Trinta e um

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- Giulia - sussurro no ouvido dela que resmunga - Bonequinha acorda, quero te dar um beijinho antes de ir

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- Giulia - sussurro no ouvido dela que resmunga - Bonequinha acorda, quero te dar um beijinho antes de ir.

- Sai Nono, deixa eu mimir em paz - diz emburrada, dou risada e beijo suas costas ouvindo ela suspirar.

- Estou indo trabalhar não vai me dar um beijo? - questiono e ela permanece em silêncio - Tudo bem, bom dia para você, deixei comida pronta, tchauzinho.

Beijo ela, pego minha mochila e saio para mais um dia de trabalho, Giulia não gosta muito de acordar cedo, todo dia que quero me despedir dela só falto apanhar, mas não ligo continuo acordando ela.

Entro em meu carro e dou partida em direção ao hospital.

∆∆∆∆∆∆

- Você tem uma roupa do homem aranha que legal - o garotinho que estou atendendo diz olhando meu jaleco - Eu tenho uma fantasia também.

- Isso é bom, quando tirar o gesso pode vestir ela, só não vai pular de um canto para o outro ou pode fraturar o braço novamente e dói mais da próxima vez - alerto e ele assente sorrindo.

- Eu não posso tomar banho de piscina né? - questiona.

- Não, mas pode pedir aos seus amigos e familiares para assinar seu gesso - sugiro e ele sorri, ouço uma batida na porta e vejo Claire entrar dando um sorriso fraco - Oi.

- Oi, tem alguém lá na minha sala querendo falar com você - diz dando um sorriso sem graça.

- E quem seria? - questiono.

- Sua mãe - responde e respiro fundo - Ela disse que você não atende ela, que já estava ficando preocupada e não aguentava sem notícias suas, então marcou uma consulta só para vir te ver.

- Você está liberado, mas nada de correr e pular dos lugares, pode machucar e não vai ser bom ok? - falo ao garotinho que assente.

- Tchauzinho titio legal, mas antes você pode me dar um pirulito? - questiona e rio pegando o pirulito no pote e entregando a ele - Obrigado.

Ele sai e retiro a luva jogando no lixo, vejo Claire me olhando e suspiro.

- Eu vou lá já só preciso ver algo aqui - falo e ela assente saindo da sala.

Pego meu celular e mando uma mensagem para Giulia que responde logo dizendo que está bem e vai para casa com o seu amigo.

Dele eu não tenho ciúmes pois eu que ele quer só ser amigo dela, mas tenho ciúmes do que ela estava no pub aquele dia.

Ouço uma batida na porta e libero a entrada achando ser a recepcionista com os prontuários dos pacientes, mas vejo minha mãe dar um sorriso fraco.

- Eu falei que iria lá - falo e ela suspira - Entre.

- Estava morrendo de saudades de você filho - diz vindo para me abraçar e afasto indo até minha cadeira, ela suspira e senta onde indiquei.

- O que está fazendo aqui? - questiono.

- Eu vim ver como meu filho está - diz - Eu nunca passei tanto tempo sem falar ou ver você Noah, sinto falta, nunca fiz nada para te machucar.

- Não diretamente não é? - falo com escárnio - Você só afastou meu pai de mim e fez ele sair como culpado me machucando.

- Eu estava doente na época, hoje me arrependo - diz e dou risada.

- Muito conivente se arrepender depois de ter sido descoberta não é? - ela suspira e faz cara de triste - O que você fez foi errado, além de tudo descobri o quão preconceituosa e intolerante você é, as coisas que disse não se parece em nada com a mãe que eu tive.

- Eu só estava com raiva Noah - diz e reviro os olhos - Acredite em mim, talvez eu possa pedir desculpas a Giulia e tentar recomeçar.

- Não chegue perto dela - alerto irritado - A deixe fora disso tudo, não basta tudo que ela passou, não merce alguém que a odeia sem motivos.

- Então ao menos você não saia de perto de mim, eu te amo Noah, você é meu filhinho - diz  e suspiro.

- Eu tenho um paciente agora, poderia sair e fechar a porta? - peço.

- Noah - diz mas a ignoro.

Ela levanta e caminha até a porta, de soslaio vejo ela me olhando mas não ligo, ela abre a porta e sai fechando em seguida.

Me encosto na cadeira e suspiro esfregando as têmporas, eu não consigo de deixar de amar minha mãe, mas o que ela fez me dá repulsa.

Tantas vezes que eu odiei Peter e no fim também era culpa da minha mãe.

Um batida na porta e me ajeito para o próximo paciente.

∆∆∆∆∆∆

Abro a porta e vejo tudo quieto, entro em casa e olho ao redor.

- Bonequinha? - chamo caminhando pela sala.

- Na cozinha Nono - diz, caminho até lá e me assusto ao ver a situação que está minha cozinha.

- Puta que pariu - falo olhando o perímetro - O que aconteceu aqui?

- Estava fazendo comidinha plo Nono! - exclama feliz e caminha até mim me abraçando - Eu quelia um pedir desculpinhas por ter sido chata quando acordou eu de manhã para se despedir, aí fiz uma comidinha.

Olho para seu rosto vendo ela tão felizinha que não tenho nem vontade de brigar pela bagunça causada, seguro seu rosto e tiro os bagaços de alguma coisa que ficaram em seus cabelos.

- O que você fez para comermos? - questiono com medo da resposta.

- Batata cozida, arrozinho e bife - diz batendo palmas e sorrindo, beijo sua testa e  suspiro.

- E porque tem farinha de trigo na cozinha se não usou isso? - questiono.

- É que o arroz ficou molinho, aí para ficar mais durinho joguei um pouquinho dentro - diz e arregalo os olhos.

- Que tal deixarmos para comer depois? - sugiro.

- Por quê Nono? - questiona fazendo um biquinho.

- Porquê eu preciso de um banho agora - falo - E você também.

- Eu tô limpinha Nono, não preciso de banho - diz rindo.

- Quer virar uma porquinha? - questiono e começo a fazer cócegas nela.

- Não faz ou faço xixi na roupa - pede e sorrio parando.

- Vem vamos tomar banho, sua cabeça está cheia de farinha, vai ter que lavar os cabelos novamente - falo puxando ela.

- O Nono que vai lavar - diz e assinto.

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Doce amorOnde histórias criam vida. Descubra agora