Stephanie Fearblood - vampira
— Apenas sendo bom alguém pode verdadeiramente ter uma vida feliz. Não alcançará isto com momentos soltos de devassidão que irão atormentá-lo a cada fraquejar de sua convicção no amor ao prazer vindo de ações perversas. Nos últimos momentos o homem bom olha para trás e sorri, o vil fingi o fazer enquanto os pecados apertam seu coração.
Os olhos alvos e vítreos do humano foram a ela. Ele não pode me ver... os punhos da vampira fecharam e as íris penderam na direção contrária. Mas ainda sinto o fitar, ainda me lembro das ocasiões onde quis e quase cedi a desejos que trariam desgraça a outro.
Ele tem razão.
Mas... mas...
— Ser bom não é algo que recompensa no prazer obtido do ato, mas na satisfação de ter sido uma existência benéfica a outra.
E como eu poderia ser isso? Eu tentei! Eu tentei a droga do caminho todo até aqui, merda! Não adiantou... não adiantou nada!
Eu...!
Uma mão desceu sobre o ombro da vampira. Stephanie foi atravessada por um arrepio e os olhos rubros foram aos azuis da elfa negra. Respirou mais profundamente, os lábios separando-se infimamente e punhos desfazendo parcialmente o cerrar.
Desviou o encarar. O rosto da elfa voltou-se ao do homem.
— Quieto, Yagami, isso não é uma igreja e não foi posto no time por seus sermões.
— Meus sermões se fazem necessários na presença de uma criança que passou tanto tempo com ouvidos a alcance daquela mulher.
A bêbada, Ouroboros fora como o homem se referira a ela. ''A serpente que devora a si mesma, símbolo da eterna morte e renascimento'', uma facção de onis que tem código de não participação em assuntos externos que não envolvam a proteção direta do terreno da Bélica pelo que lembro de ouvir do meu pai... não havia registros escritos sobre eles em lugar algum da biblioteca.
— Caguei, velhote, também tá me dando nos nervos esse papinho aí — o licantropo com a mão subindo ao cabo do machado de lâmina dupla.
— Ainda tem uma língua desrespeitosa, precisa superar isto. Houve uma mulher que...
O dedo da elfa negra, Hersa, encontrou os lábios do velho.
— Chega.
Estavam a meia centena de quilómetros a sul de Semiramis, haviam se separado do restante da turba de fugitivos, por conta da quebra da muralha e atravessar da linha de militares por zumbis, há meio dia. Seguiam para a montanha Phoenix... se perguntado nas extintas cidades vampiras, Surt se na ainda de pé Bélica. Os licantropos chamavam-na de ''o lugar mais quente no meio do inferno''. Fica em um terreno de rochas vulcânicas com o solo marcado por alguns veios de magma que escorriam rumo ao mar e formavam obsidiana lenta, mas progressivamente na direção contrária ao continente.
O grupo que seguia com Stephanie continha um humano na casa dos cinquenta, um jovem licantropo com provavelmente idade próxima a dela e Hersa que conhecia a bêbada... Cia... Ouroboros. Seja lá qual for seu nome.
Espero que esteja bem.
O céu cinzento e rabiscado por rubro era visível no horizonte. Estamos a meio dia de caminhada de lá, provavelmente. O fedor de suor era uma constante e os mantimentos só durariam mais três dias. ''Assim que pisarmos em Muspelheim correremos o caminho todo até Surt'' fora concordado. Metade da equipe cedera sob os mortos vivos que escaparam da tentativa do exército de Semiramis de impedi-los de ir à civis. Mais três vidas na minha conta.
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A Queda das Espadas
FantasyA Cruz do Primeiro, cidade pertencente aos vampiros, é destruída sob o ataque do exército élfico. Fugindo de lá às pressas, Stephanie Fearblood carrega consigo o prenúncio de uma catástrofe e o desespero da perda de seu lar e pai. Numa busca para im...