As memórias são como sonhos. Elas desaparecem com o tempo e a linha que as une, se transforma numa frágil linha que pode facilmente se romper. No meu caso, não havia memórias do passado, nem sonhos. Apenas o barulho do eco em minha mente.
Balanço lentamente minha cabeça de um lado para o outro tentando amenizar um pouco, a dor que sinto. Abro meus olhos mas no mesmo instante, volto a fechá-los porque uma forte luz branca me cegou.— Argh!
— Sra. Duarte, consegue me ouvir?
— Novamente abro meus olhos ao escutar a voz de uma mulher.— Á‐água... — Falo tossindo.
— Aqui. — Ela direciona o canudo até minha boca. Depois de beber volto a olhar para ela. — Beba devagar.
— Onde eu estou? — Semisserro meus olhos tentando me lembrar o que aconteceu.
— Você sofreu um acidente de carro. Está no hospital.
— Acidente? — Toco minha cabeça e sinto um grande curativo em volta.
— Não se lembra do que aconteceu? — Nego com a cabeça. — Eu irei chamar o médico, já volto. — A enfermeira da um sorriso gentil e sai do quarto.
Como eu disse, minha mente está em total escuridão. Sem imagens, sem voz, sem lembranças. Nada.
Saio dos meus pensamentos quando vejo um homem com jaleco branco entrar na sala.— Bom dia Sra. Duarte. — Sua voz soa por todo quarto — Fico feliz por está acordada, aqui para nós. O Sr. Morabito finalmente poderá nos dar um descanso. — Ele sorrir mas eu me mantenho seria.
— Duarte sou eu certo? — Ele concorda —E quem é esse tal de Morabito?
— Você pode me informa seu nome completo por favor.
— Abro minha boca para falar meu nome mas percebo que eu não sei. Ou melhor, não me lembro.— Eu não lembro.
— Do que você se lembra?
— Acho que nada... — Faço uma pausa. — Eu não me lembro de nada. Porque eu não me lembro de nada doutor?
— Você sofreu um acidente grave, e isso deve ser o motivo da sua amnésia. Mas não se preocupe, vamos fazer todos os exa‐
Antes que o médico terminasse de falar a porta do quarto é aberta abruptamente e um homem entra.
Fico alguns segundo o encarando sem saber o que falar, devo dizer que sua beleza e extraordinária. Ele é bem alto deve ter no mínimo 1,90, bastante musculoso isso se nota de longe, sua boca é avermelhada e seu rosto está marcado por feições duras e delineadas que no momento estão bastante rígidas. Ele está com raiva?— Pensei que não fosse acordar mais, mio bella. — Ele se dirige diretamente a mim.
— Sr. Morabito, precisamos conversar. — O médico tira o óculos tenso.
— Depois. — Ele fala por fim.
— Por favor. É importante senhor. — O médico insiste.
Durante esses pequenos segundos eu fico calada apenas encarando o homem que está na minha frente. Fico aliviada quando ele vira o rosto para o médico e os dois saem da sala. Quem é esse homem é o que ele é meu...
Alguns minutos se passam até que uma enfermeira entre com uma bandeja de comida. Estava com tanta fome que devoro tudo em pouco tempo, em seguida ela me ajuda a tomar banho e vestir a camisola do hospital. Assim que saio do banheiro dou de cara com o homem que estava aqui agora pouco.
— Saia. — A enfermeira se apressa para sair. — Mio bella... — Ele toca meu rosto carinhosamente, e apenas com esse toque sinto todo meu corpo estremecer. — Não se lembra de nada?
— N-não. — Permaneço na sua frente enquanto ele me examina.
— Uma pena que não se lembre de nós. — Pegando minha mão ele me direciona até a cama.
— Estamos juntos a tanto tempo e passamos por tanta coisa que eu não saberia o que fazer se perdesse você. — Meu coração se enche de culpa por não me lembrar dele... e pior ainda, por não sentir nada.— Somos namorados? É isso?
— Ele aperta minha minha mão.— Mas que isso mio bella, estamos noivos.
— Noivos? — Ele concorda com a cabeça. — Nossa... isso tudo é tão estranho.
— O importante é você está aqui comigo, o resto nós lidamos depois.
— Você é um estranho para mim. — Ele solta minha mão abruptamente e percebo o erro que cometi. — Desculpa. Me desculpa, eu não sei... não sei porque falei isso, estou muito angústiada por não me lembrar de nada.
— Sei que não se lembra de nada, mas você pode voltar a me conhecer meu amor. — Ele segura meu rosto em suas mãos. — Sou o seu futuro marido bella, o homem que você ama.
— E–eu... — Tento falar algo, mas infelizmente não encontro palavras.
— Vamos tentar novamente. — Ele fala por fim e deposita um beijo casto em meus lábios me deixando surpresa.
— Claro...
— Ótimo, quando tiver alta poderemos finalmente voltar para Itália. — Ele se levanta.
— Itália?
— Sim bella, Itália. Viemos para o Brasil apenas para negócios, não queria trazê-la mas você me implorou para voltar a seu país, e infelizmente esse incidente acabou acontecendo.
— Minha família, eles moram aqui? Amigos? Alguém fora você?
— Não, ninguém. — Ele fala sem hesitar.
— Como assim ninguém? — Lentamente me afasto dele.
— Você só tem a mim, Mabel.
Agora eu preciso falar com os médicos.Pisco algumas vezes tentando raciocinar o que aconteceu aqui, reencosto minha cabeça no travesseiro e vejo a enfermeira entrar no quarto.
— Com licença senhora Duarte. — Ela coloca uma bandeja ao lado da cama. — Sente enjoou ou alguma dor?
— Estou sentindo um pouco de enjoou, nada demais.
— Vou lhe dar um remédio na veia, fará efeito mais rápido.
— Apenas concordo com a cabeça e espero impacientemente ela encontrar minha veia.Fecho os olhos ao sentir a picada em meu braço, aos poucos o cansaço vai me consumindo então finalmente desisto de brigar com o sono.
Obrigado pelos votos e comentários!
Espero que tenham gostado do capítulo de hoje ♡
Até breve!
emyllebrazz
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𝐌𝐀𝐁𝐄𝐋 | PRESA AO MAFIOSO
RandomRomance dark +18 No segundo em que seus olhos atingiram os meus, eu soube de uma coisa: ou ele seria minha morte... ou minha salvação. Todos os direitos reservados! Não permito adaptações! Plágio é crime! Boa leitura ♡ @emyllebrazz