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- Grace Cameron - 

Rafe dormiu no meu quarto essa noite, acordei pela manhã e decidi fazer algo pro meu irmão que parece continuar deprimido pela conversa que teve com a kie, depois de preparar um café e deixar ao lado da cama, tomei um banho e me arrumei para ir até a academia, não é longe da minha casa então pude ir caminhado, não sei ao certo o motivo, talvez tenha sido toda a conversa com o rafe e ver meu irmão mal é pior que facada mas hoje acordei ansiosa, estava suando dos pés a cabeça, com um aperto no peito e sentia que qualquer pessoa que falasse comigo eu estaria pronta para assassinar, a academia ajuda bastante, descontando toda minha raiva em sacos de pancadas até que seja seguro eu falar com alguém, acho que são esses os problemas de raiva que rafe comenta mas não preciso de psicólogos quando posso passar a tarde treinando e conversando com jake, ele é um bom amigo e por sorte não fica grudento quando nós damos uns amassos de vez em quando.

Na volta pra casa já era quase fim de tarde, já dava pra ver a maré começando a baixar, andei pela areia da praia para voltar a casa, sem nem se quer conseguir tocar meus pés da areia sem estremecer, eu não entendo a sensação, como se eu sentisse o mar me chamando, querendo me contar algo enquanto tenho um medo gigantesco, um medo que nunca senti por outra coisa em minha vida, acho que agora é tarde, perdi um dos meus maiores prazeres de vida.

— Bom dia, Cameron!

— Aí porra! — eu grito pelo susto do garoto que surgiu ao meu lado como uma sombra — qual seu problema?

— Tá bem assustadinha né? — finco meus pés na areia e ninguém me tirará daqui tão cedo

— Quantos anos você tem? — eu pergunto franzindo todo meu rosto

— 17, porque? — jj para, vestindo uma bermuda azul, sem camiseta, com uma prancha de surf embaixo do braço e o corpo completamente molhado

— Que ano nasceu? — eu continuo estagnada

— 2004, porque? — eu volto do meu transe lentamente, voltando a andar na areia

— Nada...na minha época os garotos não erram gostosos assim não — eu solto sem ao menos me importar

— Me acha gostoso, kook? — este loiro carrega um sorriso malicioso no rosto e eu continuo andando, olhando para longe e sorrindo esperta

— Eu posso ser uma vaca...mas eu não sou mentirosa, maybank — eu pisco o olho direito deixando um sorriso orgulhoso surgir no canto do rosto do mais novo

— Indo pra casa? — ele aponta para figure 8

— Sim..—

— Te acompanho — mais uma vez franzindo meu rosto

— Não é o cut. Eu não vou ser assaltada no meio do caminho — rebato um tanto ríspida

— Porque você não consegue só aceitar uma gentileza? — na verdade eu tenho uma lista de motivos mas deixo o assunto morrer aí mesmo dando de ombros

Continuamos andando, em um silêncio que não é constrangedor, intercalando o olhar entre o mar e pequenos sorrisos

— Sua irmã me ensinou uma brincadeira...verdade e desafio sem desafio...— uma risada escapa dos meus lábios

CAMERON'S - (JJ Maybank )Onde histórias criam vida. Descubra agora