Como não me apaixonar por você? - SASUSAKU

CAPÍTULO II - DUFF?

   Todo adolescente da minha idade já tem um carro, menos eu. E minhas amigas também. Elas não têm, pois recebem carona diária, seja de primo, irmão ou amigo. Eu vou para a escola com minha mãe.

   Os motivos para isso são bem simples. Primeiramente, eu tenho muito medo. Quando minha mãe tentou me ensinar, eu quase matei nós duas, e mais alguns pedestres. Além disso, eu mal tenho tempo para aprender e quando tenho, invento uma desculpa.

Então todos os dias minha mãe me leva até a escola.

   Guardo algumas das minhas minhas coisas no armário, e pego outras que são necessárias para o dia. Hoje eu terei algumas aulas interessantes, mas infelizmente é dia de educação física.

   Não que fosse algo totalmente ruim, eu que sou ruim com esportes mesmo. Eu só entro em um time, porque minhas amigas estão nele, e normalmente é uma partida de vôlei ou queimado.

   Levo um susto ao fechar o armário, pois vejo alguém bem ao lado me observando. Deixo escapar um gritinho de surpresa, ainda bem que não foi tão alto.

   — Assim vai me matar do coração — digo, colocando a mão sobre o peito.

   Apesar do susto, é divertido pensar que ele estava me observando. Ele sempre está tão lindo e, definitivamente, ama usar roupas azuis ou pretas, como agora que está usando um moletom azul, calça e tênis pretos.

   — Eu que vou acabar morrendo de susto se te encontrar assim todo dia — disse o Uchiha, me olhando de cima a baixo.

   — Algum problema, vossa excelência? — pergunto ironicamente.

   — Primeiro passo, preciso te ajudar com as roupas. Você parece uma velhinha — diz ele.

   — Mais respeito comigo, seu abusado — digo, fechando a porta do meu armário. — Depois a gente resolve isso, preciso ir agora.

   Saio sem me despedir e sem olhar para trás. Quem esse garoto pensa que é? Se bem que... minha mãe um dia me falou sobre eu não me me arrumar muito, mesmo tendo roupas bonitas. Mas não era essa a graça? Ser diferente?

   — Samara! — alguém chama no fim do corredor, é Kiba, que sempre erra meu nome.

   — Ah, oi Kiba! E não é Samara, é Sakura.

   — Oi, Sakura! Me desculpe. Sabe me dizer onde as suas amigas estão? — pergunta ele.

   — São elas mesmas que eu estou procurando. Se eu encontrar, aviso que você estava procurando por elas.

   — Valeu... — ele fez uma pausa enquanto parece buscar algo na mente para falar. — fofinha.

   Fofinha? Que cara ridículo. Eu não sou fofinha! Ele procurou algum elogio na mente e por isso me chamou de fofinha? Nada de linda, ou bonita? Trato de tirar isso da cabeça e continuar minha rota até a sala de aula, já que não teria tempo de ver minhas amigas antes da minha primeira aula.

    Encontro minhas amigas no pátio, sentadas na arquibancada. Hoje vamos jogar vôlei. Por mais que eu tenha uma altura razoável, eu sou péssima no vôlei, ou melhor, eu sou péssima em todos os esportes. Menos na porrada. Na verdade, sou péssima também, quando isso não envolve situações aleatórias.

   As garotas do outro time só miravam em mim, sempre, porque sabiam que ia dar bem errado, ou melhor, bem certo para elas. O outro time tem Ino e Karin, já é motivo suficiente para me odiar. A Karin eu não faço a mínima ideia do porquê ela me odeia, mas eu e a Ino temos uma rixa de anos.

   De vez em quando aparece um babaca para rir de nós, isso só piora a situação. Principalmente a minha, já que eu sou tão ruim.

   Graças a Deus, a aula de educação física acaba, e todas vamos ao vestuário. Por sorte, essa é a última aula do dia, o que significa que eu estou livre. Enfim, a calmaria depois da tempestade. Mas a tempestade não terminará enquanto eu não for embora, pois aqui no vestuário, estão minhas queridas rivacas.