Universo Fawley - Livro 5 (O último ano da Elite)

Capítulo 15 - Eles são o caos

Eu me despedi da Dafne mais tarde naquela noite na porta do meu quarto. Entrei direto para o banheiro, desejando um banho quente antes de dormir. Porra, só com um milagre pra eu não me atrasar para aula amanhã de manhã. Quando estava a meio caminho do banheiro, ouvi minha porta abrir atrás de mim.

- Você não achou que eu ia deixar você me desprezar a noite inteira, achou?

Eu sorri pra aquela voz, ainda de costas pra ele.

- Eu não estava desprezando você, Draco.

Me virei devagar, com a expressão levemente divertida. Malfoy estava encostado de lado no batente da minha porta, com as mãos nos bolsos. Seu cabelo estava bagunçado caindo na testa e a gravata solta no pescoço. Eu conhecia os sinais sutis.

- Você está bêbado.

- Sim, de que outra forma eu aguentaria a festa sem colocar minhas mãos em você?

Sua voz era um sussurro sensual, e ele se desencostou do portal para caminhar devagar em minha direção. Ele bateu a porta atrás de si e eu estremeci.

- Não faz isso comigo. Não me tortura dessa forma.

Ele sussurrava enquanto suas mãos ágeis e experientes corriam para os lugares certos da minha cintura, pra que ele puxasse meu corpo pra junto do dele. Senti Draco colocar sua testa na minha e eu encarei aqueles olhos cinzas.

- Implorando por atenção, Malfoy?

Eu fui má e sabia disso. Mas também sabia exatamente o que queria com a provocação.

Draco piscou e mudou de postura na hora. Suas mãos antes delicadas, me empurraram agressivamente contra a parede do meu quarto antes de se apoiarem dos lados da minha cabeça, me mantendo presa. Malfoy se inclinou levemente pra me olhar nos olhos, seu corpo perigosamente próximo do meu, aquela aura de predador tomando conta dele novamente.

- Vim aqui por um motivo Fawley. Eu já acertei as contas com Mattheo, agora preciso cuidar de você.

Um arrepio percorreu minha coluna, mas eu sustentei seu olhar em mim. Não respondi e ele continuou.

- Você precisa de uma punição também.

Um leve sorriso debochado cobriu seus lábios. Eu fechei a cara e o desafiei.

- Por quê?

O sorriso dele sumiu de repente. Meu coração batia acelerado com a conhecida adrenalina de desafiar Malfoy, mas ele tinha algo diferente hoje. Mais intenso e mais perigoso. Eu não tinha certeza se era somente um dos nossos joguinhos ou se realmente deveria ficar com medo.

- Por foder os meus amigos pelas minhas costas.

Eu sorri para as suas palavras, incapaz de me segurar. O jeito espontâneo que ele falou, o leve tom malicioso, o brilho em seu olhar... Eu sabia que era um novo jogo. Draco tinha realmente resolvido seu ciúmes com o Mattheo, mas ele ainda precisava resolver suas inseguranças comigo. E a gente só funcionava de um jeito: nos desafiando.

Ele aproximou seu rosto do meu e eu desejei poder dar um passo pra trás, mas estava presa contra a parede.

- Preciso me preocupar que você tenha fodido mais alguém que eu não saiba, princesa?

Ele sorriu depois de falar, um sorrisinho contido. Como um predador brincando com sua presa antes de dar o bote. Seus olhos refletiam o brilho malicioso que os meus passaram a ter. Eu podia brincar de ser a presa. Sabia exatamente o que Malfoy queria fazer comigo, mas eu ia dar um pouco de trabalho antes. Era assim que eu garantia o interesse dele em mim. Draco gostava do desafio, e eu gostava de pressionar ele até o limite.