Sr. Rossi - Voltara para a plataforma dia 23/06

VI

"Não sou o melhor, mas amo meu jeito de ser"
20 ligações.

Desligo o celular, o colocando novamente no balcão. Encaro ele pensando o que eu teria que fazer daqui pra frente. Lia ficava com Sarah, sua babá, já que ela ainda não havia idade suficiente para ir à escola, apenas no próximo ano.

Infelizmente não havia com quem Lia ficar nesse meio tempo, eu tinha apenas duas opções;

Ou eu faltava no trabalho e deixasse que Gael infartasse com isso, ou eu iria trabalhar e levava Lia comigo.

As duas opções eram terríveis, mas a segunda me soava um pouquinho melhor, ao menos ninguém infartaria e nao descontariam nada no meu salário por faltar.

Era a única opção a se fazer. Quem de juízo bom deixaria sua filha se quatro anos sozinha em casa? E eu não estava afim de descontarem do meu salário os dias faltados, ou nos meus piores sonhos, me demitirem, já que Sarah demoraria ao menos dois meses a se recuperar.

Lia aparecesse ao meu lado.

— Está tudo bem mamãe? — Ela me pergunta acariciando minhas costas. A pego no colo e a ponho no balcão.

— Você sempre teve vontade de conhecer a empresa da mamãe, não é? — Pergunto a ela que abre um sorriso largo, mostrando seus dentes.

— Siimm! — Ela dá um gritinho.

— O que acha de amanhã irmos até lá — Ela se anima, levantando seus braços de felicidade.

— Siiim! — Ela grita novamente animada, ela me dá um abraço apertado.

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Quando estávamos a menos de 6 minutos para chegar a empresa, escuto meu celular tocar. O pego de dentro da minha bolsa e vejo ser Mary.

Ligação on

— Fiquei sabendo que Sarah sofreu um acidente.

— Pseh né — Falo.

— Você vai ficar com Lia em casa? — Ela me pergunta

— Estou entrando na empresa agora - Digo simples.

— Lia ficou com quem? -

— Oi tia Mary — Lia grita no fundo.

A ligação fica muda por um tempo e até penso que ela havia desligado, mas então ela diz;

— Mentira que você está a levando até seu trabalho — Ela ri — Seu chefe vai infartar garota - Ela ri mais.

— Eu sei, mas Lucas está viajando e quem tá na empresa é seu irmão, ele mal sai de sua sala, talvez nem a veja.

— Se você diz — Ela suspira — Sinto muito, eu queria poder ficar com Lia, mas minha previsão de chegar em casa hoje é no mínimo 19:00 horas.

— Sem problemas Mary, eu entendo e você não tem obrigação nenhuma. Apenas me deseje boa sorte.

— Boa sorte — Desligo.

Ligação off

Entro na empresa com Lia de mãos dada comigo, a recepcionista parece olhar Lia com certa curiosidade, dou apenas  um sorriso sem dizer nada.

Penso em como Gael reagiria caso visse ela, o céus! E se talvez Lucas havia voltado de sua viajem. Meu Deus! Eu não saberia qual seria pior, Lucas ou Gael. Já estava no meu terceiro pai nosso, quando a porta de metal se abre e Lia sai disparada sobre a sala.
— Lia, não - Falo — Você vai ficar quietinha, tendeu? - Seguro em seus pequenos bracinhos e ela me olha.

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Por incrível que pareça, estava a tudo ocorrer bem. Gael não havia aparecido ainda, mas ainda era cedo. Trouxe alguns brinquedos de Lia para que ela se distraísse. Eu a havia colocado em baixo da minha mesa, ela brincava com seus brinquedos. Esperava que ela não fizesse tanto barulho.

Me assusto ao escutar o "tim" do elevador.

Não posso falar que estava indo tudo bem, que tudo vai de tudo mal.

Lucas Rossi havia voltado de sua viagem. O céus, justo hoje? A mulher do outro lado da linha continuava a falar feito papagaio e eu nem sequer entendia o que ela falava. Estava a encarar seu rosto durante um bom tempo, paralisada sem saber o que fazer. Estava torcendo aos céus para que Lia não fizesse um barulho.

Desligo a ligação na cara da moça quando percebo Lucas se aproximar. A sorte era que a mesa era tampada na frente, ele não a veria de jeito algum. Acompanho meu olhar conforme ele se aproxima.

— Está tudo bem Senhorita? - Ele fica ao outro lado da mesa — Está sim - Respondo tentando manter a calma na voz, estava nervosa. Eu era péssima em mentiras e esconder qualquer coisa de alguém.

Eu não queria que ele visse Lia, ele com toda certeza surtaria e me mandaria embora.

— Voltei ontem, imagino que você estivesse consciente da viagem que fiz - Ele espera por uma resposta minha, mas não digo nada — Em minha sala daqui 10 minutos — E sai.

Até então

Ventosa — Ela diz quando Lucas estava prestes a entrar em sua sala, regalo os olhos assustada— Como você aprendeu isso Lia? - Abaixo a cabeça e o tom de voz, me direcionando a ela. (Otario)

— Vi você falar con tia Mari — Ela fala naturalmente embolando algumas palavras.

— Lia, não diga mais isso - A repreendo — Mamae está lhe ensinando italiano, mas não significa que pode ficar falando certas coisas- Ela me olha triste.

Lia ficou quieta no seu cantinho brincando com os brinquedos sem mais muita emoção. Escoro meus cotovelos na mesa e coloco meus dedos em minhas têmporas e solto uma risada abafada, ao relembrar o que Lia havia acabado de dizer e a quem disse.

Minhas risadas morrem ao lembrar que ele havia """""pedido""""""" para eu ir até sua sala, arrumo alguns materiais que provavelmente serão precisos e saio, mas me lembro de Lia.

— Mamãe vai logo ali, daqui a pouco eu volto - Digo saindo por fim.

Bato na porta esperando mais uma vez por sua permissão e olho para trás, vejo apenas um pedaço de suas perninhas em baixo da mesa.

Escuto seu entre e entro pela sua sala, minha agenda estava no meu braço direito e uma caneta em cima da mesma, ao entrar, deixei a porta entre aberta, vendo que provavelmente ele pediria apenas sua agenda de reuniões hoje e não demoraria tanto.

— Demorou Sr. Barone - Ele fala meu sobrenome e sinto um leve arrepio, juntamente com raiva, deveria nem ter vindo, penso.

— Me desculpe - Me forço a dizer — Acredito que queira sua agenda para hoje - Ele não diz nada e continuo.

— Hoje você terá apenas reuniões dentro da empresa. A secretária do Sr. Brasone havia ligado pedido para que eu marcasse uma reunião para o senhor hoje - Ele não havia me olhando — Então será as 11:30 sua primeira reunião, as 13:40 você terá com o Sr. Otor, e as - Paro de falar ao escutar um barulho da porta sendo aberta.

— Mamãe, olha o desenho que fiz - Sr Rossi na mesma hora olha para a pequena coisa ao meu lado e estremeço.

—il Dio! (O Deus)

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