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VINCENT

Já se passaram três dias desde o dia em que Emy surtou. Nesse meio tempo nós continuamos fazendo os treinamentos, mas praticamente nem nos falávamos. Não sei o que deu dela aquele dia.

Ontem pela manhã, minha mãe me ligou. Ela me avisou que Jack, meu primo, virá resolver algumas coisas em LA e ela disse para ele vir jantar aqui comigo. Sei que ela fez isso por educação e também conheço Jack, ele nunca perderia uma oportunidade de me confrontar.

Minha relação com Jack não é das melhores, bom, na verdade, ela é horrível. Antes até nos dávamos bem, mas agora, por causa de brigas de máfias, acabamos com nossa relação entre primos. Hoje definitivamente nos odiamos.

E para piorar - porque sim, tudo pode piorar -, a última vez que nos falamos, eu disse que estava namorando. Ou seja, tenho que aparecer com uma menina no jantar hoje. Por isso estou agora com o celular em mãos esperando Hilary me atender.

Depois de muitas chamadas, ela finalmente atende:

Oi Vinnie. — Diz a loira do outro lado da linha.

Oi Hilary. Preciso dum favor seu. — Ouço ela murmurar um "uhum" do outro lado da linha. — Você pode jantar aqui comigo essa noite? Preciso que finja ser minha namorada para o insuportável do meu primo. — Falo a real e ouço a sua risada do outro lado.

Olha, eu até iria, mas não estou em LA. Vim visitar meus pais em Paris. Vou ficar devendo essa, Vinnie. — Ela fala depois de se recompor.

Tá bom então, tchau. — Nem esperei ela responder e já desliguei.

Merda, merda, merda! Mil vezes merda!

Eu tinha certeza que Hilary aceitaria. Tipo, absoluta. Minhas duas opções eram Emy e ela. Até preferia a Emy, por que Hilary poderia confundir as coisas. Mas ao mesmo tempo, Hilary nunca tentou me matar.

Olho para o relógio do celular e vejo que já estava na hora do treino com Emy, e pelo visto vou ter que convidar ela mesma para o jantar. Mas duvido que a mesma aceite.

EMY

Vincent estava na minha frente atirando com um arco e flecha. Sua camiseta preta grudada ao corpo mostrava bem o movimento que os seus músculos faziam. Sua concentração era nítida.

Nesses três dias depois do surto que eu tive, nós mal nos falamos. Não acho isso uma coisa ruim, mas não gosto desse clima pesado que fica no ar quando estamos juntos.

Ele solta a última flecha e volta para a mesa onde eu estava. Sem nem nos olharmos ele deixa as coisas sobre a mesa e eu pego minha mochila indo em direção a porta. Quando faço menção em abrir, ouço sua voz:

— Espera. — Ele fala em um tom um pouco mais alto que o habitual. Me viro para ele, e finalmente nos olhamos nos olhos depois de três dias.

— O que foi? O treino já acabou, pode deixar as coisas aí que alguém arruma depois. — Falo apontando para a mesa de equipamentos.

— Eu sei, não é sobre isso que eu quero falar. Preciso da sua ajuda hoje a noite. — Ele fala e eu cruzo os braços.

— Pode falar. — Balanço os pés e olho para eles.

— Hoje à noite meu primo vai jantar lá em casa e preciso que você vá lá. — Ele diz e rapidamente levanto minha cabeça.

— Por que eu? Eu nem sei cozinhar direito. — Falo franzindo o cenho e ele ri.

Opposites but equalsOnde histórias criam vida. Descubra agora