Capítulo 2 - Semanas após a separação

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[Olá para quem está acompanhando. Agradeço cada comentário enviado. Este que vão ler agora e os capítulos seguintes voltam um pouco no tempo, narrando os anos de separação e a recuperação difícil (não tinha como ser fácil né) diante de episódios tão traumáticos como os que encerram o livro original 3. Esse é o mais triste de todos, eu acho. Espero que vocês gostem e que sigam comigo nessa jornada]

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Quando Mario abriu o portão para que Laura e Nacho deixassem a mansão, semanas atrás, sabia que estava tomando uma atitude arriscada, porém certa. A obsessão de Massimo por aquela mulher há muito lhe tirava o foco dos negócios e, para o conselheiro, se um dia foi amor, havia evoluído para doença. Quando decidiu sequestrar Laura e mantê-la em cárcere privado mais de um ano atrás, tratava-a com zelo e fez com que ela desejasse ficar. Mas, agora, ao sequestra-la novamente, tornou-se violento e ultrapassou todos os limites. Ao estupra-la, desrespeitou as regras da família.

- O pai de Massimo estaria com vergonha do que o filho fez. – Disse à Laura quando abriu-lhe o portão, dando-lhe a liberdade.

Mas isso não significava que abandonaria aquele garoto. Apesar dos 33 anos e de tudo que já tinha vivido, ele era um garoto sofrendo como nunca antes. Não poderia deixa-lo quando Massimo mais precisava de alguém para lhe trazer de volta aos eixos. Decidiu seguir. Reuniriam a família para afastar Massimo do controle da máfia enquanto fosse necessário. Até que ele fosse capaz de pensar com clareza novamente, longe da cocaína e de Laura, dois vícios que ele havia permitido lhe tomar a capacidade de decidir a própria vida.

- Já faz semanas, Mario. Não dá pra deixar ele enjaulado o resto da vida. – Domenico argumentou, no café da manhã em família.

- Por que não? – Apesar de endereçada a Mario, a pergunta foi respondida por Olga. Morar naquela casa, onde Laura tanto sofreu, a revoltava e ela não escondia isso. – Se fosse julgado, em qualquer país, ele ficaria preso depois do que fez com Laura.

- Mas nós não abandonamos a família. – Domenico respondeu à esposa. Não era a melhor forma de viver, tendo atritos assim com Olga, sendo eles recém-casados. Mas a lealdade ao irmão e à família falava acima de tudo. – Não foi certo o que ele fez, mas, meu irmão vai se recuperar. Você vai conhecer Massimo melhor e verá que ele não é esse monstro.

- Talvez...mas será que Laura irá se recuperar do que ele fez? – Ele podia não ser, mas agiu feito um monstro, ela pensava. Olga se retirou da mesa, deixando Domenico e Mario.

Com Massimo fora de si, os negócios estavam parados até que decidissem como agir. Era necessário mostrar aos demais integrantes da família que ele estava evoluindo e que deveriam contornar os problemas até que o líder pudesse estar à frente de tudo novamente. Mas, no íntimo, eles não tinham certeza de que algum dia Massimo voltaria a ser o que era antes de Laura Biel tomar seus pensamentos.

- Tentei conversar com ele ontem à noite. Mas meu irmão não melhorou muita coisa. – Nos primeiros dias, o haviam deixado sob sedação enquanto seu corpo eliminava os resquícios da cocaína.

Quando o acordaram, porém, Massimo seguia agressivo. Mesmo semanas depois, ainda precisavam amarrá-lo ou sedá-lo em alguns momentos. Nos últimos meses, ele abusou da droga conforme a relação com Laura apresentava problemas. Por isso, Domenico e Mario acreditavam que o primeiro passo para fazê-lo ver a realidade, era uma desintoxicação. – Ele está mal. Achei que as cordas não iriam aguentar. Será que realmente conseguiremos que se recupere?

- Não sei. Mas temos que tentar. – Mario responder. – Enquanto não estiver livre da droga, ele não vai pensar com clareza. E enquanto não pensar com clareza, ele vai continuar preso. Dê mais uns dias e, quem sabe Massimo aceite iniciar um tratamento. Aí, talvez, tenhamos evolução.

Novos Dias: a história depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora