31 | Thirty one

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Alanis.
Los Angeles, Califórnia.

Sabe quando você sente aquela sensação de angústia e aí pensa como seria se pudesse refazer seus passos?

Eu não sabia o que essa mulher queria comigo, mas ela não se encaixava nenhum pouco com a história que Ashtray me contou, acho que talvez ela fosse um personagem secundário aquele que não faz diferença que só ta ali pra deixar as coisas mais quentes.

Mas definitivamente ela não fazia o estereótipo de personagem secundário e talvez julgar o livro pela capa nessas condições em que eu estou , pode piorar minha situação.

- Alanis certo? -Ela disse fazendo aquela voz ecoar por inúmeras vezes dentro da minha cabeça.

- Quem é você? - olhei para ela com desdém.

- É uma pena que ninguém tenha te contado a novidade - ela riu enquanto inclinava a coluna pra frente para me encarar de perto - Mas você vai descobrir, assim que os outros envolvidos chegarem - ela sorriu ainda mais diabolicamente.

Revirei os olhos.

Minha mãe me fez crescer com histórias de contos de fadas como , Cinderela , branca de neve e o meu favorito a bela adormecida, contos que na época que se foi escrita não parecia tão problemáticos então viver esperando um príncipe encantado me salvar era idealização perfeita de romance ideal.

Era o tal do final feliz  que eu queria pra minha história.

Mas a coisa mais impressionante no mundo é como nossa mente funciona e como nossa adaptação de uma sociedade mais moderna a cada século é rápida mesmo que alguns de nós nunca acredite de fato na realidade. A verdade é que mesmo me considerando uma mulher imponderada eu ainda esperava um príncipe encantado , aquele a quem o meu primeiro beijo pertence.

E eu não quero morrer sem ao menos conhece -lo.

Merda.

Eu sou a droga de um clichê.

- Eles chegaram - vi ela abrir um sorriso ainda mais perverso o que me fez suspirar tentando manter os nervos controlados.

Assim que Passos se aproximaram do galpão eu ergui meu olhar encontrando os olhos brilhante em um tom mel me observando , ele sempre fazia isso, analisar as pessoas e suas expressões.

- Que bom que chegaram - ela disse se colocando na frente deles.

- Sugiro que você seja a responsável por toda essa bagunça - Lucca disse friamente encarando a mulher a sua frente.

- Eu conheço você - Ashtray analisou a mulher parecendo recordar de algo.

- Claro que conhece , sou sua mãe - ela sorriu e o moreno fechou a cara. Mãe? Como assim mãe ? - E madrasta do Lucca - ela direcionou o olhar para o garoto de cabelos castanhos que apenas revirou os olhos.

- Tenho sonhado com você todas as noites , uma lembrança de quando você me descartou  como se eu fosse um lixo - o seu tom era de pura ira e rancor , ela não fazia ideia de que Ashtray não era o garotinho que ficava sentado esperando a mamãe voltar.

Acho que todos nós temos o direito de errar , somos falhos e merecemos perdão e segundas chances mas essa mulher cometeu um erro pior do que um assassinato , ela abandonou sem remorso algum um ser indefeso e incapaz mas o moreno não era mais assim e a boa parte da história é que ele não criou laços maternos com a mãe , ele não era mais a vítima agora ela era e ele não exitaria de ir pro inferno se tiver que levar ela primeiro.

- O que você esperava an ? Você era um bebê insuportável e indesejado , uma criança que só teria atrapalhado a meus planos - ela disse em escárnio.

- Fala logo o que você quer com a gente - Lucca disse impaciente.

- Seu pai era um fudido , ficou me enganando por bastante tempo e aí depois que aquela louca da sua mãe morreu ele trouxe você pra morar conosco e meu plano deu errado quando ele fez a merda do testamento aquele desgraçado colocou o nome do primogênito e disse que havia mais um filho e que eles só podiam pegar o dinheiro se tivessem os dois juntos - ela sorriu enquanto tragava um cigarro.

- E você quer a grana? - Lucca ergueu a sombrancelha E ela assentiu - meu pai era um drogado, gastava todo o dinheiro em drogas e você sabe no mínimo a herança deve ser um relógio velho que foi do avô dele -  ele riu sem humor.

- Seu pai também fazia coisas fora da lei então não é só um relógio velho e antigo - ela sorriu de lado.

- Não vou te dar nada - Ashtray respondeu simples.

- E nem eu - Lucca cruzou os braços.

- Eu tenho outros meios de conseguir dinheiro - ela transferiu seu olhar para mim. - A cabeça dela ta valendo uma boa quantia em dinheiro -  ela me analisou.

- Da um tempo - revirei os olhos.

- Eu odeio garotas como você , todas meigas e acham que são donas da merda do mundo E fazem todos os garotos cair aos seus pés - ela disse com o tom ácido - te matar vai ser um favor pra você , já que vai acabar magoando um deles E garotas igual você não sabe lidar com isso - ela sorriu de canto , mais uma vez. - eai ? Vão me dar o dinheiro ou vão ver a garotinha morrer? - ela encarou os dois.

- Faça o que quiser - o moreno deu de ombros dando as costas.

Contos de fadas eram uma besteira não é? Não existem príncipes encantados , ninguém viria me salvar.
 
Eu de fato não era um clichê, mas por Deus hoje eu queria que eles estivessem ali por mim.

Ash andou até a saída do galpão mas antes me olhou com um olhar tranquilizador. Eu confiava nele , com seu jeito impulsivo ele resolveria as coisas e foi exatamente isso que me fez relaxar.

Assim que a porta do galpão foi aberta vários polícias entraram no local , e antes mesmo de acontecer trocas de tiros mais polícias adentraram pelos fundos algemando todos os caras ali.

- Pelo visto , não é só você que tinha um plano  B - Lucca encarou a mulher com um sorriso no rosto.

O Que aconteceria agora ? Eu estava mesmo a salvo ?

Dysphoria | AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora