Right of blood

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Lisa assistia sua mãe se arrumar, a rainha usava saltos finos e um vestido elegante, de algum modo, a herdeira sentia muito orgulho da mãe. Mali era uma boa rainha, sempre foi bem aceita no reino inteiro, não havia uma só pessoa que não gostasse dela, e bem, quem não gostava, acreditava nas fake news que espalhavam por ai.

— Um dia vai ser você, meu bebê.- Mali disse e jogou um beijo para a filha mais velha, a princesa revirou os olhos e se virou para a janela, abraçando o próprio corpo.

— Não, mãe...- Lisa respondeu insegura.

Mali andou até a loira e a abraçou por trás, um abraço puramente materno, que se fez necessário desde que Lisa tinha doze anos. Quando a herdeira ainda uma criança, ela começou a ser treinada para ser uma rainha, era a filha mais velha e iria de tornar uma um dia. Suas aulas iam de História para Etiqueta de maneira muito rápida, com uma extensa lista de matérias entre elas. Aos doze, o rei Kwang deixou a filha mais velha assistir uma reunião, Lisa apesar de ser uma pré-adolescente, empenhava um papel bom em todas as suas atividades. A princesa que sempre teve os cabelos morenos do pai, entrou na sala cinco minutos antes do combinado, comprimentou todos os presentes, e se sentou como sempre ao lado direito de seu pai. Ela assistiu tudo com interesse, sua pequena mente brilhante trabalhava com soluções, e isso significava que ela estava indo no caminho correto, estava estudando para saber resolver esses problemas. Então ela resolveu dar sua opinião em voz alta. Esse foi seu erro, porquê no momento em que ela terminou de falar, cinco homens que não gostavam da idéia dela ser a herdeira, começaram a rir. Riram bastante, até o próprio rei os encarar sério e sem achar alguma graça.

— Peço perdões, majestade, mas se sua filha continuar a ter pensamentos como este, ela será uma péssima rainha.- Ele disse e Lisa se assustou.

Tarde demais, a idéia se emplantou no cérebro da herdeira naquele momento e nunca mais saiu.

— Eu...?- Lisa perguntou baixo, sentia suas mãos soando e ela temia pela resposta.

— Sim, você! Precisa ter idéias mais maduras, já é uma garotinha crescida!

Essa foi a primeira vez que Lisa se sentiu humilhada. A criança se levantou e não tinha estômago para encarar o resto da reunião, foi correndo até a sala da mãe e chorou no colo dela, dizendo que nunca iria se tornar rainha, que não seria boa o suficiente.

Agora, uma princesa insegura sobre seu reinado, era o que acontecia até então.

— Você fará um trabalho incrível quando chegar a sua vez. Confie na mamãe.- Lisa iria responder, mas um guarda entrou na sala e avisou que o rei queria ver a princesa.

Lisa deu um beijo na mãe e foi até o pai. Ele estava na sala de guerra, em frente à grande mesa com um mapa aberto. Assim que ele viu a filha, sorriu carinhoso, Lisa parou em frente a ele, só que do outro lado da mesa.

— Temos que ter uma conversa séria, querida.- Ele disse e Lisa ficou tensa, sempre teve medo de quando essa hora chegaria.

— Sim?

— Você sabe... Nós sempre deixamos você nos dizer quando estaria pronta para governar, sempre lhe demos essa liberdade e não vamos retira-la agora. Mas eu e sua mãe estamos ficando cansados, não temos mais o mesmo pique de antes, estamos entrando na nossa terceira década de governo. Preciso que escolha se vai abdicar ou se vai assumir o trono, como ele é seu, por direito de sangue.- Ele disse, Lisa não queria escolher, não queria pensar naquilo.

Mas ela não poderia, estavam falando de uma população, de um reino e de uma coroa pesada.

— Se eu abdicar, o que irá acontecer?- Ela já sabia, mas queria confirmar com o pai.

The Princess Soldier, Jenlisa Onde histórias criam vida. Descubra agora