Capítulo 5

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Mary P.O.V.

Me deitei no tapete do chão da sala, deixando que Charlie subisse em cima de mim. Grace e Thomas haviam partido há três dias e eu aproveitava para aproveitar o meu afilhado o máximo que podia. Inúmeros brinquedos estavam espalhados pelo aposento principal da Arrow House, deixando os empregados aflitos com a bagunça, mas eu não me importava.

- Quem é o garotinho lindo da tia? – Perguntei enquanto segurava Charlie, que pisava na minha barriga.

- Eu! – Ele gritou com sua vozinha aguda, rindo em seguida.

- Sim, você! – Gritei de volta e soprei sua barriga, o fazendo rir ainda mais.

- Lady Dudley. – Uma das empregadas entrou na sala, não ficando nem um pouco chocada com a posição com que eu meu encontrava – O senhor Michael Gray acabou de chegar.

Me sentei surpresa, colocando Charlie em meu colo. Esperava que Polly, ou talvez a irmã de Thomas, Ada, passassem ali para ver o sobrinho, mas não Michael.

- O deixe entrar. E traga chá e biscoitos, por favor. – Pedi.

A jovem garota assentiu, saindo em seguida.

- Seu primo Michael está aqui, Charlie. – Sussurrei para o menino.

- Mi - quel! – Ele bateu as mãozinhas gordinhas.

O barulho dos sapatos do Gray contra o chão de madeira denunciou sua chegada e ergui o meu olhar para a porta do cômodo. Ele era realmente bonito, apesar de muito novo, e seus olhos verdes me procuraram pela sala até me encontrarem sentada no carpete.

- Boa tarde, Lady Dudley.

- Boa tarde, senhor Gray. – Respondi – Achei que tinha dito que não precisamos dessas formalidades. – Provoquei.

Ele sorriu antes de assentir.

- Achei que gostaria de companhia para cuidar do pequeno Charlie. – Disse se aproximando.

- Eu não me importo de gastar todo meu tempo com ele, não é mesmo Charlie? – O menino soltou um grunhido feliz em resposta, ocupado em tentar pegar um dos carrinhos próximos e eu o pus no chão – Mas suponho que seja bom ter um adulto para conversar de vez em quando.

Me levantei, chamando Michael para se sentar comigo em um dos sofás.

- Você realmente o adora. – Comentou.

- Ah, sim. – Sorri – É difícil não se encantar por ele. Mas acho que vou acabar o deixando muito mimado. – Confessei.

Ele riu.

- Você pode fazer isso com ele. Só não é aconselhável quando tiver seus próprios filhos.

- Sim, você está certo. – Concordei.

Fomos interrompidos pela empregada que voltou trazendo uma bandeja de chá e biscoitos.

- Obrigada. – A agradeci – Como você gosta do seu chá, Michael?

- Sem leite e sem açúcar, por favor.

O servi e em seguida fiz o meu, com leite e bastante açúcar.

- Obrigado. – Ele agradeceu quando pegou a xícara, os dedos roçando levemente nos meus.

- Não há de que. – Murmurei antes de bebericar a o líquido.

Ficamos em silêncio por um tempo, a não ser pelas ocasionais risadas e resmungos de Charlie.

- Então... – Ele começou – Minha mãe disse que você morou na Irlanda durante um tempo.

Grace e Mary - Thomas ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora