Capítulo 7 - O recomeço

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[Quem quiser, aqui é um bom momento pra reler o cap 1]

Semanas após a morte de Nacho...

Massimo caminhava feito um leão enjaulado que, por mais que procurasse escapar, jamais encontrava uma brecha para fugir da prisão. Semanas haviam se passado desde que Mario lhe comunicou da morte de Nacho e do inacreditável afastamento de Laura da máfia espanhola. E, por todos esses dias, pouca informação tivera sobre o que se passou. Olga fugia dele para não ser pressionada a falar e Domenico afirmava pouco saber.

- Eu sei, apenas, que ela foi para Portugal e está vivendo de forma discreta por lá. Aparentemente, os espanhóis a teriam esquecido. Foi essa a palavra que ela usou para descrever a situação à Olga.

- Mas porque Portugal? Ela conhece alguém lá?

- Se está me perguntando, irmão, se Laura já substituiu Nacho, não sei.

- Não estou perguntando isso! – Massimo respondeu. Tinha consciência de que, se quisesse, Laura não devia explicações a ninguém caso entrasse em um novo relacionamento. E achava que ela não ficaria sozinha por muito tempo. – Mas não entendo porque ela não voltou à Polônia, para perto dos pais.

- Ela nunca retomou uma boa relação com os pais nem com o irmão. Os pais sequer sabem de tudo que aconteceu e...bom...além disso com o conflito entre Rússia e Ucrânia, as coisas no leste europeu estão muito confusas. A Polônia recebeu milhares de refugiados de guerra. É natural que Laura não queira levar a filha para uma zona em que a paz parece instável ainda.

- É claro. – Ele se sentia mais feliz por saber que ela estava distante de tudo aquilo. – Mas, Portugal? Eu não entendo.

Ao olhar o sol nascer num horizonte onde o mar era tudo o que via, Laura sentia-se feliz como há muito não ocorria

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Ao olhar o sol nascer num horizonte onde o mar era tudo o que via, Laura sentia-se feliz como há muito não ocorria. Portimão, litoral de Portugal, era há quase um mês, o seu lar e o de Stella. Havia comprado uma casa, que, apesar de simples, possibilitava estar no mar após alguns minutos de caminhada. No instante que soube da morte de Marcelo e decidiu deixar a Espanha, sabia que moraria numa cidade com mar. Austrália, Brasil, México...pensou em tantos países distantes. Mas então preferiu manter-se na Europa. Seria mais fácil para Olga visitá-las e, também, no caso de decidir ir à Polônia. Então, encontrou em Portimão o seu paraíso. Um lugar de paz, onde não conhecia nenhum mafioso e onde poderia recomeçar a sua vida.

Tinha consciência de que, para Stella adaptar-se a um novo país não seria tão difícil, nem ofereceria qualquer sofrimento. Sua filha estava prestes a completar cinco anos e falava Inglês, Espanhol e Polonês muito bem, além de, por conta de Olga, ter noções de Italiano. Com algum esforço, logo seria fluente e alfabetizada em Português. Já a tinha matriculado numa ótima escola e preenchido seu dia com inúmeras atividades extracurriculares que a ajudariam a se adaptar e a fazer amigos. Stella estava feliz. Na tarde de ontem foram ao centro da cidade para fazer compras e tomar sorvete. A casa ainda não estava totalmente montada e as duas, aos poucos, a estavam transformando em um lar. Juntas, sempre juntas.

Novos Dias: a história depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora