Como não me apaixonar por você? - SASUSAKU

CAPÍTULO XXIII - Your Power.

Nem deu tudo errado como pensei. Na verdade, foi muito emocionante. Sasuke já tinha dito que iria me ajudar com o boxe, e ele realmente fez isso. Conseguimos entrar no ringue e ter a prática de luta, ele me ensinou vários golpes e me deu boas dicas. Depois nós passamos um bom tempo nos beijando. E tudo estava bem, até o vigia aparecer.

Ele não nos pegou, mas nos rendeu uma corrida rápida para irmos embora. Quando estávamos entrando no carro, ele disse de longe:

— Espero que não esqueçam desse dia, é bom guardar lembranças para quando ficarem mais velhos, assim terão algo para lembrar. Mas se vierem de novo, eu expulso vocês com a vassoura.

Isso me comoveu. Não conversamos muito no caminho para minha casa. Fiquei pensando no que o homem tinha dito: "é bom guardar lembranças...". Ás vezes me pego pensando se serão boas ou más lembranças, queria que o tempo parasse um pouco, assim não precisaria me preocupar tanto.

Minha cabeça está apoiada em uma mão, estou com os olhos fechados, apenas sentindo a brisa fria da noite enquanto me perco em pensamentos.

— Você está tão quieta.

Viro o rosto ao ouvir Sasuke falar.

— Estou pensando — encaro ele. — O que você diria ao seu eu daqui dez anos?

Ele me olha, nitidamente confuso com a pergunta, isso me rendeu uma risada, mas espero pelo resposta. Então ele volta sua atenção para a estrada e parece pensar.

— Eu perguntaria se deu tudo certo.

Olho para ele intrigada. Ele percebe, e abre a boca algumas vezes antes de dizer:

— "Você conseguiu passar de ano? E ela? Você conseguiu achar um par para ela?"

Isso me provoca outra risada. Eu até me esqueci do acordo. Mas parando para analisar, ele nem parecia fazer mais sentido. Sasuke nem sequer precisa de aulas particulares, ele é um gênio; e eu, essa é a parte complicada.

— Você não conseguiu meu par para o baile.

Ele deixa escapar um sorriso de canto.

— Vou ter que dar um jeito nisso, você não pode ir sozinha. Talvez eu precise aprimorar minhas aulas.

Por algum motivo, isso me deixou vermelha. Viro o rosto rapidamente e volto a posição que estava. Noto que estamos perto da minha casa, o "não encontro" está na reta final.

Sasuke estaciona seu carro em frente à minha casa, depois desliga o carro e tira as chaves. Ele abre a porta para mim, um ato de cavalheirismo habitual dele, e vamos até a porta de casa. Eu tenho a cópia da chave, então não preciso incomodar minha mãe. Abro ela e levo um susto quando Sasuke entra pela porta. Penso em questionar, mas quando vejo, ele está entrando na casa com a maior naturalidade.

— E a educação? — pergunto.

— Está na escola — ele responde sem nem se virar.

Com um sorriso besta no rosto, faço menção de fechar a porta, mas antes disso, vejo um carro passar devagar pela rua. A janela, que estava fechada, vai se abrindo e revela um homem com óculos escuros. Ele levanta o braço e aponta para o relógio em seu pulso.

Sinto tudo congelar por alguns segundos. O carro vai embora, mas permaneço imóvel. Não sei se o carro da minha mãe está na garagem, não sei se minha mãe está em casa.

— Sakura?

Ouço a voz de Sasuke acompanhada do toque dos seus dedos quentes na minha pele que parece gelada, mas não consigo responder.