XXIV

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Terminado de amarrar meu conturbo, escuto uma buzina no lado de fora, já sabia quem era. O motorista de Lucas havia chegado, Marco. O conhecia algum tempo, sendo ele o mesmo que havia nos levado ao aeroporto na vez que fomos ao Brasil. Pego meu blazer e desço as escadas com Lia.

Ele abre a porta do carro para que eu entre. Assim que entro, percebo que havia uma cadeirinha infantil no banco traseiro. Sem querer, acabo soltando um sorriso.

uno stronzo perfetto (um idiota perfeito)

Quer ajuda? - Eu devo ter ficado encarado isso por um tempão.

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Ao chegarmos onde Lucas morava, Lia já havia dormido, e para tirá-la de lá sem que a acordasse foi um custo.

— Obrigado - Falo quando Marco me ajuda a sair do carro.

Eu nunca tinha vindo aqui é mal sabia onde ele morava e meu Deus, esse lugar era extremamente lindo.

Lia estava um pouco pesada, mas não havia tanta dificuldade em carrega-la. Nem parece que ela estava a pouco tempo tão animada para chegar na casa do tio Lucas, acabou apagando.
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A porta não estava trancado, então deixando de lado qualquer tipo de educação, entro logo de uma vez (afinal, meus braços começavam a doer)

— Lucas? - O chamo, já que a casa estava em completo silêncio.

Enquanto eu não o via, paro para reparar o lugar. O interior era de tons escuros, começando pelo sofá que era de um cinza mais claro, além de ser extremamente grande. Havia também uma mesinha de centro de madeira escura, e o carpete que também era cinza, só que um pouco mais escuro.

Havia uma grande janela que ficava atrás do sofá, que dava uma bela visão de Nova York noturna.

Sinto a mão de alguém em minha cintura, não o olho, apenas continuo meu foco para a cidade a fora.

— Deixa que eu levo Lia lá para cima - Sorrio para ele e o entrego Lia, tomando um cuidado para que ela não acordasse.

Meus braços pareciam que suspiravam pelo alívio.

Ele sobe as escadas com Lia no colo, que parece se aconchegar em seus braços.

Traidora.

E no final, meu chefe babaca se tornou o cara pela qual minha filha estava criando sentimentos, e bom seria se fosse apenas ela...

A Emmy de 2 anos atrás surtaria se soubesse que agora, estávamos aqui na casa do seu chefe tendo um encontro.

Uma grande reviravolta.

Me sento no sofá e dou mais uma olhada no local, o avaliando.

Ao perceber, no canto da sala um piano, meu coração erra uma pequena batida.

Piano se tornou uma das minhas maiores paixões, o que infelizmente tive que me afastar, já que eu não possuía um, e não conhecia alguém que tivesse um (até agora)

Minha mãe era o tipo de mãe que queria uma filha perfeita, isso se resumia em cobrança a todo custo. Minhas notas da escola deveriam ser impecáveis, além das aulas que eu fazia durante a semana.

Inglês.
Bale.
Natação.
Piano.
...

O último até que ela não teve que se esforçar tanto, já que eu dês de pequena tentava juntar algumas notas no instrumento.

Eu poderia ficar tocando em um piano por horas e assim mesmo não me cansaria, era espetacular o som que aquilo possuía, e era melhor ainda como aquilo poderia me fazer esquecer de todo os problemas aos redores.

Sr. Rossi - Voltara para a plataforma dia 23/06Onde histórias criam vida. Descubra agora