Capítulo 20 - POV PANSY

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[POV PANSY]


[Várias semanas depois]

Caralho, eu estava atrasada. Muito atrasada. Tinha prometido encontrar Fawley e Greengrass para o café, mas Mattheo estava muito afim de me segurar no quarto dele essa manhã.

Eu ainda achava hilário o fato de estar transando com o filho de Voldemort. Não que ele se parecesse ou lembrasse o pai, mas ainda sim era estranho. Fawley me falou naquela mesma semana que achava que ele estava obcecado por mim, mas eu dispensei a ideia assim como eu dispensei Riddle várias vezes antes de hoje.

Eu não sentia nada por ele além de tesão, principalmente quando ele aparecia bêbado com a camisa aberta no meu quarto depois uma festa, e pulava na minha cama fazendo piadas sem graça e me convencendo a dormir com ele de novo. Ele era muito bom na cama. Com certeza, as melhores fodas da minha vida foram com ele, e era por isso que eu aceitava tão facilmente quando ele vinha implorando por mim. Eu fui atrás dele algumas vezes também, mas normalmente preferia morrer a ouvir as piadinhas dele sobre eu estar o querendo.

Um relacionamento nem passava pela minha cabeça, apesar de a Fawley insistir que queria nós dois juntos. Eu e Riddle éramos amigos - muito amigos, posso dizer - mas não passava disso. Eu ainda transava com Zabini de vez em quando e com qualquer outro cara que eu quisesse, e via Riddle também nunca deixar seus lençóis esfriarem. Ele definitivamente estava assumindo o antigo posto de pegador de Draco, mas ainda tinha um longo caminho para percorrer.


A amizade dos dois era engraçada. E com a Fawley também. Eles brigavam o tempo inteiro, as vezes a Fawley e Riddle, às vezes Riddle e Malfoy. De vez a quando a Elite precisava interferir e Blaise e Theo precisavam separar os dois que constantemente se pegavam na porrada, mas pouco tempo depois todos estavam rindo de novo. Mattheo não tinha medo nenhum do Draco, e sempre que podia, fazia alguma piada sobre o fato de ele ter transado com a Carol ou ter beijado ela na frente de Draco, duas coisas que a escola inteira acabou ficando sabendo. Normalmente, era assim que começava as brigas.

Mas apesar disso, Drawley estava melhor do que nunca. Os dois raramente se separavam, e estavam constantemente trocando olhares intensos que a gente sabia serem conversas mentais. A legilimência da Carol estava muito desenvolvida agora, era um dom natural. Se eu ficava muito puta ou triste com algo, ela sentia. Com Mattheo e Astoria na Elite, nós éramos bastante gente, então ninguém se incomodava quando eles simplesmente sumiam das nossas vistas e reapareciam horas depois. 

Pra ser sincera, depois de tudo o que os dois passaram e tendo acompanhado a longa jornada que foi para os dois se assumirem, nós ficávamos muito felizes por eles. Malfoy era completamente obcecado por ela, e de alguma forma isso só aumentou a inveja e desejo das garotas da escola sobre ele. Fawley ainda tinha que lidar com as garotas que seguiam Draco pelos corredores, principalmente porque todos em Hogwarts sabiam sobre o papel que ele desempenhou na guerra.

Bem, o mundo inteiro sabia, na verdade.

E isso era culpa minha. E de Hermione.


Vou explicar:


No final da guerra, eu fiz uma promessa a Fawley. Jurei que não deixaria a história apagar os sacrifícios que meus amigos fizeram, que não descansaria até que todo o mundo soubesse o que realmente aconteceu. Hermione ouviu minha promessa, e me chamou pra perto algumas horas mais tarde.

Resumindo a história, ela tinha descoberto que Rita Skeeter, a jornalista arrogante e mentirosa que escrevia para o Profeta Diário e fez um livro falando sobre Dumbledore, era uma animaga ilegal. Ela se transformava em um besouro e era assim que descobria todas as fofocas que publicava. 

Granger fez um acordo com Skeeter, um acordo bem planejado por mim e pela Elite, e a jornalista publicou um novo livro durante as nossas férias na França. Um livro que contava toda a história da guerra, exatamente como tudo aconteceu. Ela escreveu sobre tudo, com fotos e depoimentos.

Sobre a ordem da fênix, sobre a caça às Horcruxes e como cada uma delas foi destruída, sobre o papel dos alunos e professores de Hogwarts na guerra, sobre os sonserinos que lutaram contra as próprias famílias, e também sobre a Elite. Sobre o plano lento e bem executado de Blaise, Dafne e Astoria por dentro dos seguidores de Voldemort, que causou intrigas e desconfiança entre eles e fez com que no minuto em que a guerra acabou, eles começaram a dedurar uns aos outros e entregar todos os segredos, por medo de serem entregues pelos traidores.

E também sobre Draco. Sobre como o garoto de 18 anos que se tornou o maior general dos exércitos de Voldemort era na verdade um espião de Dumbledore, e que ele fez isso para proteger a Fawley. No início, Malfoy odiou a ideia. Ele não queria que as pessoas soubessem todas as coisas horríveis que ele fez, todas as pessoas que torturou, as mortes que teve uma participação indireta. Mas a Carol conseguiu convencê-lo que era importante. Ela também não suportaria viver em um mundo onde ninguém soubesse quem Draco realmente era.


A publicação do livro ainda era muito recente, e nós estávamos aprendendo a conviver com as consequências dela. Naturalmente, Malfoy e Fawley se tornaram ainda mais conhecidos na comunidade bruxa, principalmente depois da coroação em Paris, mas eles continuam não dando a mínima pra fama que tem. 

Harry, Ron e Mione estão sofrendo bem mais com a exposição. Potter já era mundialmente conhecido antes, mas agora ficou pior. Ele e Weasley nem voltaram pra escola esse ano. Receberam uma proposta do ministério para começar um treinamento de auror e ajudar o governo a prender os apoiadores de Voldemort restantes, e eles decidiram aceitar. Granger não abriria mão do seu diploma, então ela retornou pra Hogwarts ao lado da Gina, pra repetir o sexto ano já que eles perderam meses de aulas no ano passado quando largaram a escola para caçar Horcruxes.

Não estava sendo fácil pra ninguém, até mesmo Dumbledore anunciou que se aposentaria ao fim desse ano. Vários ciclos se encerrariam esse ano, então a escola estava fervilhando de emoções.


Apesar de tudo o que estava acontecendo lá fora, na primeira reunião da Elite nós decidimos que até o fim do ano letivo, agiríamos como sempre. A escola era nossa principal responsabilidade, e toda a diversão que aprontávamos por aqui também. Era nosso último ano, e iríamos viver ele como merecíamos viver.

Só depois da formatura nós encararíamos o mundo real que nos esperava. Fawley agora era uma princesa de verdade, Malfoy era o representante da família mais antiga, rica e importante do mundo bruxo, Nott planejava assumir a fábrica de whisky no lugar do pai, Dafne também planejava cuidar dos negócios da família... Eu e Blaise tínhamos algumas ideias sobre nosso futuro também, mas o plano era pensar nisso só depois da formatura.


A formatura. Esse era o evento que eu pretendia organizar com as meninas hoje, se chegasse a tempo para o café. A última festa da Elite em Hogwarts, a festa que faríamos na antiga Câmara Secreta, se o plano de Draco desse certo. E provavelmente daria.


- PARKINSON! PARE DE CORRER NAS ESCADAS!


Eu xinguei baixinho quando ouvi a voz da Professora McGonagall e paralisei, mas abri um sorrisinho debochado pra ela.

- Não se preocupe professora, ano que vem eu não estarei correndo nas escadas.


Ela ficou em choque com a minha ousadia por um segundo, depois abriu um sorrisinho vencida. Ela sentiria a nossa falta. Todos eles sentiriam. Desde o primeiro dia de aula, a Elite constantemente lembrava todo mundo que era nosso último ano. Nós fazíamos o que quiséssemos, depois de o que fizemos na guerra, não seríamos expulsos da escola.

Por respeito, eu caminhei durante os últimos degraus, mas quando virei a esquina do corredor, comecei a correr de novo. Fawley e Greengrass iriam ficar putas comigo pelo meu atraso de novo. Eu ia matar o Mattheo quando tivesse a chance.

*

Universo Fawley - Livro 5 (O último ano da Elite)Onde histórias criam vida. Descubra agora