3| Three 🥀

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Rue BenettLos angeles, Califórnia

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Rue Benett
Los angeles, Califórnia.


É estranho como metade da nossa vida a gente passa vivendo de memórias , a maioria delas infelizes , isso porque elas te deixam traumas insuportáveis de superar e é como se até as memórias boas fossem se apagando ao longo do tempo e quando você vê, já fudeu com a porra toda.

Aquela noite, na verdade aquele ano em que uma nuvem sombria cobriu o céu trazendo mudanças na vida de cada um, o ano que marcou cada coração com uma rachadura enorme e o dia em que o medo deixou rastros.

Eu pensei que milagres fosse supertiçoes para forçarem as pessoas a acreditar em um Deus, acreditar que alguém olhava por nós, mas talvez eu só era cética demais e precisava ver pra crer. E aquela noite, porra! Aquela maldita noite, mudou todo meu pensamento sobre a minha vida e sobre fé.

A morte que passou assobiando nos ouvidos de Ashtray, o jeito que o inferno queimava em seus olhos e o modo em que o medo congelou seu sangue. A vida inteira do garoto passou pelos olhos de Fezco, ele temeu a perda mas seu olhos continuaram fixo no garoto tentando acalma - lo. Mesmo que impossível, esse dia algum Deus concedeu um milagre há eles, pois a garota que estava jogada ao chão, conseguiu abater 3 policiais dando espaço para que os dois irmãos se protegessem. Olhando a cena depois, com tantos policiais mortos, eles precisavam dar um tempo e assim eles partiram para fora da cidade.


Depois desse dia eles sumiram e eu ? Fiquei preocupada pra Caralho, mas eu tinha outros problemas também.

Naquela mesmo dia , Lauren veio atrás de mim querendo o dinheiro dela e é claro que eu não tinha arranjado , por isso agora trabalho de graça pra ela vendendo drogas pros adolescentes , acabei me ferrando na escola e cursando o último ano novamente assim como Jules , Kate , Maddy e Cassie.

Lexi estava na faculdade já , mas ainda sim estava apreensiva por causa de Fez, a garota ficou péssima quando soube que ele estava desaparecido e que ele não respondia nenhuma de suas mensagens mas com o tempo ela foi superando.

Nate continua um babaca , um dos piores. Bebendo e brincando com o coração de Cassie que diferente de Maddy caia muito fácil na lábia do moreno.

Por incrível que pareça , enquanto naquela noite alguns iam pra bem longe dessa maldita cidade outros chegavam. Alanis estava péssima por vir morar com seu pai devido a morte de sua mãe , e acredite que pra ela era uma tortura devido ao seu pai ser tão rude e super protetor. A garota sabia que seria uma convivência muio complicada, e ela não facilitaria nem um pouco.

Naquela noite enquanto tudo pegava fogo , todos nós tínhamos algo em comum. Estávamos todos fudidos.

1 ano depois.

- Ei Rue - ouvi a voz de Alanis e a encarei - em que mundo estava ? - ela sorriu e se concentrou no seu sanduíche.

Era horário de almoço e estávamos sentadas no refeitório na nossa mesa habitual.

- Em um mundo onde essa cidade não existe - disse apoiando o queixo na palma da mão.

- Seria bom se fosse onde não existem pais policiais , é uma puta droga policiais terem filhos - ela revirou os olhos e deu uma mordida no alimento em suas mãos.

- A perda é uma droga - comprimi os lábios.

Não éramos tão parecidas mas compartilhamos a mesma dor. A dor de perder alguem que amamos mas Alanis era mais forte que eu , o seu processo de luto foi menos movimentado que o meu.

- Essa escola é uma droga , só tem cara babaca - ela disse olhando Nate com nojo.

- acostume - se - disse indiferente.

Alanis era um tipo de menina dócil mas tinha um temperamento forte quando se irritava e mesmo querendo sair da linha ela era o tipo de garota que pregava a paz e zelava por ela , por isso se adptou tão rápido, não havia ninguém que não se impressionava com o jeito da garota.

- Olá Garotas - Nate se aproximou enquanto sorria largo.

- Dá um tempo Nate - ela revirou os olhos.

- Alanis , não seja tão má ! Cadê o seu espírito de que todo mundo merece perdão? - ele ergueu o cenho.

- Tá no seu cu babaca - ela disse irritada e eu ri por ver seu rosto avermelhar de raiva. Nate tirava todo mundo do sério , até mesmo a nossa anjinha de cabelos encaracolados.

- Seu pai sabe que você está assim tão boca suja ? - ele escorou o corpo na mesa e cruzou os braços.

- Não fode ! - ela revirou os olhos e se levantou pronta pra se afastar do garoto.

- Não vai nem terminar de comer? - perguntei a ela assim que a vi deixar seu sanduíche em cima da mesa.

- Não! Perdi o apetite - ela sorriu falso pra Nate e depois voltou a me encarar - nos vemos depois Rue - ela disse e andou em passos apressados pra fora do refeitório. Encarei Nate que ainda estava ali , quando percebeu que eu estava o encarando seus olhos se encontraram com o meu . Merda.

- Posso ajudar com mais alguma coisa ? - perguntei e ele apenas sorriu e se afastou da mesa em que eu estava sentada. - Euem , garoto estranho - disse a mim mesma e me levantei.

Dysphoria | AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora