Capítulo 15 _ Eu Sei Quem És

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Não conseguia entender direito. Nossa mãe foi assassinada e provavelmente os assassinos dela estão a rondar por nós.

— Tem certeza disso? — Aires insistiu — não foi outra coisa?

— Não. Quando saiu o resultado da autópsia da vossa mãe, eu estava lá. E a causa da sua morte foi uma mistura que desfeita dava alguns químicos que todos desconheciam, uma substância ainda não catalogada e que ninguém conhecia a oriem, por isso não tinha nexo o vosso pai ser o culpado — tia Kénia foi até o sofá ao lado e se sentou — quando eu vi aquele frasco no quarto do Aires eu soube logo o que se passava. As tuas histórias eram verdadeiras Irmão eu acho que são eles — Ela diz se dirigindo ao meu pai.

— Eles quem? — eu e o Aires perguntamos

— Ninguém que venha ao caso agora — ele desconversam — eu vou dormir, preciso descansar mais um pouco, boa noite a todos.

— Espere, ainda tenho algo para contar — tia Kénia pega no meu pai e o coloca sentado. — tenho algo tão delicado quanto, ou mais que isso. — ela tira uns papeis que estavam todos amassados de tanta dobra e os entrega para o meu pai. — Lembra dos meninos que foram carborizados e um deles possivelmente era o Amir? Então, na altura eu mandei fazer um texte de DNA nos dois, mas os resultados eu tinha deixado no casaco que você me emprestrou e foi confiscado pela polícia quando foste levado. Eu recuperei o casaco, as folhas já não estão tão legiveis. Mas indo direito ao ponto, o Amir não era nenhum daqueles corpos e talvez, talvez, atenção, ainda esteja por aí também.

Ficamos todos em choque e em silêncio para assimilar a informação. Era tão óbvia, foi-nos dito que os danos do Aires estavam a ser compartilhados em três partes, deviamos ter desconfiado. Mas a verdadeira questão era: porquê não sentíamos nada vindo do Amir esse tempo todo?

Todos se recolheram e foram para os seus quartos depois disso, meu pai parecia atordoado, mas de uma forma estranha. Como se já esperasse isso ou tivesse medo de algo. A tia Kénia foi para um dos quartos vagos e o Aires estava no seu.

Quando subi para ver como estava, encontrei-o a andar de um lado para o outro, mas quando notou a minha presença colou o capuz do casaco, sentou-se e apoiou a cabeça sobre a secretária.

— Hey! — cheguei perto e retirei o seu capuz — ta tudo bem? — Ele respondeu, mas eu não pude perceber pois o som foi abafado pelo jeito que o mesmo se encontrava. — O Amir está vivo e a andar por aí, quer dizer, possivelmente não é? — ele começou a falar e eu continuava sem entender nada — Como não nos apercebemos? Quer dizer devíamos saber faz tempo.

— não fui eu? — ele respondeu e dessa vez eu ouvi.

— Aires estás bem? O que não foi você?

Pequei no braço dele e o mesmo tremia, na verdade tremia todo ele. Levantou a cabeça e me olhou no fundo dos olhos, como se quisesse contar-me algo, algo além do pode me dizer...

— Eu… não faz sentido… quer dizer… eu estava lá e… mas como? Não fui mesmo eu? Eu não matei a nossa mãe?

— Sim não foi você, agora se acalma está bem? Quem fez isso ainda está por aí e se teve algum motivo ele virá até nós.

— Então estarei a espera dele.

— A política está a trabalhar no caso, não tens porquê se preocupar.

— Amari, A polícia falha mais que o sistema se ensino, nosso pai ficou preso todo esse tempo por algo que não fez, se a polícia fosse tão eficiente nós não teríamos crescido sem nosso pai. Seja lá quem for entrou em nossa casa, esteve no meu quarto. Talvez tenha sentado nessa cadeira em que estou ou foi te vigiar enquanto dormias nos dias em que ficavas sozinha em casa porque eu estava preso em sonhos na cama do hospital.

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