinha, entrego a roupa a ela para que vista.

- A dor diminuiu? - pergunto.

- Um pouquinho - responde.

- Então vem cá - falo pegando ela no colo e caminhando até a cozinha, deixo ela na bancada e sorrio - Vou fazer uma café bem gostoso para você.

- Quero panquequinha - fala mordendo os lábios - Por favorzinho.

- Ok, panquequinhas para a Bonequinha mais linda que já vi - falo sorrindo e pisco para ela.

Começo a preparar a massa de panquecas, corto algumas frutas e faço uma calda de chocolate, preparo também um suco s vou colocando na mesa conforte vou terminando.

- Prontinho, vem cá - ela ri quando a pego no colo a colocando na cadeira, me sento ao seu lado e começamos a comer - O que quer fazer hoje?

- Ficar deitadinha o dia todo - diz.

- Ok, ficaremos o dia todo de preguiça hoje - falo pegando um pouco de calda e passando no nariz dela - Uma bonequinha de chocolate.

- Plontinha pla comer - diz e franzo o cenho olhando para ela após o pensamento que passou em minha mente - Ti foi Nono?

- Nada bonequinha, nada - falo balançando a cabeça e voltando a comer - Deixa eu adivinhar, vai querer assistir Barbie?

- Hoje não Nono, quelo assistir o desenho dos sentimentos! - franzo o cenho.

- Que desenho? - questiono.

- aquele do elefante que cheia docinhos - a olho ainda sem entender - Da alegria, tristeza, o Nono não sabe?

- Não sei, mas vou descobrir, calma aí - falo pegando o celular e procurando o filme - Ah sim, acabei de encontrar, esse aqui?

- Sim! - exclama e corre se sentando no sofá, coloco o filme na TV e ela fica me olhando - Vem cá Nono.

- Estou indo - me sento ao seu lado e ela sorri encostando em mim, passo os braços em volta dela que puxa um lençol enrolando no corpo.

Enquanto ela assiste vou percebendo que tantas coisas mudaram aqui desde que Giulia chegou.

A TV nunca era ligada, não havia nada no sofá além das almofadas, agora sempre tem um lençol fino que ela gosta de se enrolar enquanto assiste, os armários estão sempre com comidas e doces, antes eu só comia comida pronta porquê era mais fácil.

Mesmo com lavanderia em casa eu nunca usava pois não havia tempo para lavar nada, eu só usava a casa para dormir mesmo, mas agora com ela aqui eu aproveito tudo.

E acho que gosto desse movimento todo.

Sorrio e olho para ela que está concentrada assistindo, faço carinho em seus cabelos e ela suspira se aconchegando mais em mim.

- A dor passou? - questiono.

- Sim, já passou - fala.

- Que bom, se sentir de novo me diz e faço uma compressa de água morna - falo.

- Otei Nono, agola deixa eu assistir - diz fazendo um biquinho.

- Mas que Bonequinho mais mal criada - falo e ela vira para mim sorrindo e colocando a língua para fora - Ah é assim?

- Sim - responde rindo, cerro os olhos e sorrio malicioso antes de começar a fazer cócegas nela - Pala Nono! Não faz coceguinhas.

- Faço sim sua Bonequinha sapeca - falo mexendo os dedos em sua barriga, ela ri até ter falta de ar e paro olhando ela e sorrindo.

- Bom faz coceguinhas mais - pede respirando e rindo.

Olho em seus olhos e vejo eles brilhando, suspiro e toco seu rosto tirando a mecha de cabelo que estava caindo em seus olhos.

Sinto sua respiração bater em meu rosto e olho para seus lábios engolindo em seco, desço meu polegar das sobrancelhas até seus lábios rosados.

- Você é perfeita e linda Bonequinha - falo, ela sorri e passa a língua nos lábios tocando na ponta do meu dedo.

Engulo em seco tentando pensar em algo além da vontade avassaladora que tenho de beijar seus lábios loucamente.

- Você também é lindo e fofo Nono - diz e inclina a cabeça em direção a mim.

Nossas respirações se misturam enquanto olhamos um para o outro, dessa vez sou eu quem passo a língua nos lábios antes de beija-la.

Sinto meu coração acelerado, minhas mãos confusas sem saber onde ficar ou se mover, minha mente dividida entre duas coisas.

O certo e o errado.

Minhas mãos se decidem ao puxar ela para meu colo e minha boca aprofundar o beijo, meu pulmão implorando por um pouco de ar, mas meu coração pedindo para que o beijo continue, pois minha mente sabe que assim que nos separamos eu vou cair na realidade e perceber o que estou fazendo de verdade.

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Doce amorOnde histórias criam vida. Descubra agora