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- Kiara Carrera -

— Rafe da pra falar comigo? — eu peço, tentando acompanhar rafe que anda mais rápido até o carro

— Entra logo — suas palavras saem ríspidas, ele entra no carro da irmã e eu ando até o outro lado, entrando e me sentando no banco ao seu lado enquanto vejo rafe ligando o carro

— Rafe, oque fizeram? Oque foi aquilo? — eu pergunto, a minha voz tremendo e vendo rafe suspirando fundo quando o motor do carro ronca e ele acelera com toda força

— Eu vou te levar pra casa e não quero mais te ver em festas no cut. — rafe diz firme sem nem se quer tirar o olhar da estrada

— Rafe...eu so— eu toco seu braço e a palma da mão de rafe bate com força do painel do carro esporte

— ESTÁ ME OUVINDO? — eu me encolho no banco com o berro e o barulho — Não vai mais ir às festas do cut...entendeu?

— Sim...— minha voz sai como um sussurro, rafe não manda em mim mas agora tenho medo suficiente para não discordar

Ficamos em silencio, sem palavras somente a respiração descontrolada de rafe, eu vejo suas mãos em volta do volante, sujas, terra ou qualquer outra coisa que seja seca e marrom. Os pequenos respingos em sua camiseta, qualquer coisa vermelha forte o bastante para deixar uma mancha, desvio o olhar ao outro lado tentando pensar que isso pode ser tudo menos oque parece.

O carro desacelera, parando bem em frente a minha casa, desligando os faróis e deixando o silêncio continuando, eu não posso sair, não posso deixar rafe aqui sozinho. Quando me viro para o encarar, rafe já está me olhando, tamborilando os dedos no volante.

— Você precisa de um banho..— eu digo tentando não encarar a sujeira de suas roupas, terra.

— Eu estou indo pra casa — rafe explica me fazendo engolir seco

— Rafe...— eu respiro mais fundo, tentando recuperar o mínimo de força, me aproximando e tocando seu rosto calmamente —Pode conversar comigo...pode ficar aqui...não precisa voltar para a bagunça.

Desta vez ele não esbravejou ao meu toque, apenas baixou o rosto recebendo um pequeno carinho entre sua bochecha e maxilar, seus olhos tão cintilantes se encontrando com os meus.

Rafe baixa a guarda, suspirando e me deixando levá-lo para dentro de casa, mesmo sendo quase impossível meus pais acordarem nós fazemos o máximo de silêncio, subindo as escadas e parando rafe em frente a porta do quarto de hóspedes

— Tem um banheiro ali...tem toalhas lá dentro, pode tomar banho, eu vou trazer uma roupa pra você e deixar na cama — ele assente, em completo silêncio

Eu forço um sorriso para conforta-ló e vejo o entrar no banheiro, corro até a lavanderia e pego um bermuda e uma camiseta do meu pai limpa no varal, eu procuro algo para comer, faço sanduíches e suco, carregando uma bandeja com tudo de volta ao quarto, em silêncio, eu abro a porta colocando a comida sobre a bancada e as roupas sobre a cama, antes que eu saia do quarto, vejo a porta do banheiro sendo destrancada, revelando desprevenidamente uma bagunça de cabelos molhados e um peitoral lindamente definido.

— Argh...desculpa...eu só..só vim trazer sua roupa — eu digo me virando para o outro lado tentando não revelar o quanto estou vermelha

— Obrigado..— a voz grossa e firme, nem parece o mesmo rafe.

Eu vejo de canto ele pegando a bermuda e se vestindo, ele usa a toalha para secar o cabelo e ignora a camiseta que eu o entreguei

— Valeu kie...— é quase um aviso para que eu me vire e continue admirando seu peitoral

CAMERON'S - (JJ Maybank )Onde histórias criam vida. Descubra agora