Capítulo 7

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Michael ajeitou os papeis em sua mesa pela última vez e se levantou, passando uma das mãos no cabelo. Ele tirou o relógio do bolso e constatou satisfeito que estava adiantado para o encontro que teria aquela noite.

- Ótimo. – Murmurou consigo mesmo antes de sair da sua sala.

John e Arthur estavam encostados na mesa de Lizzie, conversando entusiasmados com a secretária.

- Animado para a noite hoje, Michael? – O mais velho dos Shelby perguntou, em seu tom naturalmente alto, quando viu o primo.

Michael não conseguiu evitar que um sorriso tomasse conta de seus lábios.

- Olhe como ele está arrumado! – John exclamou, rindo em seguida.

- É hoje seu jantar com a Lady Dudley? – Lizzie perguntou curiosa, se inclinando sob sua mesa.

- Vou levá-la ao Ritz. – O Gray respondeu, tirando a carteira de cigarros do bolso.

- Ow, ele está mirando alto! – Arthur disse.

John balançou a cabeça, como se aprovasse a escolha do primo:

- Não tem como mirar alto com uma mulher daquelas.

Arthur e Lizzie riram.

- Eu espero que isso dê certo Michael. – A secretaria falou, sorrindo docemente.

- Por quê? Quer ficar amiga da Lady, Lizzie? – O Shelby mais novo perguntou, levando um palito à boca.

- Não é por isso! Eu já conversei com ela algumas vezes, ela sempre foi muito educada. Eu gosto dela. – Deu de ombros.

- Não tem como não gostar. – John respondeu – E é por isso – Ele apontou para o Gray, que agora fumava calmamente um cigarro – Que ele vai tentar a sorte mesmo ela sendo oito anos mais velha.

- Com quem Michael vai tentar a sorte? – A voz de Esme se vez ouvir e todos viraram para o corredor de onde a mulher vinha.

- Escute essa, Esme! – Arthur bradou – O pequeno Michael aqui vai jantar hoje com Mary Dudley.

O choque percorreu o rosto da esposa de John.

- Você vai sair com a realeza? – Ela riu – Boa sorte com isso. – Falou irônica.

- Não precisa ser tão maldosa, Esme. – John revirou os olhos.

- Por que não? Porque ela é uma lady, boa demais para nós da ralé?

- Ela nunca a tratou mal. – Ele retrucou a esposa.

- Ela não precisa, sempre vestida com aquelas roupas caras, ocupada demais viajando o mundo... – Esme torceu a boca.

- Você está com ciúmes. – Michael apontou calmamente.

- Não estou! – A mulher se virou para ele brava.

- Está. – O Gray soltou a fumaça do cigarro – Mas John não tem olhos para outra mulher que não seja você, Esme.

A feição dela suavizou e o Shelby mais novo aproveitou a deixa que o primo o havia dado:

- É verdade. – Disse, puxando a mulher pela cintura e beijando sua bochecha.

 

Lizzie e Arthur trocaram olhares cúmplices, ah, se Esme soubesse...

***

 

Mary olhou-se no espelho uma última vez antes de descer as escadas de sua casa em Londres. O vestido azul feito sob medida delineava seu corpo nos lugares certos, combinando com o delicado colar de pérolas em seu pescoço, e a mulher estava ciente de como tudo se encaixava perfeitamente.

Grace e Mary - Thomas ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora