Stephanie Fearblood, vampira
'' Conta-se que há uma gruta. Trinta e três centímetros de altura, entre uma árvore que parece dizer 'saí fora' e um pedregulho talhado com o rosto do Davi Não Vaz. O coelho provavelmente vai te dizer: estou atrasado.'' A dedicatória do livro Não Há Maravilhas no País das Maravilhas, de Ecila Lewis.
'' Onde as casas são monstruosos castelos de cristal, as pessoas deuses e a estrada um arco íris feito de passado, presente e futuro. Mas Alice era frágil, fadada ao envelhecimento e limitações de uma mente perene... era diferente, novidade. Velho Crina Acizentada a quis, Casebre Novo a exigiu, Timo de Nau fez um pedido formal e Ja Ja Ja informou a todos de seu desejo pela pequena e única forma falha de vida no País das Maravilhas. Mais e mais vozes contoreceram-se para exprimir o mesmo interesse.
— Mas só há uma Alice - disse uma boca larga encimada por olhos azuis felinos. Flutuava no ar e os dentes eram afiadas navalhas. - Não é o bastante para todos os senhores.
— Que bichano tolo - Cutelo Rosado respondeu. - Basta que cada um tenha um pedaço.'' E após esse trecho Ecila Lewis concluira sua obra com um ''fim''.
Os ventos punham galhos a balançarem e folhas a caírem. Os odores de lebres, raposas, pássaros, cobras e mais escapavam a rota entre os troncos em uma cacofonia. A vegetação tinha tons vívidos.
— Uma vez ouvi uma pessoa dizer que havia encontrado a entrada para o País das Maravilhas.
Stephanie fitou para direita e Antony. A íris escura dele a encontrou de canto e um sorriso o subiu aos lábios grossos.
— Ela tinha dito para a bebida de todo mundo ser posta na conta dela, parecia uma mistura de oni e humano com pele branca, cabelos negros e chifres... eram chifres maiores do que de qualquer oni que já encontrei e tinham manchas rubras nas pontas. E olhos púrpuras, foi a primeira vez que vi alguém assim. Depois de rodadas de cachaça - Stephanie desviou o olhar. É só uma maldita história de bêbado. - danças e piadas toscas e ameaças do barista para saírem, ela contou... Não está interessada?
Stephanie deu de ombros.
— Então não vou continuar.
Cinco, seis e sete passos. A vampira mordeu o canto da boca.
— O que ela contou? - Stephanie, o mercador riu.
— A oni disse: Havia um pedregulho talhado com um rosto, mas o feminino de uma jovem, vampira a julgar pelos cabelos levemente ondulados e orelhas pequenas e ainda pontiagudas. A árvore estava morta, suas dezenas de galhos dobravam-se a frente do tronco como braços e tinha duas manchas azuladas que lembravam olhos zangados. Um coelho tentou arrancar a cabeça dela às dentadas.
A história prosseguiu até o meio dia. Das antessalas na caverna com pedaços de madeira velha no solo às ruínas do outro lado do buraco descrito na história de Ecila Lewis. Ruínas que ladeavam uma estrada de pedra preta, branca e cinza. As flores e árvores numa floresta negra, azul e rosa cujo chão eram raízes e abaixo delas um vazio cobalto. Os monstros, alguns dos que viviam do lado de fora, como pestes verdes, rompe túmulos, sombras vivas, cheiradores, lulas de lodo, e os demais, coisas difíceis de descrever, feras disformes e outros que mimicavam plantas e frutas e cadáveres de bestas e atacavam, crescendo uma bocarra e tentáculos, o que se aproximasse demais.
— Ela disse que no final da floresta, literalmente, porque tudo além dali era uma queda a nenhum chão ou água visíveis, havia uma estátua, feita com raízes, da garota com o rosto talhado na pedra da entrada. No centro dela um coração pulsava e expelia sangue formando uma poça ao redor da figura da menina. A oni o pegou, cheirou, ''era como um de uma pessoa viva a instantes atrás'' e o comeu, ''estava faminta'' ela disse, ''frutas e monstros não tem elevada posição no meu rank gastronômico".
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A Queda das Espadas
FantasyA Cruz do Primeiro, cidade pertencente aos vampiros, é destruída sob o ataque do exército élfico. Fugindo de lá às pressas, Stephanie Fearblood carrega consigo o prenúncio de uma catástrofe e o desespero da perda de seu lar e pai. Numa busca para im...