Capítulo 16

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- Bem, o que eu posso pegar para vocês hein? – Arthur perguntou assim que Michael e Mary se sentaram à mesa usualmente usada pelos Shelby, para o desagrado de Esme.

- Whisky está ótimo para mim, Arthur. – Respondeu o Gray, insatisfeito com os olhares de advertência que seu primo John lhe lançava.

- O mesmo para mim. – Mary gracejou, ainda sorridente, e a outra mulher sentada a mesa não conteve um rolar de olhos.

- Vou pegar uma garrafa de uma vez, então, ey! – Ele se virou para o homem atrás do balcão – Uma garrafa do irlandês aqui, Harry! E mais três copos! – Gritou, puxando uma cadeira e a rodando para apoiar os braços no encosto – É bom ter vocês aqui, ey!

- Ah, Arthur, eu gostaria de ter vindo antes. – A Dudley falou amável.

- Ver como os porcos se divertem na lama, é? – A esposa de John foi rápida em retorquir, recebendo um apertão na coxa de seu marido em repreensão.

- Conhecer o pub de um amigo. – Mary respondeu sem se abalar, levando a mão ao braço de Arthur.

A conversa foi interrompida pela garrafa sendo colocada no centro da mesa e Michael foi rápido em servi-los. Quanto antes eles bebessem, mais cedo ele poderia arrastar a acompanhante para longe dali.

- Vamos brindar! – O Shelby mais velho disse – Ao meu primo Michael, que trouxe o primeiro membro da realeza ao meu pub! – Soluçou antes de virar sua dose de uma vez.

Mary riu, sem perceber a forma tensa que o Gray e o outro Shelby se encaravam, e bebericou seu Whisky. O grupo ficou em silêncio por alguns segundos desconfortáveis, antes que ela decidisse iniciar uma conversa:

- Eu e Michael fomos ao leilão hoje. – Soltou, na esperança de que alguém mantivesse um diálogo antes que as coisas ficassem estranhas.

- De cavalos? – A pessoa que ela menos esperava respondeu, virando o corpo bruscamente em sua direção.

- Sim. – Ela assentiu, fixando o olhar em Esme – Você gosta?

- Nasci em uma manjedoura. – Mary viu como as irises claras dela a analisaram – Aprendi a cavalgar com dois anos.

- Eu deveria ter lhe chamado, então. É sempre bom ter outra opinião quando se compra um cavalo.

- Você comprou? – Ela perguntou antes de levar o copo de cerveja à boca.

Definitivamente, esse era o diálogo mais longo que Mary já havia tido com Esme Shelby e, qualquer fosse a benção divina que recaia naquele momento para que a mulher decidisse conversar civilizadamente, ela estava agradecida. John, no entanto, percebia a deixa que a esposa estava lhe dando, prendendo toda a atenção da aristocrata. Ele se levantou, chamando o primo com um aceno de cabeça.

- Com licença, Mary. – Michael sussurrou, mas a mulher nem se virou para ele, presa à possibilidade de finalmente ter alguma afinidade com Esme.

Os dois homens foram até o balcão e John tirou o palito da boca antes de dizer:

- Que porra você está pensando Michael?!

- Ela quis vir. Vamos beber um pouco e ir embora. – O Gray pegou a cigarreira do bolso e John o encarrou incrédulo.

- "Ela quis vir"? Que merda é essa? Por que não disse não?

- Mary viria com ou sem mim. Achei que a primeira opção seria melhor. – Ele levou o cigarro aos lábios, ocultando o fato de que não conseguia negar nada a ela.

John bufou.

- Isso é uma merda, é o que é. Se ela descobrir as coisas ilegais que fazemos aqui... Porra, Tommy vai ficar puto.

Grace e Mary - Thomas ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora