18| eighteen 🥀

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Ashtray
Los Angeles, California.

Eu estava preocupado,  não fazia ideia do que estava acontecendo com a garota,  ela parecia pessima e ficava murmurando frases com palavras que nem se encaixavam. Agora ela estava em silêncio brincando com os dedos enquanto eu estava escorado no batente da porta do banheiro analisando a garota.

— Porque a merda da febre não abaixa?  — disse assim que peguei o termometro da mão de Fez.

— É vamos ter que levar ela pro hospital — Fez parou ao meu lado analisando o objeto. — vou ir ligando o carro — o ruivo passou por mim indo ate a garagem.

Fui ate a garota e segurei suas mãos quentes e trêmulas,  fazendo ela cruzar seu olhar com o meu. Eu nunca descrevi como ela era aos meus olhos,  tudo nela era singelo e delicado ela transpassava doçura embora seu perfume de fruta citricas fosse bem marcante enquanto seu hálito tinha cheiro de menta que se misturava com o cheiro de maçã por conta do gloss que ela sempre usava,  e eu nunca soube que essa era uma boa combinação e talvez eu nem saiba. Mas o que era hipnotzante na morena era o olhar sensual que ela tinha, eu me renderia por ele e talvez eu já estivesse rendido já que era nele que eu estava preso nesse exato momento.

Assim que consegui me livrar daqueles par de olhos castanhos,  levantei a morena pelo braço e levei até meu quarto.  Eu não tinha nenhuma roupa feminina e então tive que me virar com alguma camiseta e uma cueca nova pra morena usar.  Coloquei as peças em cima da cama e fitei a garota.

— Consegue se vestir? — perguntei para ela que assentiu.

Virei de costa e ouvi a movimententação da morena no quarto. Fiquei por alguns segundos fitando o chão.

— Ash?  — ela me chamou. — pode se virar — ela disse e eu me virei para encara - la.

— Como se sente?  — perguntei.

— Acho que meu corpo esta falhando — sorriu fraco,  me permiti passear com os olhos pelo seu corpo notando suas pernas tremulas enquanto ela se apoiava na cama.

— vem — fui até ela pegando - a no colo, seu corpo parecia como um forno de tão quente.

— Ash!  Meus olhos estão pesando — ela disse com a voz meio falha — Eu acho que é porque não comi nada alem daquele brigadeiro — ela riu nasalado.

— Merda Alanis! — disse frustrado, Senti o corpo da morena ficar mole e sua respiração contra meu pescoço ficar mais devagar — Alanis?  — a chamei — puta que pariu — apressei os passos até o carro e assim que me aproximei fez me encarou de forma confusa.  — abre a porta,  acho que ela desmaiou — disse e o ruivo abriu a porta,  coloquei ela no banco de trás — eu dirijo — disse logo em fechei a porta do automovel.

— você nao vai dirigir assim nervoso Ash — ele disse fazendo eu revirar os olhos.

— Não é hora pra tentar ficar calmo e dar lição de moral!  — exclamei pegando as chaves de sua mão.

Assim que Fez sentou - se no banco do passageiro,  eu arranquei com carro em direção ao hospital. Talvez eu realmente estivesse nervoso,  só pelo modo em que eu dirigia sem afroxar por um segundo o pé do acelarador.

— Ash, vai com calma — ouvi ele dizer com a voz serena que ele sempre tinha.

Em um curto periodo de tempo chegamos ao hospital.  Assim que estacionei sai rapido do carro acompanhado de Fez,  peguei a moerna no colo e a levei as pressas para dentro,  assim que me viram entrar, alguns infermeros vieram ate nós.

— Da pra agilizar alguma coisa pra por ela?  — perguntei a eles que só pareciam analisar a situação.

— ela está desacordada? — o enfermeiro perguntou fazendo eu revirar os olhos.

— claro que não,  ela ta até dizendo oi pra você não ta vendo?  — sorri com ironia — ela ta desmaiada porra,  faz alguma coisa não fica parado como se fosse uma estatua — disse rude.

— Ei ash,  relaxa irmão — Fez colocou as mãos sobre meus ombros — podem por favor ajudar? ,  ela esta desacordada tem uns 5 minutos e a febre esta muito alta — o ruivo disse calmo mas ainda dava pra perceber seu nervosismo.

— tragam uma maca pra cá — ele gritou e logo apareceram dois caras com o que ele pediu.

— finalmente — suspirei revirando os olhos. Coloquei a morena em cima da maca assim que colocaram na minha frente.

— olha aqui garoto!  Não tente me ensinar a fazer meu tabalho — ele disse enquanto apontava o dedo em direção ao meu rosto.

— talvez se você não fosse incompetente eu não faria isso — ri fraco — agora tira a porra do seu dedo da minha cara — disse e ele deu um sorrisinho debochado,  de forma bruta entortei seu dedo pressionando ele na minha mão,  ouvi ele gemer de dor o que foi o suficiente pra eu soltar o dedo dele.

— Você quase quebrou meu dedo — ele disse de forma dramatica.

— o bom disso tudo é que você já ta no hospital — Fez se aproximou e sorriu nasalado.

— vocês são psicopatas — ele se afastou levando Alanis para ermegencia.

Agora tinhamos que esperar,  e pra alguem como eu isso era torturante.

(...)

Já fazia três horas que estavamos ali sem saber se quer alguma noticia. Minhas pernas tremiam em ansiedade enquanto viamos enfermeiros e medicos correndo de um lado e pro outro.  Eu não conseguia esconder minha frustração e isso estava me deixando puto. 

Fitei Fez que estava meio pensativo e meio cabisbaixo.  Eu nunca soube o que hospitais causavam em meu irmão por isso nunca conversamos sobre seus traumas com esse local.

— ta tudo bem irmão? — perguntei.  O ruivou apenas assentiu e fitou o chão.

— Não gosto muito de hospitais,  pessimas lembranças — ele ergueu o olhar analisando o local. — primeiro eu trouxe a vovó e ai tive que mudar totalmente minha rotina,  e por ultimo Rue — ele disse o nome da morena e retornou o olhar pra baixo — sinto que o motivo dela se envolver tanto em problemas foi culpa minha — ele disse com um pesar na voz.

— você só pode assumir responsabilidade com a suas ações,  não com a dos outro — encare i o ruivo que me olhava confuso.

— Ta me aconselhando?  — ele ergueu uma das sombracelha.

—Porra!  É por isso que eu não abro a boca vocês sempre tiram onda — revirei os olhos.

— você seria um otimo psicologo ou um filosofo — Fez riu fraco.

— ainda prefiro vender drogas — o fitei com cara de tedio. — vou fumar — disse me levantando.

— Ash!  Dá uma segurada já foi uma 10 vezes lá fora fumar — disse segurando o meu braço antes de eu sair pro lado de fora.

— preciso de uma distração nesse fim de mundo já que ninguem abre a boca pra dar alguma noticia — desvencilhei de seus braços e andei até o lado de fora do local

Eu fumo por tedio,  mas eu uso cigarro como usam calmante,  é como se meu corpo não ficasse tenso e meus pensamentos não me atormentassem mais,  A sensação de não sentir nada é revigorante e minha calmaria estava ali,  num maço de cigarro.  Sugere uma terapia? 

Dysphoria | AshtrayOnde histórias criam vida. Descubra agora