Capítulo 13 - jogo da garrafa

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[POV MALFOY]


Eu não iria matar Mattheo Riddle. E contava que a Fawley soubesse disso. Mas a raiva que eu sentia era tanta a ponto de eu desejar isso em voz alta. 

Mais uma vez eu estava nessa posição. Mais uma vez, todas as minhas inseguranças eram postas à prova quando eu descobria que um amigo meu tinha transado com a minha garota bem debaixo do meu nariz. 

Em nenhuma das vezes eu a culpei. Ela estava solteira e eu tinha sido um otário. Minha raiva não era porque a Fawley tinha transado. Era porque eram eles. Era porque eles sabiam quem ela era e o que significava pra mim. Era porque eles tinham olhado em meus olhos durante semanas e escondido isso de mim. Eu me sentia traído.


Com Riddle foi ainda pior, porque ele mentiu pra ela. Ele sabia exatamente quem ela era, e provavelmente estava a irritando desde que chegou aqui com esse segredo. Eu entendi que devia ser isso o que Fawley tentou me contar antes da festa começar e desistiu depois que eles conversaram sozinhos. Talvez Riddle a estivesse desafiando para guardar esse segredo um pouco mais. Senti raiva de mim mesmo por não tê-la ouvido naquela hora. 

Agora eu mal podia olhar pra ela, as lembranças deles ainda frescas em minha cabeça. Levei ela comigo pra dentro da mente do Mattheo sem querer, e pude ver que ela odiou cada segundo daquilo, mas eu planejava falar com ela mais tarde. Agora eu estava prestes a explodir.

Me sentei na poltrona em frente a eles, impaciente. Isso era também parte do jogo. Eu queria saber se ele me obedeceria mesmo que soubesse que as coisas iriam acabar mal pra ele. 

*


[POV RIDDLE]

Draco se afastou para se sentar em uma poltrona de frente pra mim. O restante da Elite se sentou no chão aos seus pés, formando a roda para o jogo como se ele fosse um maldito rei e desse sempre a última ordem. Havia apenas dois lugares disponíveis, bem em frente de Malfoy. Um pra mim, e um pra Fawley. Ela ainda estava em pé, de frente pra mim e de costas para Draco, e me olhou com medo pela primeira vez. Não era medo de mim, era medo por mim.


- Não faça isso.

Ela sussurrou, seu tom de voz beirava a súplica.


- Posso lutar minhas batalhas sozinho, Fawley.

Eu respondi com firmeza, um pouco irritado por ela agora estar querendo me proteger. Passei por ela com a garrafa nas mãos.


- Não dê a ele mais um motivo para querer matar você.

Eu parei a um passo da roda da Elite e me virei pra ela mais uma vez. Agora sua cabeça estava erguida e ela mantinha a expressão imperturbável que eu já sabia ser a sua máscara para andar em Hogwarts. 


- É exatamente o que eu preciso fazer. Como acha que ele vai me perdoar se não achar que me puniu o suficiente?


O choque atravessou seus olhos e eu quase sorri. Eu sabia que ia apanhar de Malfoy. Eu sabia que estava comprando uma briga perdida no instante em que decidi por minhas mãos nela. Eventualmente, essa conta iria chegar e sinceramente, eu já estava ansioso por isso. Eu queria passar por isso logo, deixar Draco descontar toda a sua raiva pra poder viver em paz com a Elite. Eu queria ser um deles, e não poderia enquanto Malfoy não superasse o que eu fiz com a Fawley.

Universo Fawley - Livro 5 (O último ano da Elite)Onde histórias criam vida. Descubra agora